domingo, 13 de janeiro de 2013
Soneto XVII - Cláudio Manuel da Costa
Deixa que por um pouco aquele monte
Escute a glória, que a meu peito assiste,
Porque nem sempre lastimoso, e triste,
Hei de chorar à margem desta fonte.
Agora, que nem sombra há no horizonte,
Nem o álamo ao zéfiro resiste,
Aquela hora ditosa, em que me viste
Na posse de meu bem, deixa, que conte.
Mas que modo, que acento, que harmonia
Bastante pode ser, gentil pastora,
Para explicar afetos de alegria!
Que hei de dizer, se esta alma, que te adora,
Só costumada às vozes da agonia,
A frase do prazer ainda ignora!
(Poesia: Cláudio Manuel da Costa - foto: internet)
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