Péricles nasceu em Atenas, Grécia, possivelmente no ano 490 a.C. e pertencia a uma rica e aristocrática família ateniense. Foi discípulo de Zenão e Anaxágoras. Tinha traços regulares e finos, de fisionomia serena, porém tinha uma cabeça saliente, que chamava a atenção. Culto, hábil polemista, artista, simples, porém tinha pensamentos grandiosos em relação à sua pátria.
Democrata por herança familiar, vivia cercado pelas poderosas oligarquias atenienses. Foi escolhido para ser um dos dez estrategos ou generais, no ano 460 a.C., eleito pelo conselho dos 500 membros. Tornou-se chefe do Partido Popular e subiu ao poder da cidade-estado de Atenas, quando então combateu as oligarquias que o cercava. Com a economia ateniense baseada no comércio, Péricles a transformou numa cidade armada para garantir sua posição geográfica, política e econômica. Em discurso explicou sua intenção de usar as armas apenas para defesa: “A cidade, provida de todos os meios de defesa que a guerra exige, deve empregar suas riquezas em obras que, uma vez realizadas, lhe assegurarão glória imortal”. Naquela época, Atenas liderava a Liga ou Confederação de Delos, fundada em 478 a.C., que reunia cerca de duzentas cidades gregas, para a proteção das cidades contra invasões externas.
Entre os anos 450 e 449 a.C., através de um decreto aprovado pela Assembleia, Péricles empregou o dinheiro do Tesouro de Delos na reconstrução dos templos e edifícios públicos, destruídos no tempo da guerra contra os persas, vencida pela Grécia no ano 479 a.C. A partir daí, Atenas passou a enriquecer seus traços urbanísticos, com o intuito de se tornar a cidade mais bonita do mundo. Para isso Péricles contratou os maiores arquitetos e artistas da época, vindos de diversas partes da Grécia. Reconstruiu o porto, as muralhas, ergueu acima das colinas de Acrópole uma obra que se tornaria imortal: o Partenon, dedicada à deusa Palas Atena, defensora da cidade.
Construída em mármore, a obra foi idealizada pelos arquitetos Ictino e Calícrates e pelo escultor Fídias, e tinha 69 metros de altura. Atenas também progrediu na filosofia, com os filósofos Anaxímenes, Demócrito, Heráclito, Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, etc. Péricles também incentivou o estudo da história; surgiram grandes historiadores como Heródoto de Halicarnasso, da Ásia Menor, considerado o fundador da historiografia; também se destacaram Tucídides, Xenofonte, etc. Incentivou o teatro, e todos os anos distribuía certas quantias em dinheiro para que os mais pobres frequentassem o teatro, o que contribuiu para o surgimento de grandes teatrólogos como Aristófanes, Sófocles, Ésquilo (considerado o pai do teatro), etc.
Também a ciência teve o incentivo de Péricles, destacando-se Hipócrates de Gós, considerado o fundador da ciência médica; Demócrito, que intuiu a existência do átomo; Anaxágoras, astrônomo; Empédocles, que estudou física, astronomia, filosofia e medicina. Os últimos anos do governo de Péricles foram difíceis, porque nem todas as cidades gregas aceitavam a supremacia de Atenas sobre elas. No ano 431 a.C., Esparta, bem armada militarmente, liderou uma revolta contra Atenas, numa guerra conhecida como Guerra do Peloponeso. Péricles faleceu nessa guerra, no ano 429 a.C., vitimado por uma epidemia de peste. Atenas saiu derrotada do conflito, porém continuou sua supremacia na Grécia por meio de sua cultura, cedendo seu dialeto ático ou ateniense para a formação da atual língua grega.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. 4, fascículo 55, págs. 916 a 917. São Paulo, Abril, 1966.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
Nenhum comentário:
Postar um comentário