domingo, 16 de junho de 2013

Acordar...


Tarefa enfadonha
Apaixonar-se por alguém
E não avermelhar-se de vergonha
Ao senti-lo perto, coração com coração..

Embaralham-se as pernas,
Tropeçam os passos, a voz enrouquece,
O coração, de tanto acelerar, enlouquece...

Quando a noite cai
O amor da mente não sai,
Nem em sonhos adormece,
Mas armadilhas tece
Levando a alma para viajar...

Pelos fios do cabelo,
Pelas curvas do corpo em chamas...
Ainda se escuta uma voz a dizer: "Tu me amas!"...

Depois de uma noite inteira sonhando
Em viagens de núpcias, mares  navegando,
Desertos transpondo, abraços e beijos trocando,
Acordar!...  

Tarefa enfadonha
Acordar e sofrer de amor,
Não receber do amor o amor que se dá...
É mar sem fundo, deserto sem horizonte,
Coração sem motivos para continuar...

(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

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