domingo, 13 de janeiro de 2013

Soneto IX - Cláudio Manuel da Costa


Pouco importa, formosa Daliana,
Que fugindo de ouvir-me, o fuso tomes,
Se quanto mais me afliges, e consomes,
Tanto te adoro mais, bela serrana.

Ou já fujas do abrigo da cabana
Ou sobre os altos montes mais te assomes,
Faremos imortais nossos nomes,
Eu por ser firme, tu, por seres tirana.

Um obséquio, que foi de amor rendido,
Bem pode ser, pastora, desprezado;
Mas nunca se verá desvanecido:

Sim, que para lisonja do cuidado
Testemunhas serão de meu gemido
Este monte, este vale, aquele prado.  

(Poesia: Cláudio Manuel da Costa - Foto: internet)

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