terça-feira, 29 de outubro de 2013

O talismã mágico (Evaristo da Veiga)

As palavras Revolução, Revolucionário, são uma espécie de talismã mágico, com que os governantes sabem a propósito fazer calar a opinião pública e incutir terrores nos homens pacíficos e moderados. E contudo as revoluções são sempre filhas dos erros dos governos, pois os povos não saem facilmente dos seus hábitos, e amam de coração a tranquilidade e o repouso. É depois de se haver por todos os meios atormentado a população, calcado o seu amor-próprio, ultrajado os seus prejuízos mais nobres, os seus direitos mais respeitáveis, que a indignação rompe todas as barreiras, e aparecem esses vulcões, e lavas, que tudo levam diante de si, ou esses surdos trovões, que abalam a Terra.

Os governantes, iludidos pelos seus caprichos e ambição, folgam com os maus feitos de alguns indignos agentes, que enviam às Províncias, e que aí só tratam ou de saciar de vinganças um partido, ou de oprimir e aviltar os cidadãos, que mostram amor pela Pátria e sentimentos de elevada independência: ao depois, quando os funestos efeitos de tão erradas medidas chegam a aparecer, a autoridade raras vezes deixa de atribuí-los ao espírito de sedição, aos malvados inimigos da ordem, & cia. e de lançar mão deste pretexto para novos atos de arbitrariedade e talvez de tirania. Que se segue daí? A cólera do povo comprimida torna-se ainda mais terrível, uma conspiração contém o germe de um cento delas: vítimas inúteis são sacrificadas, e quanto mais o governo se desvia da moderação e das leis, tanto maior força ganha o descontentamento, pai de comoções contínuas. 

Se o Poder quisesse sinceramente evitar o flagelo das revoluções violentas, (que na verdade não produzem bem algum), tinha à sua disposição um meio eficaz e muito fácil; este meio consiste em ser fiel às Instituições do Estado, e dar a conhecer que deseja a felicidade pública. O Povo nunca é ingrato a quem lhe faz benefícios, e os votos impotentes de alguns espíritos inquietos e malignos perdem-se no meio da satisfação e comprazimento geral. Nem se diga que os intrigantes exercem muitas vezes grande influência sobre a população, e que as suas tramas são tão bem urdidas, que iludem ainda os homens bem intencionados e sinceros. Contra os fatos nada há que valha, e quando os cidadãos observam que a Autoridade por atos contínuos se dirige a procurar-lhes o maior bem possível, e se desvela na sua prosperidade, ninguém poderá por especiosas teorias, arrastá-los à revolução e às desordens. 

Mas suponhamos que numa Província o povo, vivendo debaixo da aparente proteção de uma Constituição livre, a cada passo a vê infringida; que vê por um culpável desprezo da fé jurada o cutelo da perseguição erguido sobre os escritores generosos, que intentam defender os direitos dos indivíduos; o patriotismo olhado como um título para a suspeita, e os inimigos da sociedade civil rodeando a pessoa do Agente do Poder, benquistos, e com a sua presença afrontando todos aqueles a quem restam sentimentos de dignidade pessoal e aferro ao país a que pertencem. Que consequências poderá ter semelhante estado de coisas? Devemos confessar que a força da autoridade é aí muito falível; que tarde ou cedo o edifício fundado sobre a injustiça será abalado pelos alicerces, e que o Poder sucumbirá debaixo do peso dos seus mesmos triunfos. A  Lei: o bem comum, eis aí o norte que devem ter os que governam, até para sua própria segurança. 

De que servem as melhores Instituições, se na execução se iludem, se aqueles mesmos que foram postos como vigias, e protetores dos nossos foros, são os que trabalham por frustrar-nos da sua fruição, e se regozijam com a ilusão e perfídia, de que fazem jogo? Não acusem ao depois o Povo; reconheçam os seus erros, filhos de paixões mal regradas, a causa dos males que todos deploramos, e em vez de amontoarem arbítrio a arbítrio, de substituírem o regime do terror ao engano, tratam de estabelecer francamente o Império da Justiça e da imparcialidade legal. Daí pende essencialmente o nosso e o seu interesse: a Constituição é o nexo comum, que deve prender Governantes e Governados.
(A  Aurora Fluminense, n. 59, 25 de junho de 1828.)

(Pesquisa do texto: site da Academia Brasileira de Letras - foto: internet)

Evaristo da Veiga

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros nasceu no Rio de Janeiro no dia 08 de outubro de 1799. Era filho do professor primário português e depois livreiro, Francisco Saturnino da Veiga, e da brasileira Francisca Xavier de Barros. Teve seus primeiros estudos com o pai e a partir de 1811 cursou várias aulas régias na capital, até 1818, trabalhando como caixeiro do seu pai.  Em 1823 fundou sua livraria, da qual viveu até sua morte. 

Foi um dos mais combativos jornalistas do seu tempo, sendo um grande adversário do imperador dom Pedro I; foi o fundador do jornal "A  Aurora Fluminense", em 1827, também foi eleito deputado em 1830 pela província de Minas Gerais, sendo reeleito para o cargo três vezes. 

