Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro no dia 21 de junho de 1839, no morro do Livramento. Era filho do mulato e pintor Francisco José de Assis e da açoriana da Ilha de São Miguel, Maria Leopoldina Machado. Logo cedo perdeu a mãe e uma irmã, sendo criado pela madrasta, a lavadeira Maria Inês.
Estudou apenas o primário, numa escola de São Cristóvão, mas abandonou a escola para sustentar a madrasta após o falecimento do seu pai, no ano 1851, quando tinha doze anos de idade. Nesse tempo foi vendedor de balas e doces e sacristão da igreja da Lampadosa, onde aprendeu latim com o vigário.
Em 1855 iniciou sua carreira literária, ao publicar a poesia “Um anjo” no jornal “A Marmota Fluminense”.
Pouco tempo depois foi trabalhar com o dono do jornal, Francisco de Paula Brito, que o levou a frequentar a boemia. Lá no jornal exerceu a profissão de revisor de provas, exercendo essa função também no “Correio Mercantil”, ao ser apresentado por Pedro Luís e Francisco Otaviano. Depois colaborou no “Diário do Rio de Janeiro”, na “Semana Ilustrada”, “Jornal das Famílias”, “O Espelho” (como crítico teatral).
Estreou como crítico literário com o ensaio “O passado, o presente e o futuro da literatura”. A partir de 1860 foi trabalhar na redação do “Diário do Rio de Janeiro”, a convite de Quintino Bocaiúva.
Em 1861 escreveu a peça teatral “Desencantos” e “Queda que as mulheres têm pelos tolos”. Em 1864 escreveu o livro de poesias “As Crisálidas”. Em 1867 conheceu dona Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, ambos portugueses do Porto. Nesse tempo foi nomeado para o cargo de ajudante e diretor de publicidade do “Diário Oficial”, cargo que ocupou até o ano 1874.
No dia 11 de dezembro de 1869 casou-se com dona Carolina, e foi morar na Rua dos Andradas. Em 1873 foi nomeado primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Viação e Obras Públicas. Em 1876 foi promovido a chefe-de-seção e em 1880 a oficial-de-gabinete. Nesse ano começou a publicar na “Revista Brasileira” “Memórias póstumas de Brás Cubas” e na imprensa os poemas que formam o núcleo de “Ocidentais”.
Em 1884 mudou-se para a Rua Cosme Velho, n.º 18, sua residência definitiva. Nesse ano foi promovido à categoria de oficial da Ordem da Rosa, e em 1889 foi nomeado diretor da Diretoria-geral do Comércio do Ministério da Agricultura, recebendo um ordenado anual de oito contos. Em 1892 foi diretor-geral da Viação, cargo que ocupou até fins de 1897.
No dia 15 de dezembro de 1896 fundou a Academia Brasileira de Letras juntamente com alguns intelectuais, sendo eleito seu primeiro presidente no dia 4 de janeiro de 1897, cargo que ocupou até a morte. No mesmo ano foi nomeado diretor-geral da contabilidade do Ministério da Agricultura. Em 1904 sofreu com a morte de D. Carolina, e quatro anos depois, afastou-se dos cargos públicos para tratamento de saúde. Publicou ainda seu último livro, “Memorial de Aires”.
Machado de Assis sofria de epilepsia, era mulato e de baixa estatura, e usava barba e bigode para esconder o rosto, porque se achava feio. Além da epilepsia, foi acometido de reumatismo e uma úlcera na língua que o impedia de se alimentar. Faleceu no dia 29 de setembro de 1908, em sua residência, e no seu atestado de óbito consta como causa mortis uma arteriosclerose. Foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Obras:
Poesia: “Crisálidas” (1864); “Falenas” (1870); “Americanas” (1875); “Ocidentais” em poesias completas (Crisálidas, Falenas, Americanas, Ocidentais) (1901).
Romance: “Ressurreição” (1872); “A mão e a luva” (1874); “Helena” (1876); “Iaiá Garcia” (1878); “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba” (1891);
“Dom Casmurro” (1900); “Esaú e Jacó” (1904); “Memorial de Aires” (1908).
Conto: “Contos fluminenses” (1870); “Histórias da meia-noite” (1873); “Papéis avulsos” (1882); “Histórias sem data” (1884); “Várias histórias” (1896); “Páginas recolhidas” (1899); “Relíquias de casa velha” (1906).
Teatro: “Desencantos” (1861); “Queda que as mulheres têm pelos tolos” (1861); “O caminho da porta” (1863); “O protocolo” (1863); “Quase ministro” (comédia, 1864); “Os deuses de casaca” (comédia em um ato, 1866); “Uma ode de Anacreonte” (1870); “O bote de rapé” (comédia em um ato, 1878); “Antes da missa” (1878); “Tu, só tu, puro amor” (comédia em um ato, 1880); “Não consultes médico” (comédia em um ato, 1896); “Lição de Botânica” (comédia em um ato, 1906); “As forças caudinas” (comédia em dois atos, escrita entre os anos 1863 e 1865 e publicada em 1956).
Crônica: “Páginas recolhidas” (1893); “A semana” (publicada em 1914).
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)
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