terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Felipe Camarão


Antônio Filipe Camarão nasceu no Rio Grande do Norte no ano 1580, embora o Ceará reclame seu berço. Foi educado pelo padre jesuíta Francisco Pinto, aprendendo a ler e escrever em português e em tupi, além de falar fluentemente o latim e o holandês. Seu nome indígena, Poti, quer dizer “camarão”. Adulto, foi batizado com o nome de Antônio, quando aproveitou a oportunidade para casar-se com Clara Camarão, com quem teve um filho chamado Antônio João Camarão. O nome Filipe recebeu em homenagem ao rei Filipe IV, da Espanha. Por ser católico, dedicou-se à conversão dos índios calvinistas de Pernambuco que haviam sido convertidos pelos holandeses. 

Em 1630, com a invasão holandesa em Pernambuco, nas cidades de Olinda e Recife, apresentou-se, à frente de guerreiros de diversas tribos, a Matias de Albuquerque, para combater o invasor, quando se tornou um dos mais hábeis capitães de emboscadas do Exército brasileiro, muito temido pelos holandeses. Com sua esposa Clara Camarão, participou das batalhas de São Lourenço, em 1636, Porto Calvo, em 1637, e Mata Redonda, em 1638. Forçado a fugir para a Bahia, ainda em 1638, participou da defesa de Salvador, atacada pelas tropas de Maurício de Nassau. Em 1645 participou da Insurreição Pernambucana; no mês de abril daquele ano comandou a ala direita do Exército brasileiro na primeira Batalha dos Guararapes, que culminou com a derrota dos holandeses. 

Por todos os serviços prestados ao Exército brasileiro, recebeu do rei dom João IV o hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o título de dom, o foro de fidalgo com brasão das armas, um soldo de 40 cruzados e a patente de capitão-mor de todos os índios do Brasil. Porém não usufruiu dos títulos e honrarias porque foi acometido por uma fadiga e uma febre, chegando a falecer no dia 24 de agosto de 1648, no Arraial Novo de Bom Jesus, perto de Recife. Assumiu seu lugar no comando dos soldados indígenas seu sobrinho dom Diego Pinheiro Camarão, que ficaria até o final da guerra, em 1654, com a expulsão dos holandeses do Brasil. 

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol IV, págs. 377 a 378. São Paulo, Michalany, 1971. 
ENCICLOPÉDIA Pesquisando na Escola. Vol. IV, págs. 66 a 67. São Paulo, Ícone, 1988. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. Vol. III. Porto Alegre, Globo, 1974.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Foto: internet)

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