Durante a Regência combateu o separatismo das províncias, tendo, por isso, sofrido um atentado, levando um tiro no rosto. Foi grande incentivador do romantismo brasileiro, publicando, na "Miscelânia Poética, "Ode à Grécia", e alguns hinos patrióticos, dentre eles a letra do Hino da Independência, na "Revista Popular". Em 1832 apoiou as poesias de Gonçalves de Magalhães. Em 1837 voltou ao Rio de Janeiro, combatendo o movimento oposicionista do Padre Antônio Feijó. Foi no Rio de Janeiro que ele faleceu, no mesmo ano em que voltou, no dia 12 de maio de 1837. É o patrono nº 10 da Academia Brasileira de Letras.       

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet) 

Martim Soares Moreno (Fundador do Ceará)

Martim Soares Moreno foi um colonizador português, nascido em Santiago do Cacém, Portugal, em 1585. Chegou ao Brasil em 1603 e foi ao Ceará pela primeira vez em 1605, participante da expedição do também colonizador português Pero Coelho de Sousa, quando aprendeu a língua indígena. Firmou grande amizade com o grande chefe pitiguar Jacaúna, que o chamava de "meu filho"; começou então a conviver com os indígenas, vivendo nu e pintado como eles, e se apaixonou pela índia Iracema, romance que inspirou José de Alencar a escrever o livro "Iracema". 

Em 20 de janeiro de 1612 tomou posse oficial da região, denominada rio Siará, hoje Barra do Ceará. Custeado pelo governador-geral do Brasil, dom Diogo de Menezes, organizou uma expedição com dez homens e um sacerdote e fundou o Forte de São Sebastião, na embocadura do rio Ceará, dando origem à cidade de Fortaleza. Retornou a Portugal em 1619; voltando ao Brasil, foi então nomeado 1º Capitão-Mor do Ceará em 1621, permanecendo naquele estado até 1631, quando partiu para Pernambuco, para combater os holandeses, alcançando o posto de Mestre-de-Campo. 

Em abril de 1648 voltou a Portugal, onde faleceu na sua cidade natal, Santiago do Cacém, em 1652,  pobre e sem deixar filhos conhecidos no Brasil. 

Bibliografia: 
Moderna Enciclopédia Brasileira, vol. 2, pág. 422 - Editora G. Lopes LTDA, São Paulo, 1979.   
Foto e pesquisas adicionais: internet     

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Boa noite (Castro Alves)

Veux-tu donc partir? Le jour est encore éloigné;
C'était le rossignol et non pas l'alouette,
Dont le chant a frappé ton oreille inquiète;
Il chante la nuit sur les branches de ce grenadier,
Crois-moi, cher ami, c'était le rossignol.
SHAKESPEARE

Boa-Noite, Maria! Eu vou-me embora.
A Lua nas janelas bate em cheio.
Boa-noite, Maria! É tarde... É tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa-noite!... E tu dizes — Boa-noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
— Mar de amor onde vagam meus desejos.

Julieta do céu! Ouve... A calhandra
Já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti?... Pois foi mentira...
...Quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela-d'alva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo d'alvorada:
"É noite ainda em teu cabelo preto..."

É noite ainda! Brilha na cambraia
— Desmanchado o roupão, a espádua nua —
O globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a Lua...

É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores,
Fechemos sobre nós estas cortinas...
— São as asas de arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!

Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora...
Marion! Marion!... É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!...

Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo...
E deixa-me dormir balbuciando:
— Boa-noite! —, formosa Consuelo!...


São Paulo, 27 de agosto de 1868.
(Poesia: Castro Alves - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB) 

sábado, 26 de outubro de 2013

Províncias argentinas e suas capitais

Províncias argentinas, suas capitais e áreas:

1 - Cidade autônoma de Buenos Aires - Capital argentina - 200 km²
2 - Buenos Aires -  La Plata - 307.571 km²
3 - Catamarca - San Fernando del Valle de Catamarca - 102.602km²
4 - Chaco - Resistência - 99.633 km²
5 - Chubut - Rawson - 224.686 km²
6 - Córdoba - Córdoba - 165.321 km²
7 - Corrientes - Corrientes - 88.199 km²
8 - Entre Ríos - Paraná - 78.781 km²
9 - Formosa - Formosa - 72.066 km²
10 - Jujuy - San Salvador de Jujuy - 53.219 km²
11 - La Pampa - Santa Rosa - 143.440 km²
12 - La Rioja - La Rioja - 89.680 km²
13 -   Mendoza - Mendoza - 148.827 km²
14 - Misiones - Posadas - 29.801 km²
15 - Neuquén - Neuquén - 94.078 km²
16 - Rio Negro - Viedma - 203.013 km²
17 - Salta - Salta - 155.488 km²
18 - San Juan - San Juan - 89.651 km²
19 - San Luis - San Luis - 76.748 km²
20 - Santa Cruz - Rio Gallegos - 243.943 km²
21 - Santa Fé - Santa Fé - 133.007 km²
22 - Santiago del Estero - Santiago del Estero - 136.351 km²
23 - Terra do Fogo - Ushuaia - 21.478 km²  

(Pesquisa e foto: internet)

Canção (Cecília Meireles)

Não sou a das águas vista
Nem a dos homens amada;
Nem a que sonhava o artista
Em cujas mãos fui formada.
Talvez em pensar que exista
Vá sendo eu mesma enganada.

