quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Visconde do Rio Branco

José Maria da Silva Paranhos nasceu em Salvador, Bahia, no dia 16 de março de 1819. Era filho de um abastado comerciante português, que morreu quando Paranhos ainda era criança, deixando a família desamparada. Sua mãe também morreu quando ele tinha dez anos de idade. Órfão, foi criado por um tio, que lhe custeou os estudos e o enviou depois para o Rio de Janeiro, quando ele tinha dezesseis anos. 

No Rio, Paranhos matriculou-se na Academia de Marinha, destacando-se como um dos melhores alunos da classe. Terminado o curso, inscreveu-se como guarda-marinha na Escola Militar. Em 1842 casou-se com uma filha de comerciante português, com quem teve oito filhos, sendo um bom esposo e bom pai de família. No ano seguinte foi promovido a segundo-tenente de engenharia, tornando-se professor de artilharia na Academia de Marinha, escola em que se diplomou dois anos antes. 

Pouco tempo depois resolveu dedicar-se à política. Em 1845 elegeu-se deputado à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro; dois anos depois foi nomeado pelo Imperador vice-presidente daquela província, chegando a assumir interinamente a presidência em algumas ocasiões. Em 1847 elegeu-se deputado para a Câmara do Império, exercendo paralelamente sua profissão de professor, assumindo cátedras de artilharia, matemática, fortificações, economia política, estatística e direito administrativo. Dedicou-se também ao jornalismo. 

Na Câmara dedicou-se à região da Prata, apoiando intervenção armada na região, aonde o ditador argentino Rosas e o caudilho uruguaio Oribe vinham perseguindo o Brasil, pondo em risco a estabilidade e a soberania da região. Após a derrota de Oribe e Rosas na “Guerra da Prata”, Paranhos foi designado pelo Imperador como representante do Brasil nas negociações com o novo governo uruguaio, com notável atuação. 

Em 1853 novamente foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro, e convidado para assumir a pasta da Marinha, no gabinete da Conciliação, constituído de políticos liberais e conservadores, cargo que ocupou por dois anos, quando assumiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em 1855 voltou ao Ministério da Marinha. 
Afastou-se do Ministério da Marinha para assumir uma missão diplomática no Paraguai, onde conseguiu do governo paraguaio a abertura da navegação na bacia platina a todos os países. Por essa vitória ele recebeu a insígnia de Comendador da Imperial Ordem do Cruzeiro. 

Como político, Paranhos ocupou vários cargos, apoiado pelo Partido Conservador, ao qual pertencia: foi ministro da Marinha no Gabinete da Conciliação e no primeiro gabinete do Marquês de Caxias; ministro dos Negócios Estrangeiros nos gabinetes do Marquês do Paraná, do Visconde de Abaeté, no segundo gabinete de Caxias e no gabinete do Visconde de Itaboraí; foi ministro da Guerra no gabinete de Abaeté e ministro da Fazenda no segundo gabinete de Caxias. Foi membro do Conselho de Estado e senador pela província de Mato Grosso. 

Em fins de 1864 foi como enviado especial do governo brasileiro à região da Prata, negociar o fim da guerra civil no Uruguai, quando ajudou o gen. Flores a assumir o governo daquele país. Nesse tempo também negociou a formação da Tríplice Aliança contra o Paraguai, após as agressões do ditador Solano López ao Brasil. Em 1870, com o fim da “Guerra do Paraguai”, foi enviado para aquele país, para ajudar na sua reconstrução, quando sugeriu e conseguiu a abolição da escravatura no Paraguai. Na volta ao Brasil, também abraçou a causa da abolição da escravatura em nosso país. 

Por causa do êxito no Paraguai, Paranhos recebeu do Imperador a Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e o título de Visconde do Rio Branco, além de ser indicado para a presidência do Conselho de Ministros, em março de 1871, cargo que ocupou até junho de 1875, quando o país alcançou grande desenvolvimento. Logo no início de sua administração no Conselho, enviou à Câmara um projeto pela libertação dos filhos de mãe escrava que nascessem a partir da promulgação da lei; enfrentando dificuldades, conseguiu a aprovação da “Lei do Ventre Livre”, pelo Senado, em 28 de setembro de 1871, logo depois sancionada pela Princesa Isabel, então na regência do Império. 

Durante o resto de sua vida lutou pelo desenvolvimento do Brasil, até falecer, no dia 1º de novembro de 1880, quando ocupava o cargo de Conselheiro de Estado. Seu cortejo fúnebre foi acompanhado por milhares de pessoas.  

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA de educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 423 a 426. São Paulo, Michalany, 1971. 
CARVALHO, Geraldo Magela de. Atlas Ecos de Biografias. João Pessoa, Ecos, 1977. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

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