sábado, 19 de janeiro de 2013

Antônio Conselheiro


Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu no ano 1828, em Quixeramobim, Ceará. Com a ajuda do pai estudou português, latim e francês; herdou uma casa de comércio por ocasião da morte do pai, mas logo foi à falência.

Casou-se com sua parenta Brasilina Lourentina de Lima no dia 7 de janeiro de 1857, mudando-se para Campo Grande, onde foi caixeiro em uma casa comercial. Depois de dois anos, mudou-se novamente para Sobral, no Ceará, onde trabalhou como escrivão de paz. Transferindo-se para a cidade de Ipu, separou-se da mulher por ela tê-lo traído com um sargento.

Desgostoso, mudou-se outra vez, indo para a cidade de Tamboril, onde lecionou o primário na Fazenda Santo Amaro. Não se sentindo bem naquela cidade, mudou-se para Crato, mostrando já sinais de insanidade. De passagem pela cidade de Paus Brancos, hospedou-se na residência de Lourenço Correa de Lima, onde, após uma discussão, feriu-o sem gravidade. Pensando ter matado o homem, fugiu para Itapicuru, na Bahia, aonde chegou em 1864, numa difícil viagem por terra. Começou então a viver de esmolas, vivendo assim até o ano 1876, quando passou a fazer pregações, atraindo fanáticos, quando passou a receber dos seus seguidores o apelido de Santo, Irmão Antônio e Conselheiro.

Como seus seguidores começaram a cometer excessos, foi então feita uma diligência policial contra ele no dia 20 de julho de 1876, que acabou com sua prisão, ficando ele na cadeia por alguns meses, por ordem do delegado João Fernando de Magalhães.

Solto por falta de provas, foi aclamado como mártir pelos seus seguidores. Fundou então um povoado, batizando-o de Bom Jesus, e passou a usar uma camisola de tecido azul, um bordão e deixou crescer os cabelos e a barba.

Dentre seus seguidores havia jagunços armados e maltrapilhos, e em 1893 teve um confronto com o destacamento de polícia de Maceté, com baixas de ambos os lados.
A partir daí resolveu fixar-se em Canudos, uma antiga fazenda às margens do rio Vaza-Barris, na comarca de Monte Santo.

Ele se intitulava enviado de Deus, para acabar com o sofrimento dos sertanejos e os pecados da República. Era contra o casamento civil e a separação da Igreja e do Estado. Pregava a volta da Monarquia e a volta do rei dom Sebastião, desaparecido misteriosamente na luta contra os Mouros, dizendo que ele ressuscitaria com todo o seu exército e revestido com auréola messiânica.

Em 1896 Canudos já havia se transformado num lugarejo com cinco mil casas e cerca de trinta mil habitantes, entre eles muitos jagunços. Por causa disso, o governo começou a mandar expedições para destruir o povoado, sendo três delas vencidas por Antônio Conselheiro.

A última expedição, composta por seis mil homens e sob o comando dos generais Artur Oscar de Andrade e Cláudio Savaget, após vários ataques aos fanáticos, fez uma última e feroz investida no dia 30 de setembro de 1897. Conselheiro e seus homens tentaram resistir, mas foram totalmente dizimados.

No dia 5 de outubro de 1897, os soldados da expedição atearam fogo sobre os casebres, e Antônio Conselheiro foi encontrado morto no dia seguinte, no alto da torre de sua igreja, vitimado por uma diarreia causada por estilhaços de granada. Seu corpo foi decapitado, junto com oitocentos jagunços, e suas cabeças foram levadas como troféus de guerra pelos soldados para o litoral, onde foram exibidas para uma multidão. Os restos dos seus corpos ficaram enterrados em Canudos.        
     
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. Vol. II. Porto Alegre, Globo, 1974.
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. I, págs. 188-189. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979.

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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