Quando o tempo em seu abraço
Quebra meu corpo, e tem pena,
Quanto mais me despedaço,
Mais fico inteira e serena.
Por meu dom divino, faço
Tudo a que Deus me condena.

Da virtude de estar quieta
Componho o meu movimento.
Por indireta e direta,
Perturbo estrelas e vento.
Sou a passagem da seta
E a seta, - em cada momento.

Não digas aos que encontrares
Que fui conhecida tua.
Quando houve nos largos mares
Desenho certo de rua?
E de teres visto luares,
Que ousarás contar da Lua?

Bibliografia:
Meireles, Cecília: Flor de Poemas - coleção Poiesis - 9ª edição - pág. 131 - Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro - 1983. 
Foto: internet

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Túlio

Símbolo: Tm
Massa atômica:  168,93421
Número atômico: 69
Ponto de fusão: 1818 K (1545 ºC)
Ponto de ebulição: 2223 K (1950 ºC)
Ano da descoberta: 1879
Autor da descoberta: Per Theodor Cleve
Origem do nome: Grega: Thule
Significado: Nome de uma ilha que Políbio supunha a mais setentrional do mundo.
Utilidades: Raios X de uso medicinal.

Características:
O túlio é um metal macio, maleável e dúctil., ao ponto de ser cortado facilmente com faca. Na sua forma pura é estável e sua principal fonte é a monazita. À temperatura ambiente é solido, é resistente à corrosão quando exposto ao ar seco e se apresenta com um brilho cinza prateado. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto e pesquisa: internet)

Tório

Símbolo: Th
Massa atômica: 232,0381
Número atômico: 90
Ponto de fusão: 2115 K (1.750 ºC)
Ponto de ebulição: 5061 K (4788 ºC)
Densidade: 11,7 g/cm³
Ano da descoberta: 1828
Autor da descoberta: Jöns Berzelius
Origem do nome: Thor, deus da guerra na mitologia escandinava.
Significado:             –
Utilidades: Material para reator atômico, camisa para lampião a gás, vidro de laboratório, etc.

Características:
À temperatura ambiente o tório é encontrado em estado sólido, de cor branca prateada brilhante, mas exposto ao ar ele se torna acinzentado.  Aparece associado principalmente aos terras raras e ao urânio, mas suas maiores fontes são os minérios monazite e torite. 
Quando aquecido ao ar ele se inflama e queima produzindo uma luz branca brilhante. Levemente radioativo, foi usado para datar hominídeos fósseis. Tem uma meia-vida em torno de 14 bilhões de anos e seus maiores produtores são: Índia, Brasil, Austrália, Malásia, etc.    

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet)

domingo, 20 de outubro de 2013

Guepardo

Classificação científica:
Reino: animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Subordem: Feliformia
Família: Felidae
Gênero: Acinonyx
Espécie: Acinonyx Jubatus


Características:
O guepardo é também conhecido pelos nomes: chita, lobo-tigre, leopardo-caçador ou onça africana (acinonyx jubatus), única espécie viva do gênero acinonyx. É encontrado na África, Península Arábica e sudoeste da Ásia. Na África, ele é encontrado nas savanas, pradarias e semi-desertos.

É o mais rápido dos animais terrestres, atingindo uma velocidade de 112 a 120 km/h em apenas 4 segundos, percorrendo uma área de 250 a 650 metros em cada corrida, que o deixa bastante exausto depois da caça; com isso, muitas vezes sua caça lhe é subtraída por leões e hienas, já que ele não consegue reagir ao roubo. Tem uma altura de 60 a 76 cm, mede até 2,10 metros de comprimento, sendo 65 cm de cauda, e pesa em média de 28 a 65 quilos. Tem boa visão, que lhe permite às vezes caçar à noite, e péssimo olfato, o que lhe torna incapaz de sentir cheiros, exceto de uma fêmea no cio. É um animal carnívoro, e se alimenta de mamíferos de até 40 kg. Entre suas presas prediletas está a gazela, o antílope, zebra, impala, filhotes de gnu, aves e insetos.

De bela aparência, o guepardo parece um leopardo, e em suas patas há ranhuras que lhe ajudam a tracionar bem em alta velocidade, sendo a sua cauda usada na estabilidade nas curvas. Pode ser identificado por seu padrão exclusivo de anéis na cauda; tem cabeça pequena e coluna flexível, abdômen retraído, focinho curto, olhos situados na parte superior da face, narinas largas e orelhas pequenas e arredondadas. Seu pelo é salpicado de pontos negros arredondados, e na face há duas linhas negras de cada lado do focinho, que nascem dos olhos e vão até à boca. Suas garras são imóveis, e é o único felídeo que não as retrai, deixando-as sempre à mostra, o que lhe dá aderência ao solo durante a corrida. Seu território abrange uma área de 37 a 160 km² que o macho demarca urinando em árvores, troncos e rochas.  

O macho atinge a maturidade sexual de 2,5 a 3 anos de idade, e a fêmea, aos 2 anos. O macho jovem consegue viver e caçar em grupos, principalmente de uma mesma ninhada, mas a fêmea é solitária, encontrando-se com o macho apenas durante o acasalamento, chegando até a caçar com o seu parceiro.

