quarta-feira, 31 de março de 2021

Tempo à beça: letra — Música de Clara Nunes


Faz tanto tempo,

Eu não te vejo os olhos!

Faz tanto tempo,

Eu não te beijo a boca!




Fez-se em meu verso

Jeito adverso de dizer, com voz tão rouca,

Que já não brilham mais meus olhos.

Veja! De tanto olhar o que ficou pra trás,

Volta depressa, que é tempo à beça,

E eu tenho amor demais!


Volta, vida, 

Que ainda é teu meu coração;

Lágrimas sentidas marcam o meu violão.

Vem, vem, querida!

Vamos viver em comum,

Mas, se for pra ser fingida,

Podes ir com qualquer um. (Bis)


(Clara Nunes — Autor: João Nogueira)

Disco: "Clara Clarice Clara" — 1972 — Odeon — MOFB 3709.

Foto: internet. 


domingo, 28 de março de 2021

Sucedeu assim: letra — Música de Clara Nunes


Assim, começou assim:

Uma coisa sem graça, coisa boba que passa,

Que ninguém percebeu.


Assim, depois ficou assim:

Quis fazer um carinho, receber um carinho,

E você percebeu.


Fez-se uma pausa no tempo,

Cessou todo meu pensamento

E, como acontece uma flor,

Também acontece o amor.


Assim, sucedeu assim,

E foi tão de repente, 

Que a cabeça da gente virou só coração.


Não poderia supor

Que o amor nos pudesse prender.

Abriu-se em meu peito um vulcão 

E nasceu a paixão. 


(Clara Nunes — Autores: Marino Pinto/Antônio Carlos Jobim)

Disco: "Você passa eu acho graça" — 1968 — Odeon — MOFB 3557.

Foto: internet. 


quarta-feira, 24 de março de 2021

Suas mãos: letra — Música de Clara Nunes


As suas mãos,  onde estão? 

Onde está o seu carinho?

Onde está você?

Se eu pudesse buscar,

Se eu soubesse onde encontrar seu amor, você...


Um dia há de chegar... Quando?

Eu não sei!

Você vai procurar onde eu estiver

Sem amor, sem você...


(Clara Nunes — Autores: Antônio Maria/Pernambuco)

Disco: "Brasileiro profissão esperança" — 1974 — Odeon — SMOFB 3838.

Foto: internet. 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Sou filho do rei: letra — Música de Clara Nunes


Sou filha de rei,

Minha mãe foi rainha;

Rei e rainha de um maracatu.

De maracatu "Leão Coroado",

Leão, que é rei valente e zangado. 


Eu lembro, distante, 

O canto cantando o verso mais puro,

Valente e seguro.


Meu pai, sendo rei,

Minha mãe,  tão rainha,

Cantavam cantigas de maracatu.


Ô,  que beco estreito,

Chegado a espinho,

É Cambinda Briante que vem no caminho.


Sou filha do mundo,

Sem eira nem beira;

Faço cantigas sem saber rimar.


Meu pai foi embora,

Levou a coroa,

E o canto cantando também carregou.


Quem dera encontrar

Seu forte, seu prumo,

Seu braço, seu rumo,

Para me embalar!


Meu pai, sendo rei,

Minha mãe, tão rainha,

E eu sem cantiga de maracatu.


Ô, que beco estreito,

Chegado a espinho, 

É Cambinda Briante 

Que vem no caminho.


(Clara Nunes — Autores: Fernando Lobo/João Mello)

Disco: "Clara Clarice Clara" — 1972 — Odeon — MOFB 3709.

Foto: internet. 

quarta-feira, 17 de março de 2021

Sonata de quem é feliz: letra — Música de Clara Nunes


Canção pra você eu fiz, meu amor, 

Eu não sou feliz, 

passado passou, o presente chegou,

E o futuro por certo dirá se terei,

Outra vez, quem feliz já me fez.


Meu amor aonde foi, onde está?

Talvez se esqueceu de mim!

Um amor que acabou sem fim.

Se o passado voltar,

O presente passar, 

O futuro será como eu quis;

Creio um dia voltar

E ao seu lado escutar

A sonata de quem é feliz!


(Clara Nunes — Autores: Paulo Aguiar/Evaldo Gouveia)

Disco: " A voz adorável de Clara Nunes" — 1966 — Odeon — MOFB 3455.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Sofrimento de quem ama: letra — Música de Clara Nunes


Os meus olhos vertem lágrimas,

Meu coração arde em chama;

Ai, quanto é doloroso o sofrimento de quem ama!

A minha alma reclama, 

Sinto meu coração,  pelo ardor da chama, dilacerar

Por uma fingida mulher

Que não sabe,  que não sabe amar!

