segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pedro Álvares Cabral


Pedro Álvares Cabral nasceu em Belmonte, Portugal, possivelmente no ano 1467 ou 1468. Era filho de Fernão Cabral e de dona Isabel Gouveia, sendo o segundo dos onze filhos do casal, que eram 6 mulheres e 5 homens.

Os irmãos homens de Cabral chamavam-se: João Fernandes Cabral, Álvaro Gil Cabral, Vasco Fernandes Cabral e Luís Álvares Cabral; tinha ainda um meio-irmão. Assinava seu nome como Pedro Álvares de Gouveia até a morte do seu irmão que tinha direito ao nome da família paterna, passando depois a assinar Pedro Álvares Cabral. Passou toda a sua infância no castelo de Belmonte, residência senhorial doada pelo rei dom Afonso V ao seu pai, que era alcaide-mor. 

Pertencente à nobreza da Beira, foi educado na corte de dom João II, que reinou Portugal do ano 1481 até 1495. Fazia parte de moço fidalgo da corte, com seu irmão João Fernandes, desde o ano 1484. Ao se tornarem cavaleiros, os dois irmãos foram ao norte da África aprender táticas de guerra e adquirir experiências de comando. Já no reinado de dom Manuel, que reinou Portugal do ano 1495 até 1521, no ano de 1499 foi nomeado pelo rei para ser capitão-mor da segunda armada enviada às Índias Orientais, pois gozava de total confiança na corte. A primeira armada foi comandada por Vasco da Gama. 

Cabral partiu da praia do Restelo, às margens do rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500, no comando de 13 navios e cerca de 1500 homens. Já no dia 23 de março perdeu sua primeira nau, comandada por Vasco de Ataíde. A esquadra deveria chegar às Índias passando pelo Cabo da Boa Esperança, mas talvez para desviar-se de uma calmaria, a armada deslocou-se para uma latitude mais ocidental, a 17º de latitude sul, como foi registrado, mas que hoje se sabe que a latitude foi de 16º18’, desviando-se da sua rota. Foi assim que, no dia 22 de abril, avistou um monte que chamou de Monte Pascoal. No dia seguinte avistou índios tupiniquins. 

No dia 24 de abril viajou ao longo da costa, onde ancorou a dez léguas em direção ao norte, num lugar que chamou de Porto Seguro, hoje Baía Cabrália. No dia 26 mandou celebrar uma missa no ilhéu que hoje se chama Coroa Vermelha, celebrada por Frei Henrique Soares de Coimbra. Depois, Cabral mandou uma nau de volta a Portugal, sob o comando de Gaspar de Lemos, para dar a boa notícia da descoberta da nova terra, que batizou de Vera Cruz, ao rei dom Manuel.  

No dia 1º de maio do mesmo ano mandou celebrar outra missa e tomou posse da nova terra em nome da coroa portuguesa, diante de uma grande cruz armada perto de um rio que hoje se chama Mutari, na presença da tripulação e de muitos índios. 
No dia 2 de maio a esquadra de Cabral seguiu viagem, sendo que no dia 24 de maio perdeu 4 naus em naufrágios por causa de fortes ventos. Chegou à costa da África no dia 16 de junho. Novamente seguiu viagem, aportando em Melinde, ainda na África, no dia 2 de agosto; chegou à costa da Índia no dia 7 de agosto, onde fundou 2 feitorias. No dia 18 de setembro encontrou-se com o semorim de Calcutá. 

No dia 16 de dezembro uma feitoria de Cabral foi atacada por hindus, havendo perdas humanas de ambos os lados. No dia 24 do mesmo mês chegou a Cochim, onde negociou as especiarias. Começou o retorno a Portugal no dia 9 de janeiro de 1501, depois que Cabral foi atacado por naus de Calecute. Em 12 de fevereiro perdeu uma nau com especiarias junto à costa de Melinde e outra se afastou da armada por causa de tempestades, quando se aproximava do Cabo da Boa Esperança. 
A primeira nau a aportar em Lisboa chegou no dia 23 de junho de 1501. A nau-capitânia chegou possivelmente nos últimos dias de julho e mais três chegaram entre os meses de agosto e setembro. Das 13 embarcações, apenas 7 retornaram a Lisboa. Em Lisboa, Cabral foi recompensado com pensão de 200 mil reais anuais. Foi convidado, em 1502, para comandar a quarta esquadra, mas talvez por causa de desentendimentos com o rei dom Manuel, o comando foi entregue a Vasco da Gama. 

Em 1502 casou-se com dona Isabel de Castro e foi viver em Santarém, onde a família de sua mulher mantinha negócios. Teve com ela 6 filhos: Fernando Álvares Cabral, Antônio Cabral, dona Constança de Castro, dona Guiomar de Castro, dona Isabel e dona Leonor. Pedro Álvares Cabral faleceu possivelmente entre os anos 1520 a 1526, sendo sepultado na capela de São João Evangelista, igreja de Nossa Senhora das Graças, em Santarém, esquecido pelos conterrâneos. Sua sepultura foi descoberta pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhaguen (Visconde de Porto Seguro). 


Composição da armada de Pedro Álvares Cabral

Navios destinados à Índia que regressaram a Portugal:
Nau capitânia, comandada por Cabral; caravela São Pedro, de 70 tóneis, comandada por Pêro de Ataíde; nau comandada por Simão de Miranda de Azevedo; caravela ou nau Nossa Senhora da Anunciada, de 100 tóneis, comandada por Nuno Leitão da Cunha, a primeira a regressar a Portugal, no dia 23/06/1501; nau comandada por Nicolau Coelho; navio (caravela ou naveta) de mantimentos, comandada por Gaspar de Lemos. 

Navios destinados à Índia que naufragaram: 
Nau comandada por Vasco de Ataíde, naufragada entre 22 e 23/03/1500, depois de ter passado pela Ilha de São Nicolau; nau comandada por Simão de Pina, naufragada no Atlântico Sul no dia 23/06/1500; nau comandada por Aires Gomes da Silva, também naufragada no Atlântico Sul em 23/06/1500; outra nau naufragada no mesmo dia e lugar, comandada por Luís Pires; nau Sota-capitânia El-rei, de 200 tóneis, comandada por Sancho de Tovar, naufragada na viagem de regresso, na costa da África oriental, a norte de Melinde, no dia 12/02/1501, salvando-se toda a tripulação.  

Navios destinados A Sofala (Moçambique)
Nau comandada por Diogo Dias, que explorou o litoral da África Oriental até o mar vermelho, tendo poucos tripulantes sobrevivido; caravela comandada por Bartolomeu Dias, naufragada no Atlântico Sul, no dia 23/06/1500.

Bibliografia: 
PROJETO memória: Pedro Álvares Cabral. Fundação Banco do Brasil/ Odebrecht. Rio de Janeiro, ano 2000. 
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. I, págs. 133 a 134. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979. 

(Texto: Eliza ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

Nenhum comentário:

Postar um comentário