A gestação da fêmea dura de 90 a 95 dias, e dela nasce de 1 a 6 filhotes, de diferentes pais. O filhote, por sua vez, nasce com 150 a 300 gramas de peso, e o desmame acontece quando ele completa 6 meses de idade. Quando atinge uma idade de 13 a 20 meses, o filhote deixa a mãe para viver por conta própria, solitário ou em grupos pequenos.

Enquanto os filhotes estão sob os cuidados da mãe, ela os vigia com rigor, pois os pais são capazes de devorá-los; em contrapartida, um macho é capaz de adotar filhotes perdidos ou órfãos, cuidando deles como suas próprias crias, fazendo o papel de pai e mãe ao mesmo tempo.   

O guepardo usa vários sinais de comunicação:
Pios de alta frequência, quase latidos, para encontrar seus filhotes ou uns aos outros; gagueira, durante encontros sociais; rosnado, quando se sente ameaçado, e ronrono, quando o perigo desaparece. Na natureza ele pode viver entre 15 e 20 anos. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto e pesquisa: internet)
  

Não maldigo os versos que lhe fiz (Ronaldo Cunha Lima)

Não maldigo os versos que lhe fiz,
Embora não devesse tê-los feito.
São versos que nasceram do meu peito,
Mas frutos de um amor muito infeliz.

São versos que guardam o que não quis
Guardar daquele nosso amor desfeito.
Relendo-os sofro, e sofrendo aceito
O que o destino quis como juiz.



Não os maldigo, não. Não os maldigo.
Vou guardá-los em mim como castigo,
Para no amor eu escolher direito.

Só porque nesse amor não fui feliz,
Não maldigo os versos que lhe fiz,
Embora não devesse tê-los feito.

(Poesia: Ronaldo Cunha Lima - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

Poema de Omar Khayyam (Poeta persa)

Vinho! O meu coração enfermo quer este remédio!

Vinho de perfume almiscarado! Vinho cor de rosas!

Vinho, para extinguir o incêndio da minha tristeza!

Vinho e o teu alaúde de cordas de seda, ó minha bem-amada!

(Poesia: Omar Khayyam - foto: internet)

sábado, 19 de outubro de 2013

Diâmetro equatorial do Sol, dos Planetas e dos Planetas Anões do Sistema Solar (em km):

Diâmetro equatorial do Sol, dos Planetas e dos Planetas Anões do Sistema Solar (em km):
1 - Sol - 1.392.000
2 - Mercúrio - 4.879
3 - Vênus - 12.104
3 - Terra - 12.756
4 - Marte - 6.794
5 - Júpiter - 142.984.
6 - Saturno - 120.536
7 - Urano - 51.118
8 - Netuno - 49.528
9 - Ceres - 969
10 - Plutão - 2.390
11 - Éris - 2.400  

(Pesquisa e foto: internet)

Distância dos Planetas e dos Planetas Anões do Sistema Solar em relação ao Sol (em km):

Distância dos Planetas e dos Planetas Anões do Sistema Solar em relação ao Sol  (em km):
1 - Mercúrio - 58.000.000
2 - Vênus - 108.000.000
3 - Terra - 150.000.000
4 - Marte - 228.000.000
5 - Júpiter - 778.000.000
6 - Saturno - 1.433.000.000
7 - Urano - 2.872.000.000
8 - Netuno - 4.495.000.000
9 - Ceres - 414.000.000
10 - Plutão - 5.900.000.000
11 - Éris - 10.300.000.000  

(Pesquisa e foto: internet) 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Não te escondas

Não te escondas,
Não te humilhes por nada,
Pois a vida reclama dos fracos, fraca sorte...

Não te escondas,
Não te humilhes para ninguém,
Pois o Sol é de todos, e a chuva também...

Deus, em Sua divina bondade,
Deu-nos uma Terra generosa,
Toda pura e enfeitada
Para que a gente a domine como se domina uma rosa...

Não te humilhes, não te rendas a ninguém,
Pois Deus no céu te fez forte, bondoso,
E nos dá toda sorte de bens...

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Santo do pau oco - como surgiu a expressão

No século XVII as esculturas de santos vindas de Portugal para o Brasil eram feitas de madeira e muitas delas ocas por dentro para esconder dinheiro falso. Durante o ciclo do ouro do Brasil muitos contrabandistas, senhores de terras e donos de grandes minas também utilizavam os santos ocos para esconder ouro em pó e escapar da fiscalização e altos impostos.

As mais altas esculturas eram utilizadas como forma de presentear parentes em diversas províncias brasileiras e até embarcadas para Portugal recheadas de grandes fortunas. Foi assim que surgiu a expressão "santo do pau oco".  

(Texto e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Titânio

Símbolo: Ti
Massa atômica: 47,88
Número atômico: 22
Ponto de fusão: 1941 k (1.668 ºC)
Ponto de ebulição: 3560 K (3287 ºC)
Densidade: 4,5 g/cm³
Ano da descoberta: 1791
Autor da descoberta: Padre inglês Willian Gregor
Origem do nome: Grega: Titán
Significado: Família de gigantes mitológicos, filhos de Urano.
Utilidades: Motor de avião, pino para fraturas, próteses, pigmento de tinta e papel, etc.

