quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Almirante Tamandaré


Joaquim Marques Lisboa, Almirante Tamandaré, nasceu na Vila de São José do Norte, na Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, no dia 13 de dezembro de 1807. Em 1823, aos dezesseis anos, alistou-se na Marinha, ocupando o posto de praticante de piloto, na recém-criada Armada Imperial. Enviado para o Rio de Janeiro, foi logo incorporado à fragata Niterói, comandada pelo capitão-de-fragata João Taylor, que estava seguindo para a Bahia, para combater tropas portuguesas que ainda resistiam à independência do Brasil. Com a expulsão dos rebeldes lusitanos, em dois de julho de 1823, a fragata ainda seguiu as tropas portuguesas em sua volta a Lisboa, quando chegou até à foz do Rio Tejo.

Voltando para o Rio, Tamandaré matriculou-se na Escola da Marinha, por incentivo do Almirante Cochrane, mas deixou os estudos para combater os revoltosos da Confederação do Equador, em Pernambuco. Vencida a Revolta, voltou ao Rio para retomar seus estudos, sendo na ocasião promovido a segundo-tenente.

Em dezembro de 1825 participou na guerra do Brasil contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina), na esquadra que bloqueou Buenos Aires, onde lutou bravamente. Admirado com seu empenho, o comandante da frota brasileira, o inglês James Norton, confiou-lhe o comando da escuna Constança, tornando-se Tamandaré comandante de navio aos dezenove anos. Durante aquela guerra foi prisioneiro dos inimigos, porém escapou e ainda capturou o brigue argentino “Ana”, onde estava a bordo.

No período Regencial, entre os anos 1831 a 1840, e nos primeiros anos do reinado de dom Pedro II, participou ativamente de várias lutas internas em defesa do governo brasileiro, como a Cabanagem, no Pará, a Sabinada, na Bahia, Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e a Balaiada, no Maranhão, tendo nesta última comandado a esquadra que apoiou o Exército comandado pelo Duque de Caxias.

Em 1848 foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra, quando foi designado para trazer para o Brasil o primeiro navio a vapor adquirido pela Armada Imperial. Nessa viagem Tamandaré participou de um salvamento de todos os passageiros e tripulantes de um barco inglês que estava se incendiando em alto-mar. Nesse tempo participou também da vitória contra a Revolução Praieira, em Pernambuco, quando acabou com o reduto dos revoltosos no Recife.

Em 1860, como vice-almirante, recebeu o título de Barão de Tamandaré, que é uma região de Pernambuco onde ele perdeu um irmão na luta contra a Confederação do Equador. Esse foi o primeiro título concedido por dom Pedro II a um oficial da Armada.

Na guerra contra o ditador Aguirre, do Uruguai, Tamandaré comandou a Divisão Naval Brasileira no Rio da Prata, exercendo um papel fundamental na tomada da cidade de Paysandú, quando recebeu o título de Visconde. Em 1864, na guerra contra o Paraguai, assumiu o comando de todas as unidades navais em operações, quando bloqueou as vias fluviais paraguaias, impedindo que o ditador López recebesse ajuda do exterior. Também ajudou as tropas terrestres de Duque de Caxias, fornecendo-lhes transportes e fogo de artilharia.

Em dezembro de 1866 ficou gravemente doente e por isso renunciou ao comando da Esquadra, sendo substituído pelo Visconde de Inhaúma, e retornou ao Brasil. Restabelecida sua saúde, ainda prestou outros serviços à Marinha. Em 1887 recebeu de dom Pedro II o título de Conde e no ano seguinte o de Marquês.
Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, Almirante Tamandaré pediu sua reforma, por ser monarquista e amigo do imperador. Faleceu no dia 29 de março de 1897, no Rio de Janeiro, após uma vida inteira dedicada à Pátria. Foi proclamado Patrono da Marinha do Brasil no ano 1925, sendo o dia do seu aniversário comemorado como o dia do Marinheiro.    

Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Novo Curso de Estudos Sociais. 2ª ed. unificada. São Paulo, Michalany, 1985.
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed.vol. XI. Porto Alegre, Globo, 1974.
MODERNA Enciclopédia Brasileira. Vol.III, pág. 596. São Paulo, G. Lopes Ltda, 1979.

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