quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cristóvão Colombo


Cristóvão Colombo nasceu em Gênova, Itália, possivelmente no ano 1451. Era filho do tecelão Domenico Colombo e Susana Fontanarossa, sendo o primogênito entre os 5 filhos do casal. Quando adolescente, já tinha conhecimentos de geografia, astrologia, aritmética e geometria. Gostava de ler as obras de Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu. Leu também alguns livros de sua época: “O imago mundi”, do cardeal D’Ailly, grande geógrafo da tradição escolástica; o “Sphaera mundi”, de Sacaobosco, editados em 1403; “O milhão”, de Marco Polo, edição latina de 1485. 

Aos 14 anos de idade já era marinheiro. Fez muitas viagens pelo Atlântico em navios comerciais, indo pela Islândia até à costa do ouro, na África. Também fazia e vendia mapas. Aos 22 anos viajou num navio fretado por Renato II D’Anjou, pretendente ao trono de Nápoles, que queria interceptar uma embarcação do rei de Aragão, dom João II. Colombo talvez tenha sido o comandante do navio. Em 1474 viajou para Scio, numa viagem comercial. Dizem os historiadores que ele chegou a Portugal a nado e ferido, em 1476, como sobrevivente de uma frota genovesa atacada por navios franco-lusitanos a seis milhas de Lagos. 

Desde então passou a viver naquele país e frequentava a escola de Sagres. Em 1478 fez sua última viagem à sua terra natal e outras através da África. 

Por causa das viagens, cada dia ficava mais fascinado pela aventura. Influenciado pelas histórias das viagens de Marco Polo à China, de onde vinham produtos luxuosos e especiarias, projetou uma viagem com o mesmo fim, mas indo ao oriente navegando pelo Atlântico, pois acreditava que a Terra era redonda e o mar, navegável. 

No ano 1479 casou-se com Filipa Perestrelo, parenta da Família Real dos Bragança e filha de Bartolomeu Perestrelo, navegador que descobriu as ilhas da Madeira e outras daquele grupo, visitadas pelos italianos no século XIV, e falecido com o título de capitão da ilha de Porto Santo, onde Colombo e Filipa foram viver. No ano seguinte nasceu seu filho Diego. Filipa possivelmente faleceu no ano 1483.  

Depois da morte da esposa, Colombo resolveu pedir apoio ao rei de Portugal, dom João II, para o seu projeto da viagem às Índias pelo Atlântico, mas foi rejeitado pelo Conselho português. Desgostoso, ele viajou para a Espanha, para pedir ajuda aos reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Perto do Porto de Palos deixou seu filho Diego no convento da La Rábida, e recebeu dos monges uma carta de recomendação para o Duque de Medina Celi, dom Luís de La Cerda, um armador em Sevilha.

O duque aceitou o projeto de Colombo, mas pediu a aprovação dos reis. Consultou Isabel, que pediu o encaminhamento do projeto e de seu criador para Córdoba, sede do reino. Depois de criada uma comissão para avaliar o projeto, somente no ano 1490 Colombo recebeu uma resposta negativa para seu sonho. Mas ele não desistiu. Por esse tempo conheceu sua segunda esposa, Beatriz Henríquez de Araña, com quem teve um filho, Fernando, que seria seu biógrafo. Viajou novamente para Portugal, depois foi para a Inglaterra, sob o domínio do rei Henrique VII, mas foi capturado por corsários, tornando-se prisioneiro deles por longo tempo. 

De volta à Espanha, seguiu para Salamanca, onde pediu ajuda ao confessor da rainha Isabel, o padre Juan Peres. Avisada pelo padre, a rainha enviou dinheiro para que Colombo seguisse para Granada, a nova sede do reino. Do encontro de Colombo com a rainha, finalmente seu sonho seria realizado. O projeto seria financiado por Isabel, que empenharia suas joias, porém foi financiado por banqueiros italianos que estavam na Espanha. 

Colombo recebeu da rainha 3 caravelas: Santa Maria, Pinta e Nina, e foi apoiado pelos irmãos Martim Alonso Pinzón e Vicente Yanes Pinzón, Diego de Lepe e Juan de La Cosa, todos navegadores. Antes de partir para a viagem, Colombo assinou um acordo com os reis Fernando e Isabel, no dia 17 de abril de 1492, que lhe garantia os títulos de vice-rei e governador das Índias, 10% de todos os produtos extraídos em novas terras e outras vantagens econômicas, podendo ainda fazer parte da nobreza espanhola, com o título de cavaleiro, que seria transmitido aos seus herdeiros.

