segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Infante dom Henrique


O infante dom Henrique nasceu na quarta-feira de cinzas do ano 1394, na cidade do Porto, Portugal, e era filho do rei dom João I. 

Quando Portugal tomou Ceuta aos muçulmanos do norte da África, ele sentiu a necessidade de descobrir novos caminhos para a Índia, contornando a costa da África, já que a rota comercial das especiarias, joias e tecidos do Oriente, e ouro, prata e marfim da África era feita através de Alexandria ou Constantinopla, monopolizada por Gênova e Veneza. 

Tímido, quase não frequentava a corte, preferindo refugiar-se em seu castelo no Promontório de Sagres. Dizem que permaneceu virgem por toda a vida, para melhor se dedicar à astronomia. Em seu castelo costumava reunir sábios de vários lugares da Europa, entre cartógrafos, astrônomos e marinheiros. Dessas reuniões desenvolveu a caravela e vários aparelhos de navegação. Com seus recursos, reuniu marinheiros para se aventurarem pelo Mar Oceano, atual oceano Atlântico. Religioso, em 1420 foi nomeado dirigente da poderosa Ordem de Cristo.    

A partir do ano 1420 os barcos portugueses financiados por dom Henrique lançaram-se ao mar desconhecido, costeando a África, em viagens temidas pelos marinheiros, pois se acreditava que no mar aberto existiam monstros e serpentes gigantes. 

A expansão marítima portuguesa prosperou a partir do ano 1434, quando Gil Eanes ultrapassou numa barca o temido cabo Bojador, tido como o fim do mundo. A partir daí Portugal descobriu as ilhas de Cabo Verde, ilha da Madeira e dos Açores. O retorno financeiro só ocorreu a partir do ano 1444, quando se descobriu terras habitadas e cerca de 200 africanos foram capturados e vendidos como escravos em Portugal, inaugurando o lucrativo comércio de escravos africanos. Depois veio o comércio das especiarias, ouro, prata e marfim. 

Religioso, dom Henrique tencionava levar a fé católica para os habitantes das terras descobertas. Contava com o apoio do papa Nicolau V, que em 1454 expediu uma bula concedendo ao infante e ao rei Afonso V direitos sobre os mares e as terras descobertas ou a descobrir até a Guiné.

Em 1460, pouco antes de morrer, doou à Ordem de Cristo os direitos padroados na Guiné, nas ilhas da Madeira e Porto Santo, nas ilhas Terceira e Graciosa, nas igrejas de Ceuta, Alcácer Geguer, Restelo e Vila do Infante, nas ilhas São Miguel e Santa Maria. Ao mesmo tempo tentou deserdar seu filho adotivo, o infante dom Fernando, e transferir a herança e os títulos para o sobrinho dom Afonso V. Porém, todos os bens de dom Henrique já estavam prometidos ao infante dom Fernando, que os recebeu após o seu falecimento, ocorrido no mesmo ano de 1460.       

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV. São Paulo, Michalany, 1971. 
REVISTA Veja ano 33 – nº 17. 
MICELI, Paulo. Dom Henrique: entre o mar e as estrelas. História Viva, 5(55): 18-22, 2008. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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