Características:
O titânio é um metal de transição leve, branco metálico, lustroso e resistente à corrosão e à mecânica; tem baixa condutividade térmica e elétrica. Quando puro é bem dúctil e queima quando é aquecido, mas é incapaz de queimar quando imerso em nitrogênio gasoso; é resistente à dissolução nos ácidos sulfúrico, clorídrico e à maioria dos ácidos orgânicos.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet) 

Térbio

Símbolo: Tb
Massa atômica: 158,92534
Número atômico: 65
Ponto de fusão: 1629 K (1360 ºC)
Ponto de ebulição: 3503 K (2500 ºC)
Ano da descoberta: 1843
Autor da descoberta: Carl G. Mosander
Origem do nome: Homenagem a Ytterby, cidade sueca.
Significado:          –
Utilidades: Proteção contra radiação, lâmpada fluorescente, etc.

Características:
O térbio é um elemento branco prateado, macio, mole e flexível ao ponto de ser cortado com faca. Medianamente reativo, estável ao contato com o ar sob temperatura ambiente, reage com ácidos concentrados ou diluídos, com água e oxigênio, formando diversos compostos químicos como haletos, carbonato, sulfato, nitrato, etc. Ele é encontrado em estado sólido. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB- foto e pesquisa: internet)

domingo, 13 de outubro de 2013

Entre...

Entre pela porta da frente
De minha casa humilde;
Entre sem pedir licença
Qual rei intransigente...

As quatro Luas de sangue me dirão
Quando Você vai chegar;
Sinais no céu aparecerão,
E eu os verei com meus olhos, minha visão...



Eu queria envelhecer
E ser uma velha sábia e sã,
Mas quem sabe de tudo é Você
Que é o dono do amanhã...

Eu queria ter um dedo de prosa com Você,
Apareça em minha humilde casa;
Estou pronta a lhe seguir sem saber
Aonde Você vai me levar: para outra casa?

sábado, 12 de outubro de 2013

Planeta Marte

Marte é o quarto planeta do sistema Solar a partir do Sol e o terceiro menor em tamanho, sendo o último dos planetas telúricos. Situado entre a Terra e o cinturão de asteroides, é um planeta rochoso com uma atmosfera muito rarefeita, o que torna a temperatura de sua superfície muito variável: durante o dia pode atingir 15 ºC, e à noite, -110 ºC. 

É o quinto objeto mais brilhante do céu - perde apenas para o Sol, a Lua, Vênus e Júpiter; possui a montanha mais alta do Sistema Solar, um vulcão duas vezes e meia a altura do Monte Everest e indícios de inundações cataclísmicas no passado remoto. Sua atmosfera é composta de 95% de gás carbônico. É menos denso do que a Terra: possui 15% do volume e 11% da massa da Terra. Sua cor avermelhada se dá por causa do óxido de carbono III, conhecido como hematita ou ferrugem. Os egípcios o chamavam de Her Descher - O vermelho; os babilônios, de Nergal - Estrela da Morte- e os romanos, de Marte - deus da guerra. 

Ficha técnica:
Área superficial: 144.798.500 km²
Distância do Sol: 227.940.000 km.
Diâmetro: 6.694 km.
Período de rotação (dia): 24,6 horas terrestres.
Período de translação (ano): 686,9 dias terrestres.
Periélio: 206.669.000 km
Afélio: 249.209.300 km.
Velocidade média da órbita: 24,13 km/s
Gravidade: 100 kg na Terra equivalem a 38 kg em Marte.
Quantidade de Luas: 2 - Fobos e Deimos.
Vulcão: o maior do sistema Solar, chamado Olympus Mons

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet)   

A imortalidade da alma (Cícero)

O que se pode mesmo afirmar, com certeza, é que, para Públio Cipião, dentre os muitos dias de existência bela e alegre, a jornada mais brilhante foi aquela em que, já ao anoitecer, deixando o Senado, fora conduzido à sua residência pelos senadores, circundado pelo povo romano, pelos aliados e pelos latinos, na véspera de deixar esta vida. Aquilo foi como que transitar do mais elevado grau de dignidade para junto dos deuses, em vez de descer aos infernos.

Realmente, eu não poderia aderir àqueles que, de recente, puseram-se a proclamar que a alma perece junto com o corpo e que tudo fica desfeito pela morte. 

Para mim, vale mais a autoridade dos antigos e de nossos antepassados que aos mortos conferem direitos sacros. Ora, isso, por certo, não teriam feito se julgassem que nada mais lhes traria algum proveito.

O mesmo pensavam aqueles que, outrora, povoavam este solo. Bem eles que promoveram a Magna Grécia, hoje, arruinada, mas então, florescente, mediante os institutos e preceitos por eles transmitidos. 

Também apelo para a autoridade daquele que o oráculo de Apolo tinha julgado como "o mais sábio". Não um sábio que, ora afirma uma coisa, ora nega, como, aliás, é encontradiço, mas, sempre, afirma que as almas dos seres humanos são divinas e, quando deixam o corpo, caminham de retorno para o céu, onde os melhores e os mais justos são, de imediato, transferidos.

