Não sei quem eu sou,
E voltar novamente a ser quem era. (Bis) Refrão
Voltar ao subúrbio da minha infância
Colhendo pandoca, pião de madeira;
Não há quem sufoque a doce lembrança
De dona Cristina descendo a ladeira...
Ai, quem me dera...
Amarelinha traçada na rua,
Cinema cem réis só na domingueira
E a vida espiando, cismando, guardando
E o tempo aumentando, me dando canseira,
E o tempo aumentando, me dificultou,
Torceu meu destino de toda maneira.
Sei lá de onde vim, sei lá pra aonde vou
Tenho pra morrer uma vida inteira.
Ai, quem me dera...
E me aborrece viver mal assim,
Pois mal se acorda e tem uma barreira
E gente calando, medrando na vida,
Guardando o pião, largando a fieira.
Ai, quem me dera...
Clara Nunes – autores: Maurício Tapajós/ Hermínio Bello de Carvalho
Extraído do CD de Maurício Tapajós "Sobras Repletas"
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