Há situações que nos comovem; por exemplo, outra noite, voltando para casa, no meio do caminho encontrei uma cadelinha. Por ela estar sozinha, na rua, imaginei que ela havia sido abandonada por alguém, simplesmente por ser fêmea, como é de costume se abandonar cadelas e gatas bebês, pelo fato de um dia procriarem e encher os lares de novos seres.
Então, eu voltava para casa, envolta em meus pensamentos, quando esta figurinha aí ficou à minha frente dando pulinhos e me olhando triste assim... Tirei minha câmera fotográfica da bolsa e comecei a fotografá-la, e ela começou a correr de um lado para outro, me acompanhando, enquanto eu seguia meu caminho. Fiquei logo imaginando como eu faria para cuidar dela, já que me seguia, enquanto ia para casa e ela me seguia na frente, dando pulinhos e fazendo caretas, talvez pensando que eu quisesse brincar. Mil pensamentos me ocorreram, inclusive com qual nome eu a chamaria...
Mas em nosso caminho havia uma poça d'água de uma chuva caída no dia anterior, e ela parou para beber água... Água suja, não importa, ela se deparou com algo que lhe ajudaria muito mais do que eu, naquele momento... E ao por sua linguinha naquela água esqueceu-se de mim; chamei-a várias vezes porém ela não me olhou, sequer... Segui meu caminho, cheguei em casa e aquela cadelinha não saiu mais do meu pensamento. Passo muitas vezes por aquele mesmo caminho, mas não a vi mais... Ficou triste meu coração, ficou uma saudade para sempre... Espero que ela esteja bem, onde estiver, e que tenha encontrado um lar de verdade, não as ruas tão cheias de armadilhas, fome e sede...
(Texto e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)
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