Idêntico era o modo de ver de Cipião. Como se tivesse pressentido, poucos dias antes de morrer, estando então presentes Filo e Manílio com outros mais, entre eles tu também, Cévola, pois tinhas ido comigo, ele dissertou acerca da República, ao longo de três dias. O final da explanação quase tudo versou sobre a imortalidade da alma. Dizia que, durante um sono, ouvira isso graças a uma visão, da boca de Africano. 

Se é mesmo verdade que, no momento da morte, a alma dos melhores escapa como que fugindo da prisão e dos grilhões do corpo, a quem concederíamos voo mais rápido para os deuses do que Cipião? Receio que lamentar aquela perda seria mais inveja do que amizade.

Se, ao contrário, valer a outra assertiva de modo que aniquilam-se a alma e o corpo, sendo que nada resta da vida, então também nada subsiste nem de bom nem de mau após a morte. Perdido que forem os sentidos, a gente fica reduzido ao estado de não nascido. 

No entanto, se alguém nasceu foi bem ele com o qual nos felicitamos, enquanto esta cidade, ao longo de sua história, também se alegra com o mesmo. 

(Texto: Cícero - Obra: A amizade - cap. III - 1: A imortalidade da alma - Foto: Eliza Ribeiro - Taperoá (PB)     

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Na minha terra (Álvares de Azevedo)

Amo o vento da noite sussurrante
A tremer nos pinheiros
E a cantiga do pobre caminhante
No rancho dos tropeiros;

E os monótonos sons de uma viola
No tardio verão,
E a estrada que além se desenrola
No véu da escuridão.


A restinga d'areia onde rebenta
O oceano a bramir,
Onde a lua na praia macilenta
Vem pálida luzir;

E a névoa e flores e o doce ar cheiroso
Do amanhecer na serra,
E o céu azul e o manto nebuloso
Do céu de minha terra;

E o longo vale de florinhas cheio
E a névoa que desceu,
Como véu de donzela em branco seio,
As estrelas do céu.

II

Não é mais bela, não, a argêntea praia
Que beija o mar do sul,
Onde eterno perfume a flor desmaia
E o céu é sempre azul;

Onde os serros fantásticos roxeiam
Nas tardes de verão
E os suspiros nos lábios incendeiam
E pulsa o coração!

Sonho da vida que doirou e azula
A fada dos amores,
Onde a mangueira ao vento tremula
Sacode as brancas flores,

E é saudoso viver nessa dormência
Do lânguido sentir,
Nos enganos suaves da existência
Sentindo-se dormir;

(...)

III

Quando o gênio da noite vaporosa
Pela encosta bravia
Na laranjeira em flor toda orvalhosa
De aroma se inebria,

No luar junto à sombra recendente
De um arvoredo em flor,
Que saudades e amor que influi na mente
Da montanha o frescor!

E quando à noite no luar saudoso
Minha pálida amante
Ergue seus olhos úmidos de gozo,
E o lábio palpitante...


(Poesia: Álvares de Azevedo - foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

Luar do sertão (Luiz Gonzaga e Milton Nascimento)

Ai que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão;
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.

Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!
Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão;
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia a nos nascer no coração.

Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!
Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste, no sertão, se faz luar;
Parece até que a alma da lua é que descanta
Escondida na garganta desse galo a soluçar.

Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!
Não há, oh gente, oh não,
Luar como este do sertão!

Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez;
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez.

(Composição: Catulo da Pixão Cearense e João Pernambuco)
Montagem do vídeo: www.betediniz.com.br 

Elefante

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: mammalia
Ordem: Proboscidea
Família: Elephantidae
Gêneros: Loxodonta, Elephos, Mammuthus, Stegodon, Deinotherium.



Características: 
O elefante é um animal herbívoro; alimenta-se de ervas gramíneas, folhas de árvores e frutos. É capaz de consumir entre 70 e 150 kg de alimentos por dia. Em geral vive em manadas de 10 a 15 indivíduos, compostas por várias reprodutoras e crias de diversas idades, sob a liderança de uma matriarca. É papel da matriarca memorizar lugares fartos em água no tempo seco e garantir o bem estar da manada. Se um jovem macho, na idade reprodutiva, romper a hierarquia, a matriarca logo o expulsa do bando. O macho adolescente, em geral, vive em pequenos grupos, e o macho adulto vive isolado, encontrando-se com a fêmea somente na época do acasalamento. Nessa época ele se torna agressivo. 
    
A fêmea, também chamada de Alia, atinge a maioridade sexual aos 12 anos de idade, quando engravida apenas de 1 cria. A gestação dura entre 20 e 22 meses, e ela só engravida de 4 em 4 anos, pois passa 2 anos amamentando o filhote. O filhote, por sua vez, nasce com até 100 kg.   

Existe o elefante africano, encontrado principalmente nas florestas e savanas do Quênia, da Tanzânia e Uganda, e o elefante asiático, que vive em florestas. Entre eles há algumas diferenças: o africano pesa de 4 a 6 toneladas, mede de 5 a 7 metros de comprimento e 4 de altura; o asiático pesa de 3 a 5 toneladas, mede de 2,4 a 3 metros de altura e 3 de comprimento. As orelhas do africano também são maiores.

