quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Martim Afonso de Souza


Martim Afonso de Sousa nasceu na Vila Viçosa, Portugal, possivelmente no ano 1500. Era filho de Lopo de Sousa – Senhor do Prado – e dona Brites de Albuquerque. Foi pajem do Duque de Bragança e depois do infante dom João, futuro rei dom João III. Passou toda a mocidade em Salamanca, onde fez seus estudos secundários. Moço culto, gostava do latim, história, astronomia e do mar. Depois se tornou acompanhante da viúva de dom Manuel I, a castelã dona Leonor, e casou-se com dona Ana Pimentel, dama de companhia da Princesa Catarina. Fez uma viagem para a Espanha, para lutar contra Francisco I. Com o fim do conflito voltou para Portugal. 

No ano 1530 dom João III confiou a Martim Afonso de Sousa a primeira expedição povoadora e exploradora do Brasil. No dia 20 de novembro do mesmo ano foi nomeado “capitão-mor da Armada e governador das terras que achar”, com poderes irrestritos, podendo até aplicar a pena de morte sem apelo nem agravo. Tinha ainda duas cartas-régias lhe assegurando outros privilégios. 

A Armada compunha-se de cinco velas: a capitânia, comandada por Martim Afonso, que contava ainda com a colaboração do seu irmão Pero Lopes de Sousa, responsável pelo diário de bordo; os galeões “São Miguel”, comandado pelo capitão Heitor de Sousa, e “São Vicente”, comandado por Pedro Lobo Pinheiro, e as caravelas “Princesa”, comandada por Baltasar Gonçalves, e “Rosa”, comandada por Diogo Leite, que foi capitão de uma das naus da frota de Cristóvão Jacques. A tripulação ainda contava com 400 homens, e levava instrumentos de trabalho e mudas de plantas. 

A expedição partiu das Ribeiras das Naus no dia 3 de dezembro de 1530, tendo como destino primeiramente as Ilhas Canárias. Seguindo viagem, chegou à Bahia de Todos os Santos no dia 13 de março de 1531, e encontrou Diogo Álvares Correa, o “Caramuru”, que se tornou seu ajudante. Partiu daí para o sul, quando atingiu a Guanabara, junto ao Pão de Açúcar, no dia 30 de abril de 1531, quando foi visitado pelo morubixaba Ararigboia. 

No dia 1º de agosto do mesmo ano reiniciou a viagem, ancorando na baía da atual Cananeia, doze dias depois. Partiu novamente, chegando ao atual Rio da Prata, onde deixou seu irmão Pero Lopes de Sousa, para explorar o estuário da Prata. Em março de 1532 ancorou no porto de São Vicente, onde vivia João Ramalho, que lhe prestou grandes serviços. No dia 22 de maio do mesmo ano fundou a Vila de São Vicente. Lá, construiu o primeiro engenho de açúcar, dando início ao ciclo do açúcar no Brasil. 

Em 1533 regressou a Portugal, quando foi nomeado capitão-mor do Mar da Índia, para aonde seguiu no dia 12 de março de 1534. Inicialmente fez boa administração, e recebeu o título de vice-rei do Estado da Índia, mas talvez por causa do alto cargo, foi acusado de desvio de dinheiro público e de envolvimento em pirataria. Foi chamado de volta a Portugal em 1545, onde viveu esquecido e sem ocupar qualquer cargo público até seu falecimento, no ano 1564. Possivelmente deixou um livro de memórias, que se perdeu. 

Bibliografia:
CARVALHO, Geraldo Magela de. Atlas Ecos de Biografias. João Pessoa, Ecos, 1977. 
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. III, págs. 587 a 588. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

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