Galileu Galilei nasceu em Pisa, Itália, no dia 15 de fevereiro de 1564. Era filho de Vicenzio Galilei, um comerciante de tecidos, músico e matemático. Até os onze anos de idade ele estudou com o seu pai e depois foi levado para o monastério beneditino de Santa Maria de Valombrosa, onde estudou latim, grego, religião e música.
Em 1581, aos 17 anos, foi estudar na Universidade de Pisa, e, por ser um aluno curioso, começou a questionar as teorias de Aristóteles. Em 1583, depois de observar o movimento de vaivéns dos pêndulos, descobriu e anunciou que a duração dos seus vaivéns não dependia da amplitude de cada movimento, mas do comprimento do próprio pêndulo. Para provar sua descoberta, projetou um mecanismo de rodas dentadas acionado por um pêndulo, para medir o tempo. Essa experiência seria uma antevisão dos relógios de parede, inventados muito tempo depois, com o mesmo princípio.
Logo depois deixou a universidade para estudar matemática e física por conta própria. Só voltou à universidade aos 25 anos de idade, mas já como professor de matemática. No ano 1592 tornou-se professor da Universidade de Pádua. Em 1604 demonstrou que as teorias de Aristóteles estavam erradas, ao descobrir a “Lei da queda dos corpos”, e provou que duas esferas de pesos diferentes caem à mesma velocidade, em experiência feita no alto da torre de Pisa, quando jogou de lá de cima duas medidas de diferentes pesos, e elas caíram ao mesmo tempo no solo.
Quando soube que um holandês havia inventado um aparelho para ver ao longe, Galileu examinou-o e construiu um telescópio muito mais potente. Em seguida apontou-o para o céu e viu as manchas do Sol e da Lua. Descobriu e afirmou que era o Sol e não a Terra o centro do Universo, e que a Terra girava em torno dele, contrariando a “Teoria Geocêntrica”, de Ptolomeu, e a crença da igreja católica.
Com as observações em seu telescópio, noite após noite, Galileu viu 4 satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, a natureza da Via Láctea, etc. Dessas observações publicou um livro, no ano 1610, intitulado “O mensageiro das estrelas”, um sucesso na época e que preocupou a igreja católica, ao confirmar a “Teoria Heliocêntrica”, do astrônomo Copérnico, que afirmava ser o Sol e não a Terra o centro do Universo.
O livro foi apresentado na feira de livros de Frankfurt e traduzido para várias línguas, inclusive a chinesa. Aclamado pelo povo, admirado pelos sábios do seu tempo, Galileu foi eleito para a Academia dos Olhos de Lince, em 1611. Mudando-se depois de Pádua para Florença, tornou-se o principal filósofo e matemático da corte dos Médicis, abandonando sua mulher, Maria Gamba, seus três filhos e um ajudante de nome Guido.
Em 1613 publicou o livro “História das manchas e acidentes do Sol”, confirmando a Teoria Heliocêntrica. A igreja então reagiu às afirmações de Galileu, advertindo-o de que suas ideias contrariavam o pensamento da igreja. Mas Galileu não se intimidou e em 1632 publicou o livro “Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo: o Ptolomaico e o Coperniciano”. O livro, com informações julgadas heréticas, de que “A Terra não era imóvel e que a sucessão dos dias e das noites era causada pela rotação da Terra em torno do seu eixo”, foi proibido, e Galileu convocado para depor perante o Tribunal da Inquisição, que o obrigou a retratar-se. Mesmo assim, em junho de 1633 ele foi condenado à prisão domiciliar, embora fosse amigo de Maffeo Barberini, então Papa Urbano VIII, com o qual teve várias audiências.
Mesmo com a idade avançada, Galileu continuou pesquisando e escrevendo e lançou mais dois livros, um deles intitulado “Duas novas Ciências”. Algum tempo depois ficou cego, mas não deixou de propagar suas ideias, até falecer, no dia 8 de janeiro de 1642.
Somente no dia 31 de outubro de 1992, mais de trezentos anos depois, Galileu foi absolvido pela igreja católica, através do Papa João Paulo II.
Obras:
“O mensageiro das estrelas” (1610); “O ensaiador” (1623); “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo” (1632) e “Discurso sobre as duas novas ciências” (1638).
Carta de confissão, quando Galileu foi obrigado, vestido como penitente, a recitar e assinar publicamente, no Convento de Santa Maria sobre Minerva:
“Eu, Galileu, filho de Vicenzio Galilei de Florença, com a idade de setenta anos, juro que sempre acreditei, acredito agora e com a ajuda de Deus acreditarei no futuro em tudo o que sustenta, ensina e prega a Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas por ter eu – após ter sido com preceito intimado juridicamente por este Santo Ofício a que deixasse completamente a falsa opinião de que o Sol seja o centro do mundo e que não se mova, e de que a Terra não esteja no centro e que se mova; e a que não tivesse, defendesse, nem ensinasse de qualquer modo, nem por voz, nem por escrito, a falsa doutrina referida; e por ter sido notificado de que esta doutrina é contrária às Sagradas Escrituras – escrito e imprimido um livro no qual trato da mesma doutrina já condenada e apresento razões com muita eficácia em seu favor, fui julgado veemente suspeito de heresia, isto é, de ter tido e acreditado que o Sol seja o centro do mundo e esteja imóvel e que a Terra não seja o centro e que se mova. Portanto, querendo retirar da mente de Vs. Eminências e de todo fiel cristão esta veemente suspeita (...) com o coração sincero e fé não fingida abjuro e amaldiçoo e detesto os erros e heresias acima (...)”.
Pensamento de Galileu:
Devemos escrever os benefícios em bronze, e as injúrias no ar.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Ilustrada Cultural Conhecer. Vol. 2, fascículo 18, págs. 300 a 301. São Paulo, Abril, 1966.
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. V. Porto Alegre, Globo, 1974.
SÍS, Peter. O mensageiro das estrelas: Galileu Galilei. 4ª ed. São Paulo, Ática, 1999.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
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