quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Bartolomeu de Gusmão


Bartolomeu Lourenço Rodrigues nasceu em Santos, São Paulo, no ano 1685. Era irmão de Alexandre de Gusmão, estadista e diplomata brasileiro, idealizador do Tratado de Madri.

Estudou no Colégio dos Jesuítas no estado da Bahia, com seu preceptor, o padre Alexandre de Gusmão, de quem adotou o sobrenome Gusmão, juntamente com o seu irmão. Aos quinze anos de idade foi para Portugal estudar cânones na Universidade de Coimbra, onde se formou, e recebeu ordens de presbítero. Tornou-se exímio orador de sermões, além de estudar química e física.

Com seus conhecimentos de química e física, inventou uma máquina que ascendia por seus próprios meios e parava no ar. Fez sua primeira experiência no dia 8 de agosto de 1709, na presença do rei dom João V e da corte. O balão subiu a uma altura de 4,60 metros; segundo alguns, teria subido à altura da torre de Lisboa, de 60 metros. Por essa invenção foi considerado um ser sobrenatural e possuidor de poderes malignos, e ficou conhecido como “o padre voador”. Com seu feito foi nomeado capelão e fidalgo da Casa Real, quando conseguiu financiamento para a construção de novo balão e outros privilégios.

Realizou sua última experiência no mesmo ano de 1709, no pátio da casa da Índia, sob o espanto dos espectadores, ao fazer um globo de papel grosso, com uma mecha acesa, elevar-se lentamente no espaço. A partir daí começou a ser perseguido pela Inquisição.

Foi então nomeado lente de matemática na Universidade de Coimbra e sócio da Academia Real de História Portuguesa. Em 1711 viajou para Roma, encarregado de obter da Santa Sé o grau de Patriarcal para a Capela Real de Lisboa. Sem alcançar êxito em sua missão, perdeu prestígio diante do rei, que se sentiu ferido em seu orgulho.

Bartolomeu foi trabalhar na Secretaria dos Negócios Estrangeiros, quando, invejado por muitos e sem a proteção do rei, foi preso pela Inquisição. Conseguiu ainda fugir, atravessando as fronteiras da Espanha, onde passou a viver incógnito, pobre e infeliz, impossibilitado de continuar suas experiências. Faleceu no dia 18 de novembro 1724, na cidade de Toledo, Espanha.

Em vida ainda inventou uma máquina de pressão para fazer subir a água de reservatórios situados em plano superior e uma bomba para esgotar a água que penetrasse no interior de naus avariadas. De sua vida religiosa conhece-se três sermões: “Sermão de Nossa Senhora do Desterro”, “Sermão da Virgem Maria” e “Sermão da festa do Corpo de Deus”.              
   
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 392-393. São Paulo, Michalany, 1971.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

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