segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Emílio Garrastazu Médici


Emílio Garrastazu Médici nasceu no dia 4 de dezembro de 1905, em Bagé, Rio Grande do Sul. Aos 12 anos de idade matriculou-se no Colégio Militar de Porto Alegre, onde completou seus estudos secundários. Cursou depois a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, onde se tornou aspirante a oficial de cavalaria, no dia 7 de janeiro de 1927. No mesmo ano foi promovido a segundo-tenente. 

Serviu no 12º Regimento, de Bagé, e no 8º, de Uruguaiana. Em 1929 tornou-se primeiro-tenente, quando participou da Revolução de 1930 e lutou contra os revolucionários de 1932. Em 1934 assumiu o posto de capitão, de major em 1943, tenente-coronel em 1948, coronel em 1953, general-de-brigada em 1961, general-de-divisão em 1965 e general-de-exército em 1969. Serviu nos Estados-Maiores da 3ª Divisão de Cavalaria, em Bagé, e na 3ª Região Militar, em Porto Alegre. 

Com o posto de tenente-coronel, Médici dirigiu a 2ª Seção do serviço secreto do Estado Maior do III Exército, especializando-se em questões de segurança nacional. Tempos depois, comandou o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), de Porto Alegre; foi chefe do Estado-Maior do III Exército, sob o comando do gen. Costa e Silva; foi comandante da 4ª Divisão de Cavalaria, com sede em Campo Grande, Mato Grosso; foi subcomandante da Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN); comandante da mesma Academia, adido militar em Washington, exercendo a função de delegado brasileiro na Junta Interamericana de Defesa Brasil – Estados Unidos; foi comandante da III Região Militar, subchefe do Estado-Maior do Exército, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1967, e comandante do III Exército, no Rio Grande do Sul, em 1969. 

Participou ativamente do golpe militar de 1964. Em 1969, com o afastamento do presidente Costa e Silva, por motivo de doença, Médici foi indicado pelo alto comando do Exército à sucessão presidencial. No dia 25 de outubro de 1969, por eleição indireta, o Congresso Nacional elegeu-o presidente da República, quando recebeu 293 votos a favor e 76 abstenções dos membros do MDB, partido da oposição. Cinco dias depois foi empossado no novo cargo. 

Durante o seu governo intensificou a repressão política, impondo mais censura aos meios de comunicação e denúncias de tortura aos presos políticos. A esquerda optou pela luta armada, mas Médici combateu 2 focos de guerrilha rural: em São Paulo e em Araguaia, no Pará. 

Na zona urbana houve aumento de assaltos a bancos, sequestro de aviões e diplomatas estrangeiros. Por conta desses conflitos, Médici transferiu o comando das operações repressivas para a recém-criada Operação Bandeirante (OBAN), em São Paulo, que recebeu o nome de Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) e passou a coordenar as atividades dos Departamentos de Operações e Informações (DOIS). Além disso, Médici obtinha informações com centros de informações das Forças Armadas: o Ciex, do Exército, o Cenima, da Marinha, e o Cisa, da Aeronáutica. Com esse aparato desmantelou organizações de esquerda, com a prisão, exílio ou morte de seus principais líderes. 

No plano econômico, seu governo ficou conhecido como “milagre brasileiro”, com grande desenvolvimento da indústria, do emprego e do mercado interno; com a estabilização da inflação e alto crescimento do PIB. Em 1970 ampliou o limite do mar territorial de 12 para 200 milhas, criou o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), o Projeto Rondon, decretou o Estatuto do Índio e lançou o Plano de Integração Nacional, com a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá - Santarém e Manaus - Porto Velho. 

Em 1972 inaugurou a refinaria de petróleo em Paulínia, São Paulo, e em 1973 assinou um acordo com a Bolívia para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de La Sierra e Paulínia; com o Paraguai assinou um acordo para a construção da usina de Itaipu. No ano seguinte inaugurou a usina hidrelétrica de Ilha  Solteira e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói. 
Médici entregou o cargo de presidente da República ao seu sucessor no dia 15 de março de 1974. Faleceu no dia 9 de outubro de 1985, no Rio de Janeiro. 

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 466 a 468. São Paulo, Michalany, 1971. 
OS PRESIDENTES e a República: Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva. Rio de Janeiro, O Arquivo Nacional, 2003.
          
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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