Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni nasceu no dia 6 de março de 1475, em Caprese, na região de Toscana, Itália. Era filho de Lodovico di Leonardo Buonarrote, pertencente à nobreza da cidade.
Logo cedo Michelangelo foi para a escola. Quando completou 7 anos de idade o pai matriculou-o numa escola de gramática, mas logo descobriu que o filho só se interessava por desenhos. Aos 13 anos de idade foi estudar no ateliê de Domenico Ghirlandaio, um grande mestre da época. Bom aluno, ainda aprendiz já ganhava salário do professor. Depois de dois anos no ateliê de Ghirlandaio, foi convidado para morar na mansão de Lourenço de Médici, o Magnífico, o homem mais poderoso de Florença, onde ficou até a morte de Lourenço, em 1492. Com a morte de Lourenço, voltou para a casa dos pais, e durante dois anos trabalhou no hospital do Espírito Santo, dissecando corpos. Em seguida viajou para Roma, onde, em junho de 1496, realizou sua primeira grande obra: “Baco”, que representa o deus do vinho.
Além de escultor e pintor, Michelangelo também foi um dos poetas que marcaram o Renascimento. Trabalhou as formas humanas, principalmente masculinas. Não escondia de ninguém sua homossexualidade: viveu com Gherardo Perini por mais de dez anos; depois, com um jovem romano chamado Tommaso de Cavaliere, a quem dedicou vários poemas, e Cecchino dei Bracci, um menino de apenas 13 anos de idade, quando ele já tinha 66 anos. O jovem morreu aos 15 anos de idade, e Michelangelo passou mais de um ano escrevendo poemas de amor em sua memória.
Entre os anos 1498 e 1500 pintou a sua obra mais famosa: “Pietá”, a única obra com sua assinatura, bem visível no coração da Virgem Maria, que acalanta o Cristo morto. Quando terminou “Pietá”, ele voltou para Florença e começou a esculpir “Davi”, em um único bloco de mármore, num trabalho de 3 anos. Durante esse tempo recebeu várias encomendas, entre elas “A Sagrada Família”. Em 1505 viajou para Roma a convite do Papa Júlio II, para trabalhar na reconstrução da Catedral de São Pedro e construção do seu mausoléu. Logo se desentendeu com o Papa e fugiu para Florença, mas logo depois voltou a trabalhar para o pontífice, mesmo sendo vigiado.
Depois aceitou a encomenda de uma estátua de bronze para a fachada da igreja de São Petrônio, erguida em 1508. No trabalho do túmulo do Papa realizou uma de suas maiores obras: ”Moisés”, com traços fisionômicos do Pontífice. Em 1508 recebeu a sua encomenda mais importante: a pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano, tendo cerca de 400 figuras pintadas no teto; algumas delas medem mais de 3 metros de altura e relatam cenas da vida humana segundo a tradição cristã. Trabalhou 4 anos em cima de um andaime com o rosto voltado para cima. Voltou a trabalhar na Capela Sistina nos anos 1536 a 1541, para pintar o “Juízo Final”, na parede do altar, onde só pintou “nus”.
Ao ver a pintura, o mestre-de-cerimônias do Papa Paulo III, Biagio da Cesena, mostrou ao pontífice que os corpos nus pintados eram inadequados e indecentes. Michelangelo quis se vingar, quando pintou Biagio no “Juízo Final”, completamente nu, feio, gordo e com o corpo envolto numa serpente, acompanhado de demônios no fogo do inferno. A obra quase foi destruída, porém no papado de Paulo IV o pintor Daniel de Volterra retocou os nus, cobrindo as partes julgadas indecentes.
De 1546 até sua morte Michelangelo trabalhou na Basílica de São Pedro, mesmo sentindo dores no corpo, causadas pela queda de um andaime durante a pintura de “Juízo Final”. Ele faleceu no dia 18 de fevereiro de 1564, aos 89 anos de idade. Perto da morte exclamou: “Na verdade, nunca houve um só dia que tenha sido totalmente meu”.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. 5, fascículo 65, págs. 1102 a 1104. São Paulo, Abril, 1966.
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. VII. Porto Alegre, globo, 1974.
REVISTA Caras. Coleção “As pinturas mais valiosas do mundo”. São Paulo, Abril, 2007.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)
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