quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aleijadinho


Antônio Francisco Lisboa nasceu em Bom Sucesso, subúrbio de Vila Rica, hoje Ouro Preto, Minas Gerais, provavelmente no dia 29 de agosto de 1730.                                                                       
Era filho do arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e da escrava Isabel.  Manuel Francisco Lisboa chegou à Vila Rica em 1728 e passou a trabalhar em carpintaria, arquitetura e escultura; era casado com Antônia de São Pedro e tinha quatro filhos desse casamento.

Logo ao nascer, Antônio Francisco recebeu carta de alforria de seu pai, e alguns anos depois teve com ele as suas primeiras lições de arquitetura e escultura. Recebeu ainda instruções do artista português João Gomes Batista, que trabalhava como gravador de moedas em uma casa de fundição de Vila Rica.
Algum tempo depois Antônio Lisboa foi trabalhar por conta própria, fazendo esculturas e planejando igrejas. Seus trabalhos já chamavam a atenção de todos, até das cidades vizinhas, mas não assinava seus trabalhos e nem os livros de registros de pagamentos por ser mestiço.

No auge da fama, foi acometido por duas graves doenças: porfiria e hanseníase, quando perdeu os dedos dos pés e foi obrigado a andar de joelhos, perdendo também alguns dedos das mãos, restando apenas os dedos indicadores e polegares. Por causa da doença foi apelidado de Aleijadinho.

Mesmo doente, Aleijadinho continuou trabalhando, com a ajuda de três escravos. Um deles, chamado Justino, um dia fugiu levando o dinheiro de um grande trabalho. Outro escravo e discípulo seu, chamado Maurício, ajudava-o amarrando às suas mãos o cinzel e o martelo com uma correia de couro.

Vivia sempre isolado; saía de casa de madrugada e retornava tarde da noite para que ninguém reparasse a sua deformidade. Morreu aleijado, cego e na miséria, no dia18 de novembro de 1814. Foi sepultado numa vala comum da Confraria da Boa Morte, em Vila Rica. 

Principais obras:

Em Vila Rica projetou e decorou várias capelas. Em 1773 iniciou as obras da capela da Confraria dos Negros de São José, da qual era membro. Também a capela da Confraria de Nossa Senhora das Mercês e dos Perdões, mais conhecida por Mercês de Baixo. Projetou uma estátua de São Jorge, em tamanho natural, para ser montada num cavalo em dias de procissão.

Em São João Del - Rei projetou a capela da Confraria dos Terceiros de São Francisco, iniciada em 1773 e inaugurada em parte no ano seguinte, tendo trabalhado na decoração interna e externa.

Na cidade de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, fez o projeto da fachada da matriz de Santo Antônio, em 1810. O restante dos trabalhos da igreja tem outra autoria.

Em Sabará, na capela da Ordem Terceira do Carmo, supervisionou as modificações nos planos do frontispício, feito por outro mestre de obras em 1770 e 1771. Em 1779 entregou esculturas de São Simão Stock, e em 1781, executou a balaustrada, o couro e os púlpitos.
Na matriz de Morro Grande esculpiu uma imagem de São João Batista para o frontispício.

Em Congonhas do Campo realizou as obras da Via Crucis, representada nas sete capelas de rampa. São sessenta e seis figuras em madeira de cedro, em tamanho natural. Também fez doze figuras, um pouco maiores que o natural, representando os profetas. O grupo dos “Profetas” foi feito em pedra - sabão, comum naquela zona do ouro.

Em arquitetura, Aleijadinho só traçava a planta do edifício a ser construído e supervisionava sua construção, muitas vezes dando um toque final na decoração.    

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada. Vol. 6, Fascículo 85, pág. 1438-1440. São Paulo, Globo, 1966. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. Vol. I. Porto Alegre, Globo, 1974.

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

Nenhum comentário:

Postar um comentário