segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Sagarana: letra — Música de Clara Nunes


A ver, no en-sido, pelos campos- claros: estórias.

Se deu passado esse caso;

Vivência é memória.

Nos Gerais

A honra é que é que se apraz

Cada quão sabia sua distrição.

Vai que foi sobre esse 

Era uma-vez 'sas passagens:

Em beira-riacho morava o casal: 

Personagens, personagens, personagens.


A mulher tinha a morenês que se quer:

Verdeolhar, dos verdes do verde invejar.

Dentro lá deles

Diz-se que existia outros Gerais,

Quem o qual, dono seu, 

Esse era erroso, no a ponto de ser feliz demais

Ao que a vida, no bem e no mal dividida,

Um dia ela dá o que faltou... Ô, ô, ô...


É buriti, buritizais (bis)

É o batuque corrido dos Gerais.

O que aprendi, o que aprenderás

Que, nas veredas por em-redor, sagarana.

Uma coisa é o alto bom-buriti,

Outra coisa é  buritirana.


A pois que houve, no tempo das luas bonitas,

Um moço êveio: — viola enfeitada de fitas.

Vinha atrás de uns dias pra descanso e paz.

Galardão: mississo-redó: falanfão.

No-que: " — se abanque"

Que ele deu nos óio o verdejo. 

Foi se afogando; pensou que foi mar, 

Foi desejo, foi desejo, foi desejo.


Era ardor.

Doidava de verde o verdor,

E o rapaz quis logo querer os Gerais

E a dona deles.

— Que sim, que ela disse verdeal.


Quem o qual, dono seu, vendo as olhâncias, 

No avoo virou bicho-animal:

Cresceu nas facas:

O moço ficou sem ser macho,

E a moça sem verde ficou. Ô, ô, ô,


É buriti, buritizais. (Bis)

É o batuque corrido dos Gerais.

O que aprendi, o que aprenderás

Que nas veredas por em-redor, sagarana.

Uma coisa é o alto bom-buriti,

Outra coisa é o buritirana.


Quem quiser que cante outra,

Mas à moda dos Gerais.

Buriti: rei das veredas;

Guimarães: buritizais!

Guimarães: buritizais!

Guimarães: buritizais!



(Clara Nunes — Autores: Paulo César Pinheiro/João de Aquino)

Disco: "As forças da natureza" — 1977 — EMI-ODEON — XSMOFB 3946.

Foto: internet.




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