Leonardo da Vinci nasceu no dia 15 de abril de 1452, no vilarejo de Vinci, perto de Florença, Itália. Era filho ilegítimo do tabelião Ser Piero di Antonio e da camponesa Caterina. Adotou Vinci como sobrenome em referência à sua terra natal.
Foi criado com a mãe até os seis anos de idade e pelo pai a partir de então, e não teve educação formal. Em 1466 mudou-se com o pai para Florença, e Piero logo percebeu o talento artístico do filho; reuniu então umas pinturas de Leonardo e mostrou ao escultor, pintor e ourives, Andrea del Verrocchio, que empregou o menino como aprendiz em sua oficina.
Aos 20 anos de idade Leonardo tornou-se pupilo-mor do artista e logo entrou para a “Corporação dos Pintores”, como mestre. Em 1473 tornou-se ajudante de cozinha numa taberna em Florença. Ali, após misteriosa morte dos cozinheiros por envenenamento, Leonardo assumiu o cargo de chef-de-cuisine, como tanto desejava. Em 1478, com o amigo Sandro Botticelli, abriu a tasca “A Marca das Três Rãs”, que foi à falência, pois os clientes não entendiam o cardápio com desenhos de Botticelli e a escrita invertida de Leonardo. Da Vinci tinha mania de escrever ao contrário, da direita para a esquerda, e usava um código feito de partes de palavras e símbolos no lugar das letras.
Em 1476, com 24 anos de idade, foi acusado duas vezes de sodomia aos Oficiais da Noite e dos Mosteiros, e a denúncia constava que ele e mais três jovens tiveram relações sexuais com o prostituto Jacopo Saltarelli. O processo foi arquivado por falta de provas. No ano seguinte foi trabalhar para Lourenço de Médici, governador de Florença. Em meados de 1482 mudou-se para Milão, e em 1490 adotou um jovem chamado Giacomo Salai, que usava longos cabelos, como seu protegido.
A partir de 1499, durante a ocupação da Itália pelos franceses, deixou Milão e fez viagens por Veneza, Florença e Roma, onde recebeu encomendas do Papa Leão X para fazer estudos de Óptica. No início do ano 1500, morando em Florença, sua aparência chamava atenção: usava barbas longas e grisalhas, penteadas e frisadas a ferro, calças à altura dos joelhos, confeccionadas em tecidos ricos e tons rosados, e tinha sempre a companhia de Salai, também de boa aparência e cheio de presentes do pintor.
Em 1516 foi convidado pelo soberano francês Francisco I para morar no Castelo de Cloux, em Amboise, na França, onde viveu por 3 anos, até seu falecimento, ocorrido no dia 2 de maio de 1519. Foi assistido no último instante pelo rei Francisco I, que lhe visitava naquele momento, e pelo seu amigo dos tempos de Milão, Melzi, que depois propagou seus manuscritos, mais tarde transformados no “Tratado sobre pintura”. Leonardo da Vinci foi enterrado na igreja de Saint Florentin, em Amboise.
Além de pintor, Leonardo da Vinci foi um grande inventor. Deixou cerca de 7.700 páginas em desenhos. Em suas anotações científicas há projetos nas áreas de hidráulica, cosmologia, astronomia, geologia, paleontologia, mecânica, geografia, gastronomia, música e engenharia. Ele inventou a porca, o parafuso, a roldana, os sistemas de freio e embreagem, a correia, manivela, etc. Na década de 1960 foram descobertas em Madri, Espanha, cerca de 700 páginas e 201 desenhos sobre aviação, arquitetura e engenharia mecânica, escritas pelo artista entre os anos 1491 a 1495. Desenhou tanques de guerra com canhões, pára-quedas, instrumentos musicais, espremedor de alho, cortadores de ovos, relógios com minutos e segundos, metralhadoras, pontes giratórias, gruas móveis, etc.
Como pintor, é dono da pintura mais famosa e copiada de todos os tempos: Mona Lisa. É provável que a modelo retratada por da Vinci tenha sido Lisa Gherardini, esposa de um rico mercador, que tinha 25 anos quando foi pintada. A obra foi pintada entre os anos 1503 e 1505, em óleo sobre madeira, medindo 77 cm x 53 cm, encontrada hoje no museu do Louvre, em Paris. Outras pinturas famosas do artista são “A virgem dos rochedos” (1483 – 1486), óleo sobre madeira, medindo 199 cm x 122 cm, encontrada hoje também no museu do Louvre, Paris e “Dama com arminho”, pintada em óleo sobre madeira, medindo 54,8 cm x 40,3cm, encontrada no museu Czartoryski, em Cracóvia, Polônia.
Pensamentos de Leonardo da Vinci:
* A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza, em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação.
* Pintor: deve haver tal poder de emoção na fisionomia das criaturas que pintas, que o teu quadro pareça, ao observador, capaz de fazer os mortos rirem e chorarem.
* A necessidade é a melhor mestra e guia da natureza. A necessidade é tema e inventora, o eterno freio e lei da natureza.
* O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.
* Gravidade, força e impulso casual, juntamente com a resistência, são os quatro poderes externos nos quais todas as ações visíveis dos mortais têm seu começo e seu fim.
* O pintor deve ser universal e amar a solidão. Deve considerar o que olha, e raciocinar consigo mesmo, elegendo as partes mais excelentes de todas as coisas que vê; fazendo como o espelho que se transmuda em tantas cores quantas se põem à sua frente.
* Os homens esfolam cruelmente aquilo que os faz viver – o debulhar dos grãos. As florestas trarão ao mundo “filhos” fadados a destruir os pais – os cabos de machado. A pele dos animais fará os homens perderem a calma, xingar e gritar – os jogos esportivos com bola de couro.
* Assim como Ptolomeu, em sua Cosmografia, descreveu antes de mim o universo, eu descrevo o corpo humano, esse universo em miniatura, esse universo dentro de um universo.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. 2, fascículo 29, págs. 465 a 467. São Paulo, Abril, 1966.
DICIONÁRIO Universal de Curiosidades. Vol. 5, pág. 1149. São Paulo, Cil S.A., 1968.
REVISTA Caras. Coleção “As pinturas mais valiosas do mundo”. São Paulo, Abril, 2007.
CLARET, Martin. O pensamento vivo de Da Vinci. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1985.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
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