O elefante possui um membro de suma importância para a sua sobrevivência: a tromba, que em média pesa 140 kg. Ele a utiliza para levar comida à boca, para beber água, quando chupam até 14 litros de água de uma vez, para depois jogá-la na boca; também inalam água para banhar-se e usam a tromba como tubo de respiração para nadar. Cumprimentam-se por ela, enrolando uma na outra; usam-na para namorar, defender-se e atacar. Seu maior predador é o homem, mas o leão pode atacar um filhote, que, por causa disso, é colocado no meio da manada como meio de proteção. 

As presas de marfim existentes na boca do elefante, tão cobiçadas, na verdade são os segundos incisivos superiores, e crescem até 15 cm ao ano. Ele as utiliza para escavar a terra à procura de água, sal ou raízes, para retirar cascas de árvores, para marcar territórios em cascas de árvores e como defesa. Quando seus dentes molares caem, o elefante não consegue mais se alimentar e acaba morrendo. Quando está perto da morte, ele se isola e procura um lugar para passar o resto dos seus dias; quando morre, os membros da manada permanecem ali, tocando seu corpo com a tromba, até muitos anos depois de sua morte, se passarem por aquele local. O elefante pode viver até os 60 anos.      

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)     

domingo, 6 de outubro de 2013

Meu cajueiro (Humberto de Campos)

Aos treze anos da minha idade, e três da sua, separamo-nos, o meu cajueiro e eu. Embarco para o Maranhão, e ele fica. Na hora, porém, de deixar a casa, vou levar-lhe o meu adeus. Abraçando-me ao seu tronco, aperto-o de encontro ao meu peito. A resina transparente e cheirosa corre-lhe do caule ferido. Na ponta dos ramos mais altos abotoam os primeiros cachos de flores miúdas e arroxeadas como pequeninas unhas de crianças com frio.
- Adeus, meu cajueiro! Até à volta!
Ele não diz nada, e eu me vou embora.

Da esquina da rua, olho ainda, por cima da cerca, a sua folha mais alta, pequenino lenço verde agitado em despedida. E estou em São Luís, homem-menino, lutando pela vida, enrijando o corpo no trabalho bruto e fortalecendo a alma no sofrimento, quando recebo uma comprida lata de folha acompanhando uma carta de minha mãe: "Receberás com esta uma pequena lata de doce de caju, em calda. São os primeiros cajus do teu cajueiro. São deliciosos, e ele te manda lembranças..."

(Texto: Humberto de Campos - Foto: cajueiro de Humberto de Campos - Parnaíba (PI): internet) 

sábado, 5 de outubro de 2013

Além das estrelas...

A gente sempre espera o novo,
E ele vem lá do espaço:
Um cometa, um planeta, um segundo Sol...

No vaivém do Universo,
Os estilhaços de alguma explosão
Trará meu amor em versos,
Uma grande paixão...

Eu te vejo em todo lugar,
Até na mais longínqua estrela
Aonde um dia vou morar,
E mesmo lá eu te amarei, com certeza...

Qualquer que seja o viajante,
Eu marcarei nele teu nome e o meu,
Para que nosso amor seja da natureza participante
Em sua forma plena, dentro de Deus!

(Poesia: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet) 

O macaco, a onça e o touro (Luís da Câmara Cascudo)

Uma vez o macaco trazia um cacho de coco-catulé (Attalea) e como pesasse muito parou para descansar. Um touro avistou-o, aproximou-se e começou a mangar do macaco , achando-o fraco demais. Não podia nem carregar o de comer. O macaco foi-se esquentando:
- Camarada touro, você pode ser muito forte mas não é mais do que eu. Sou um bicho pequeno mas tenho talento (força física). 

O touro achou muita graça e, palavra puxa palavra, acabou o macaco afrontando o camarada para uma aposta.
- Que aposta é? 
- Amanhã eu trago uma corda bem forte; fico numa ponta e você na outra. Cada qual bota todo talento que tiver. Quem puxar o outro para perto, ganha... 
- Pois está muito bem.  Amanhã quero tirar esse ranço...
  
Foi-se embora o touro, e o macaco nem quis mais saber dos catulés, imaginando o que ia fazer para enganar o touro. Estava nessa cogitação quando ouviu o tropel macio da onça. Mais que depressa pulou para um pé de pau e subiu, olhando lá de cima. A onça chegou, farejando, olhou e viu o macaco.
- Desça daí, mofino! Já jantei! Quero só conversar com você! 
- Eu converso daqui mesmo, camarada onça. 
- De quem são esses catulés? 
- São meus se a comadre onça não os quiser.
- Não quero saber de cocos, camarada macaco. Você tem visto o bicho-homem? 
- Há tempos que não o vejo, camarada onça, mas aprendi muito com ele. 
- Que é que você aprendeu com o bicho-homem? 
- Aprendi a derrubar bicho-bruto como você! 
- Derruba coisa nenhuma, camarada macaco, deixe de pabulagem. 
- Derrubo!  A questão é você querer puxar uma ponta de corda e eu ficar no outro lado. Você não tem talento para me arrastar nem um risco...
- Deixe de sonho, camarada macaco. Mas para você não ir se gabando eu aceito a aposta.
- Pois amanhã, no pé daquele serrote onde há uns pés de oiticica. Você fique na ponta de lá, perto da estrada.    
- Está combinado.
- Está combinado.