Eu imploro a Deus resignação 

Para suportar a chama que dilacera o meu coração.


(Os meus olhos vertem lágrimas...)


(Clara Nunes — Autor: Alberto Lonato)

Disco: "Claridade" — 1975 — Odeon — XSMOFB 3884

Foto: internet. 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Sindorerê: letra — Música de Clara Nunes


Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê,

Sindorerê na Aruandê, Sindorerê na Aruandá, Okê, Odê.

Sindorerê, Sindorerê, Okeru Odê  Koque Sindorerê.

Sindorerê, Sindorerê, Auê, Auá,

Sindorerê, Tauê, Tauá.

Sindorerê, Sindorerê, ele é sangue real,

Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê no Juremê,

Sindorerê no Juremá.

Sindorerê, Sindorerê, Okeru Odê Pique.

Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê Ganga Zumba,

Sindorerê Naruerá, Okê Odê.

Sindorerê, Sindorerê, Mutambá, Mutambê.

Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê, meu Tatá Mirô.

Sindorerê, Emita Amabô, Okê.

Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê, Sindorerê, 

Mutambá, Mutambê, Sindorerê, Sindorerê.


(Clara Nunes — Autor: Candeia)

Disco: "Alvorecer" — 1974 — Odeon — SMOFB 3835.

Foto: internet. 

terça-feira, 9 de março de 2021

Sinceramente: letra — Música de Clara Nunes


Amor, esquece essa gente triste

Que não sabe o que é viver,

Esquece que o mundo existe

Além de mim e de você.




Parte, mas não pense em ir pra longe;

Não se chega assim,

Aonde bem perto de si pode encontrar.

Anda, vai seguindo, mas sem pressa,

Ele aqui se manifesta;

Quem não perceber, vai se acabar.


Vive; o amor que se apresente

No momento em que se sente.

O que não se fez não vai voltar,  não vai.


Amor, esquece essa gente triste 

Que não sabe o que é viver,

Esquece que o mundo existe 

Além de mim e de você.

Ouve um conselho bem amigo:

Não se deixa assim o abrigo;

Melhor é difícil de encontrar. 


Pensa que depois dessa partida,

Bem maior fica a medida

Que faz a distância do lugar.

Seja em meus braços a verdade,

Que o remédio pra saudade

Ainda não pôde se inventar.

Lalalaia, lalalaia... Amor, esquece aquela gente triste...


(Clara Nunes — Autores: Adinho Ferraz/Tânia Horta Medina/Magali Lemos)

Disco: "A beleza que canta" — 1969 — Odeon MOFB 3594.

Foto: internet. 


domingo, 7 de março de 2021

Serrinha: letra — Música de Clara Nunes


Serrinha,

É o império do samba chegando,

É o povo te homenageando,

Te escolhendo como a preferida!

Serrinha,

Que no meio de tanta riqueza 

É uma dama da alta nobreza

No cortejo real da avenida!


Mas que sedução, que triunfal 

Teu pavilhão imperial!

Tens tradição, és imortal!

Sobre as cores verde e branco

Repousa a coroa do império sobre o carnaval!


Mesmo quando perde, o povo grita: é o vencedor,

Porque o povo tem o coração de imperador!

Império Serrano é a minha escola que dá prazer;

É o prazer da Serrinha,

E nós orgulhamos de dizer: 

Imperial, Imperial, eu sou também,

É  voz geral!

Por isso vem, vem, pessoal,

E vamos jurar a bandeira Imperial!


(Clara Nunes — Autores: Paulo César Pinheiro/Mauro Duarte)

Disco: "Nação" — 1982 — EMI-ODEON — 062 421236.

Foto: internet.


terça-feira, 2 de março de 2021

Serenata do adeus: letra — Música de Clara Nunes


Ai, a Lua que no céu surgiu

Não é a mesma que te viu nascer dos braços meus;

Cai a noite sobre o nosso amor,

E agora só restou do amor uma palavra: adeus!


Ai, vontade de ficar,

Mas tendo de ir embora;

Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora,

É  refletir na lágrima um momento breve

De uma estrela pura, cuja luz morreu.


Ai, mulher, estrela a refulgir, 

Parte, mas antes de partir rasga o meu coração,

Crava as garras no meu peito em dor

E esvai em sangue todo o amor,

Toda desilusão.


Ai, vontade de ficar, mas tendo de ir embora;

Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora,

É  refletir na lágrima um momento breve 

De uma estrela pura, cuja luz morreu 

Numa noite escura, triste como eu!


(Clara Nunes — Autor: Vinícius de Moraes)

Álbum: "Moça , poeta e Violão"

Show realizado por Clara, Vinícius e Toquinho no Teatro Castro Alves,

Salvador, Bahia, em 27 de fevereiro de 1973.