terça-feira, 5 de março de 2013

Lampião


Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia 7 de julho de 1897, no sítio Passagem das Pedras, em Serra Vermelha, atual Serra Talhada, Pernambuco. Era filho de José Ferreira e Maria Sulena da Purificação. Tinha 1,70m de altura, era mulato e cego de um olho. 

Tornou-se cangaceiro depois que um coronel inimigo encomendou a morte dos seus pais, no ano 1915. Com o ocorrido, chegou a comentar: “vou matar até morrer.” Depois, alistou-se em um bando de cangaceiros e logo passou a ser líder. 

Foi apelidado de lampião quando clareou a noite com sucessivos tiros de espingarda, como se fosse com metralhadora, só para um companheiro encontrar um cigarro perdido no chão escuro. 
Vaidoso, andava com os dedos cheios de anéis e usava no pescoço lenços com cores fortes, presos por um rico anel de doutor em Direito. Também usava chapéus com formatos de meia lua, ornados com moedas de ouro e prata, e roupas de couro, que ele mesmo costurava, gostava de perfume francês e sempre distribuía cartões de visita com sua foto. Maria Gomes de Oliveira – Maria Bonita – era sua esposa e companheira de luta, com quem teve uma filha chamada Expedita. Maria Bonita foi a primeira mulher a entrar para o cangaço. 

Seu bando era temido em todo o nordeste pelo seu requinte de violência: ao chegar numa cidade, às vezes cantando, pedia apoio, comida e roupa. Se fosse bem recebido, fazia um baile e distribuía moedas; se fosse repelido, sequestrava as crianças, violentava as mulheres e matava os homens a punhal. Lampião usava sempre um punhal de até 80 centímetros de comprimento, que enfiava com golpe certeiro na base da clavícula da vítima, que cortava a carne, seccionava artérias, perfurava o pulmão e traspassava o coração e, ao ser retirado, produzia um grande esguicho de sangue.    

Ao saírem da cidade, todos do bando seguiam fila indiana e pisavam a mesma pegada; o último da fila ia de costas apagando os rastros com folhagem. Em 1926, em Juazeiro, Lampião recebeu do governo a patente de “capitão”, honorários das forças legais e armas para combater a “Coluna Prestes”. Em 1931 foi notícia do jornal americano “The New York Times”, que o chamou de “Robin Hood da caatinga”, pois tirava dos ricos para dar aos pobres. 

Envolveu-se em mais de 200 confrontos com forças policiais, que ele apelidou de “macacos” ou “volantes”. Em 1938 foi descansar na Gruta de Angico, no município de Porto da Folha, em Sergipe, quando foi surpreendido numa emboscada armada por uma volante comandada pelo tenente João Bezerra da Silva e o sargento Ancieto Rodrigues. Carregando metralhadoras portáteis, a volante iniciou uma violenta ação que acabou com a morte de Lampião, sua companheira Maria Bonita e mais nove companheiros; cerca de quarenta cangaceiros conseguiram fugir. As cabeças dos cangaceiros mortos foram cortadas para servirem como prova da morte do mais temido bandoleiro do sertão nordestino: Lampião. 

Bibliografia: 
Jornal “Ideologia”. Ed. 9, pág. 3. Sumé (PB), maio 2007.
NETO, Lira. O dragão da maldade. Aventuras na história 4(60): 26 -35. Julho 2008. 

 (Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)   

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