O macaco bateu o pé para a casa do bicho-homem e furtou uma corda bem grande e forte. No outro dia foi esperar o touro na ponta da pedra. Assim que o viu, entregou a ponta da corda e segurando o outro lado, disse:
- Vou ficar longe e quando eu gritar ecôoo, você bote força. 

Saiu com a corda e foi encontrar a onça que estava deitada, lambendo as patas.
- Camarada onça, aí vai a ponta da corda, segure que eu vou para o outro lado das pedras. Quando eu gritar ecôoo, você o que tiver de talento, bote...

Correu para as pedras, trepou-se e gritou:
- Ecôoo...

Ouvindo o grito, o touro de um lado e a onça do outro puxaram a corda. Admirados com a força que julgavam do macaco, botaram o que tinham. Ia a onça arrastada um bando de palmos. Fazia finca-pé. O touro vinha vindo. Fincava as patas no chão. E assim foram indo, vai não vai, até que o macaco, avistando uma carga de bananas que um homem ia carregando pela estrada, largou-se numa carreira desadorada, abandonando tudo. Vendo o macaco passar e a corda continuar esticada, a onça e o touro compreenderam que havia trapalhada e foram se chegando para ver quem estava na outra ponta.
- Camarada touro!
- Camarada onça! 

E como touro e onça não fazem boa liga e cada um respeita muito o outro, saíram para outros caminhos, zangados com o atrevimento do macaco que enganara os dois bichos grandes e fortes. 

(Texto: Luís da Câmara Cascudo, Folclore do Brasil.Editora Fundo de Cultura - Rio de Janeiro - foto: internet)        

Deuses romanos e correspondentes gregos:

Nome romano                  Nome grego               Atribuições

Júpiter                                Zeus                      Pai dos deuses; deus do céu.
Juno                                   Hera                      Mãe dos deuses; protetora das mães e esposas.
Marte                                 Ares                      Deus da guerra.
Vênus                                Afrodite                  Deusa do amor.
Ceres                                 Deméter                 Deusa da vegetação, das colheitas, da fertilidade da terra.
Diana                                Ártemis                   Deusa da caça.
Apolo                               Apolo                       Deus da luz; protetor das artes.
Mercúrio                           Hermes                  Mensageiro dos deuses; deus das estradas, protetor dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões.
Vulcano                            Hefesto                    Deus do fogo; protetor dos ferreiros e oleiros.
Vesta                                Héstia                      Deusa do fogo doméstico; protetora da família e das cidades.
Minerva                             Atena                     Deusa da sabedoria.
Netuno                              Posêidon                 Deus dos mares.

(Pesquisa e foto: internet)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sururina

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Tinamiformes
Família: Tinamidae
Gênero: Crypturellus
Espécie: C. Soui.


Características:
A sururina é um tinamídeo, mede 31 cm de comprimento, de vasta distribuição geográfica, encontrando-se na América do Sul e Central. No Brasil ela está presente no Sudeste, Nordeste e Amazônia.

Ela também é conhecida como tururim, tururi, sovi, canela-parda, ferrinho, tururina e inhambu-carioca. É uma ave terrícola, e empoleira-se nos galhos densos para pernoitar; possui coloração uniforme, com garganta esbranquiçada. Habita a mata de várzea e galeria, capoeira, matos secos e ralos e o cerrado, assim como em campos e florestas da América do Sul. Alimenta-se de sementes, pequenos frutos e insetos.

O macho é menor do que a fêmea e cuida do ninho, choco, que dura 17 dias, e da criação dos filhotes. Os ovos da sururina têm coloração vinho ou púrpura escuro. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

Poema de Mimnermo de Colofon (Poeta grego - século VII a.c)

Como as folhas que brotam
Na primavera em flor
E crescem rápidas à luz do sol,
Assim é que nós somos;
Como essas folhas, por exíguo prazo
Podemos usufruir da juventude em flor,
Desconhecendo, por divina graça,
Quer o mal, quer o bem.

A cada lado estão as negras Parcas:
Traz uma a cruel velhice, a outra a morte.
Da juventude o fruto dura muito pouco,
Não mais que sobre a terra à luz do sol;
E quando passa a plenitude desse tempo
É então melhor morrer do que viver.

Trecho de poema de Erina (Poetisa grega - século V ou IV a.C)

Ó estrelas e Sereias, urna funerária
Que encerras minha pouca cinza,
Saudai a gente que se acerca de meu túmulo,
Seja daqui ou forasteira.
Contai: mal me casara, a morte me colheu;
O nome que meu pai me pôs
Foi Báucis; Telos, o lugar onde nasci:
E Erina, minha amiga,
Em meu sepulcro estas palavras inscreveu.

(Trecho do poema "A Roca", da poetisa grega da cidade de Telos, Erina - século V ou IV a.C - um lamento pela morte de sua amiga Báucis, logo após casar-se. Foto: aplicativo da internet)