quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

José Bonifácio


José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em Santos, capitania de São Paulo, no dia 13 de junho de 1763. Era filho de Bonifácio José de Andrada, um coronel de milícias, e de dona Maria Bárbara da Silva, sendo a família muito ilustre em São Paulo. 

Seus estudos iniciais foram feitos com seu pai, que reconheceu nele um menino intelectualmente elevado. Aos quatorze anos de idade transferiu-se para São Paulo, para estudar filosofia, retórica, latim e francês. Aos dezesseis anos, após concluir o curso de humanidades (atual ensino médio), viajou para Portugal, onde estudou na universidade de Coimbra. Formou-se em ciências físicas e naturais em 1786, filosofia e direito em 1787, recebendo o diploma de bacharel em leis e filosofia. Estudou também matemática e mineralogia, além de ser escritor e poeta, usando o pseudônimo de Américo Elísio. Descobriu 4 minerais e descreveu 8 variedades conhecidas, sendo o mineral andradita, uma variedade da granada, nome em homenagem a ele. Entendia 11 línguas e falava 6. 

Em 1790 iniciou uma viagem pela Europa, visitando a Inglaterra, França, Itália, Suécia e Noruega, escrevendo memórias científicas sobre suas observações. Em 1800 regressou a Portugal, sendo nomeado intendente-geral das minas, desembargador honorário da Relação do Porto e professor de metalurgia na universidade de Coimbra. 

Em 1807 ingressou na política e carreira militar, assumindo o comando do Batalhão Acadêmico para lutar contra forças napoleônicas que invadiram Portugal, e ele lutou bravamente para expulsar os franceses. Mais tarde, quando os invasores foram expulsos de Portugal, José Bonifácio foi nomeado intendente de polícia do Porto. Insatisfeito com o cargo, voltou ao Brasil em 1819. 

No Brasil, assumiu a vice-presidência da Junta Governativa de São Paulo, que junto com as outras juntas governativas do país apoiavam as cortes de Lisboa. Com o cargo, teve a oportunidade de ser amigo do príncipe-regente dom Pedro I.

Percebendo que as cortes de Lisboa queriam que o Brasil retornasse à condição de colônia, depois que dom João VI voltou para Portugal, José Bonifácio organizou uma lista com milhares de assinaturas para que dom Pedro I continuasse aqui no Brasil, visto que as cortes de Lisboa também exigiam a volta do príncipe a Portugal.   

Com a histórica decisão de dom Pedro I ficar no Brasil, José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e Negócios Estrangeiros, o que na prática seria um primeiro-ministro. No convívio com o príncipe-regente, José Bonifácio passou a aconselhá-lo na separação definitiva de Portugal, o que fez com que dom Pedro I proclamasse a independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1822.  

Demitindo-se do cargo de ministro no dia 26 de outubro de 1822, por divergências com o príncipe, reassumiu o cargo quatro dias depois, porém se afastou definitivamente no dia 16 de julho de 1823, fazendo oposição a dom Pedro I, tanto na Assembleia Constituinte como na imprensa, até que em novembro do mesmo ano a Assembleia foi dissolvida e José Bonifácio e os seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco foram presos e exilados, deixando em andamento um plano de desenvolvimento do Brasil que incluía a gradual abolição da escravatura, implantação da Siderurgia, incentivo à migração e a mudança da capital para o planalto goiano. 

Foi viver na França até o ano de 1829, quando voltou ao Brasil, reatando a amizade com dom Pedro I. Em abril de 1831, quando o príncipe abdicou do trono brasileiro, nomeou José Bonifácio como tutor dos seus 4 filhos que aqui ficaram: as princesas dona Januária, dona Paula, dona Francisca e o futuro imperador do Brasil, dom Pedro II, então com 5 anos de idade. 

Com o início do período regencial, José Bonifácio se indignou com as agitações que assolavam o país, e por isso liderou um movimento pela volta de dom Pedro I ao trono brasileiro, sendo demitido da tutoria em dezembro de 1833, quando foi preso. Absolvido pelo júri, retirou-se da política e da vida pública, indo viver confinado em sua casa na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, chegando a falecer ali no dia 6 de abril de 1838, aos 75 anos de idade. Seus restos mortais hoje repousam em um grande monumento, na cidade de Santos, São Paulo, onde nasceu. 

Epitáfio que pediu em vida: 
“Eu desta glória só fico contente 
que a minha terra amei e a minha gente”.  

Pensamentos de José Bonifácio:
 * A liberdade é um bem que não se pode perder.
* Os brasileiros são capazes de grandes ações, contanto que elas não exijam atenção acurada. 
* Homens que da sua terra não saem são navios que acabam no estaleiro: errando por este mundo, se aprende a não errar.   
* Sem liberdade individual não pode haver civilização nem sólida riqueza; não pode haver moralidade e justiça; e sem estas filhas do céu não há, nem pode haver brio, força e poder entre as nações. 

Bibliografia: 
CURSO de Estudos Sociais Integrado. 22ª ed., vol. III, págs. 354 a 355. São Paulo, Michalany, 1981. 
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. I, pág. 59. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. X. Porto Alegre, globo, 1974. 
   
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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