Gregório de Matos Guerra nasceu na Bahia no ano 1633, de família rica. Fez seus primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas. Seguiu depois para Coimbra, onde se formou em Direito em 1661. Advogou em Lisboa, onde foi juiz do crime e curador de órfãos, além de procurador do Senado da Câmara da Bahia.
Poeta satírico, por causa de suas sátiras tornou-se malvisto na corte, onde recebeu o apelido de “boca do inferno”; foi, por isso, obrigado a voltar para a Bahia.
Na Bahia, assumiu o cargo de desembargador da Relação Eclesiástica daquela Arquidiocese, indicado pelo primeiro arcebispo baiano dom Gaspar Barata. Logo se desentendeu com o substituto de dom Gaspar e deixou os padres jesuítas.
Fora da Companhia de Jesus, passou a ter vida boêmia, o que o fez malvisto pela sociedade, principalmente porque usava sua poesia para ofender as pessoas e bajular os poderosos. Tinha muitas amantes mulatas, porém casou-se com uma viúva, mas ela fugiu de casa e se escondeu em casa de parentes por não suportar sua violência.
Foi deportado para Angola, onde passou algum tempo, mas voltou ao Brasil com o apoio do governador, como recompensa por tê-lo ajudado no combate a uma tropa revoltosa. Proibido de voltar à Bahia, desembarcou em Pernambuco, onde viveu do mesmo modo, zombando de tudo e de todos. Morreu obscuramente no Recife no ano 1696 e foi enterrado na capela do hospício de Nossa Senhora da Penha, que algum tempo depois foi demolida, o que apagou qualquer vestígio dos seus restos mortais.
Gregório de Matos foi o primeiro poeta satírico brasileiro, revelando em sua poesia os costumes da época colonial, principalmente seus desmandos sexuais, seus costumes e o parasitismo português. Escreveu ainda poesias líricas e religiosas. Plagiou Gôngora e Quevedo. Suas obras foram reunidas em seis volumes: Sacra, Lírica, Graciosa, Satírica (2 vols.) e Última.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
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