quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Saudades (Casimiro de Abreu)


Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a Lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio
De tristeza e amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário,
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário,
Que nos enche de pavor.

Então – proscrito e sozinho –
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
 – Saudades – dos meus amores,
 – Saudades – da minha terra!

(Poesia: Casimiro de Abreu -As Primaveras - foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)       

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