Acertado o acordo, Colombo partiu no dia 3 de agosto do mesmo ano, saindo do porto de Palos. Navegou por 69 dias, enfrentando o desalento e a desconfiança da tripulação, que já não esperava mais pisar em terra firme, e temeu pela própria vida, sob ameaça. Mas, finalmente, na noite do dia 11 para o dia 12 de outubro daquele ano avistou terra firme e aportou na ilha que chamou de São Salvador; descobriu também as ilhas de Cuba e Haiti, que ele chamou de Hispaniola. Acreditando ter chegado ao oriente, chamou os nativos de Tainos – índios – pois pensou ter chegado às Índias. 

Regressou para a Espanha com as caravelas “Pinta” e “Niña”, deixando a nau Santa Maria. Levou consigo 10 índios e um pouco de ouro dado por eles. Foi recebido pelos espanhóis com festas e honrarias e todos os títulos e privilégios previstos em contrato. 

Colombo ainda fez mais três viagens à América. Para a segunda viagem recebeu 17 navios, provisão para 6 meses e cerca de 1.200 homens, sendo marinheiros, soldados e colonos. A frota partiu de Cadiz no dia 25 de setembro de 1493. Depois de 40 dias de viagem, avistou a ilha que chamou de Dominica; percorreu algumas antilhas até chegar a Hispaniola, onde ficou dois meses. Voltou a Cadiz em junho de 1496 e começou a usar trajes de franciscano até sua morte. 

Para a terceira viagem, com destino à Hispaniola, recebeu 8 navios. Nessa viagem chegou às ilhas de Cabo Verde e depois navegou até à zona do equador, perto da atual Venezuela, no dia 31 de julho de 1498. Chegou em Hispaniola em agosto do mesmo ano. Em Hispaniola, enfrentou uma revolta de espanhóis, que conseguiu controlar. Porém, foi investigado e responsabilizado pelo levante, sendo preso e acorrentado pelo novo governador da ilha, Francisco Bobadilha. Acompanhado pelo seu irmão Bartolomeu e seu filho Diego, que também foram presos e acorrentados, foi mandado de volta à Espanha. Lá, perdeu todos os privilégios conseguidos antes. 

Em outubro de 1500 Colombo novamente estava em Cadiz, quando foi levado para o mosteiro de Lãs Cuevas, em Sevilha, onde ficou preso por 6 semanas, mas foi solto, juntamente com Bartolomeu e Diego, por ordem dos reis espanhóis. Ele guardou as correntes que o prendiam para um dia ser enterrado com elas. Tentou recuperar todos os privilégios conseguidos na primeira viagem, mas em vão. 

Colombo fez sua última viagem à América partindo de Cadiz com 4 caravelas, no dia 9 de maio de 1502. Seu filho Fernando, então com 12 anos de idade, acompanhou-o. Nessa viagem enfrentou um furacão em alto-mar, mas em meados de setembro do mesmo ano atingiu um cabo que batizou de “Graças de Dios”. Alcançou depois o canal do Panamá, sem avistá-lo. Em 25 de junho de 1503 chegou à Jamaica, onde ficou um ano. Nesse tempo teve problemas de artrite e oftalmia. Regressou à Espanha no dia 12 de setembro de 1504, mas não foi bem recebido pelos espanhóis. Nesse tempo faleceu a rainha Isabel, mas Colombo não foi aos seus funerais por problemas de saúde. 

Com a saúde um pouco recuperada, Colombo foi recebido pelo rei Fernando, que lhe ofereceu um lote de terras e uma pensão, em troca dos direitos e privilégios que insistia em recuperar. Depois, ainda conseguiu do rei a nomeação do seu filho Diego para governador de Hispaniola. Acometido por malária, Colombo foi visitado por Américo Vespúcio. Pressentindo sua morte, assinou um testamento nomeando seu filho Diego como principal herdeiro. 

Colombo faleceu no dia 20 de maio de 1506, sem saber que havia descoberto um novo continente, pois ainda pensava ter chegado às Índias. Seus restos mortais ficaram provisoriamente em Valladolid, num velho mosteiro. Em 1537 foram trasladados para a catedral Santo Domingo, em Sevilha, onde ficaram até 1898. 
Com a independência de Cuba do domínio espanhol, novamente seus restos mortais foram levados para a catedral de Sevilha, onde permanecem até hoje, com a legenda: 
“A Castilla, a Leon, 
Nuevo mundo dio Colombo”.

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. V, fascículo nº 62, págs. 1054 a 1056. São Paulo, Abril, 1966.
ROSA, prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. I e II, págs. 184, 185 e 458. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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