quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Floriano Peixoto


Floriano Vieira Peixoto nasceu no dia 30 de abril de 1839, na Vila de Ipioca, província de Alagoas. Era o 5º filho de um pobre casal de lavradores. Cedo perdeu o pai, sendo criado pelo seu tio, o cel. José Vieira de Araújo Peixoto, senhor de engenho da região, que financiou seus estudos na capital da província. 

Aos dezesseis anos foi para o Rio de Janeiro, onde estudou por dois anos no colégio São Pedro de Alcântara. Sonhava em seguir carreira militar, mas por sua humilde origem precisou alistar-se como voluntário no Exército. Três anos depois, após ser aprovado nos exames preparatórios, ingressou na Escola Militar, onde se formou em 1863 com o posto de primeiro-tenente. 

No início da Guerra do Paraguai assumiu o comando de uma flotilha, um vapor e duas lanchas, já como tenente, armada pelo governo da província do Rio Grande do Sul no rio Uruguai, onde conseguiu as vitórias de Iataí e a retomada de Uruguaiana. Foi então promovido a capitão, adido a um batalhão de engenharia e condecorado com a medalha de Cristo. Participou de praticamente todas as batalhas da Guerra do Paraguai, chegando ao fim do conflito já como major, porém logo recebeu a patente de tenente-coronel; foi condecorado com a Medalha Geral da Campanha com passador n.º 5, da Campanha das Cordilheiras, as Repúblicas da Argentina e do Uruguai ao Exército aliado, as Ordens de Aviz, da Rosa e do Cruzeiro. 

De volta ao Brasil, renunciou ao nome Vieira, assinando apenas o nome Floriano Peixoto. Foi inspetor de fronteiras em Mato Grosso em 1870, comandante de um batalhão no Amazonas, inspetor de obras militares em Alagoas em 1873, diretor do arsenal de guerra de Pernambuco, em 1878, inspetor militar geral em Alagoas em 1881, brigadeiro e comandante-das-armas no Amazonas em 1883 e comandante-das-armas em Pernambuco em 1884. 

Era casado com sua prima Josina Peixoto e filiado ao Partido Liberal, que comandou o governo imperial entre os anos 1878 a 1885. Em 1885, quando o Partido Conservador voltou a comandar o governo, Floriano solicitou licença do Exército e voltou à sua terra natal para administrar seus dois engenhos.  
Em junho de 1889, com a nomeação do Visconde de Ouro Preto para a presidência do Conselho de Ministros, Floriano foi nomeado pelo Visconde como ajudante-geral do Exército e depois foi promovido a marechal-de-campo. 

Com o envolvimento do Marechal Deodoro da Fonseca no movimento republicano, na madrugada do dia 15 de novembro de 1889, juntamente rebelado com algumas tropas do Exército, Floriano negou-se a obedecer à ordem do Visconde de Ouro Preto em atacar os rebeldes; com sua atitude os republicanos tomaram o poder sem violência, tendo o movimento feito apenas uma vítima, que foi o Barão de Ladário, ministro da Marinha, ferido à bala.

Com a proclamação da República, Floriano foi nomeado para a pasta da Guerra, mas demitiu-se no dia 20 de janeiro de 1891, juntamente com todo o gabinete do governo de Deodoro, tornando-se opositor do presidente. No dia 25 de fevereiro de 1891 foi eleito pelo Congresso vice-presidente da República, o que gerou insatisfação em Deodoro, que logo fechou o Congresso, num golpe de estado. No dia 23 de novembro do mesmo ano Deodoro renunciou, entregando a presidência da República a Floriano. 

Assim que assumiu o poder, Floriano demitiu todos os presidentes de províncias que apoiaram o golpe de Deodoro, exceto Lauro Sodré, do Pará, e Manuel Murtinho, de Mato Grosso. Enfrentou algumas revoltas militares, como a Revolução Federalista do Rio Grande do Sul e a Rebelião da Armada comandada pelo almirante Custódio de Melo, mas energicamente enfrentou e venceu todas as revoltas surgidas por todo o país que ameaçavam o governo republicano. 

Já conhecido como o “Marechal de Ferro”, recebeu ainda o apelido de “O Consolidador da República”. Seu governo definiu-se com o respeito à Constituição, quando entregou a presidência ao Dr. Prudente de Morais, eleito no dia 15 de novembro de 1894. 

Com a saúde frágil, retirou-se para uma de suas fazendas, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, afastando-se definitivamente da vida pública. Faleceu no dia 29 de julho de 1895. Seus funerais foram realizados no Rio de Janeiro, acompanhados por multidão. 

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 435 a 438. São Paulo, Michalany, 1971. 
ENCICLOPÉDIA Pesquisando na Escola. Vol. 4, págs. 12 a13. São Paulo, Ícone, 1988.

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá (PB) - Foto: internet)

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