sábado, 13 de outubro de 2012

Laranja-cravo


Quando eu era criança sempre dormia na casa de vovó Inacinha, minha vó materna. Aliás, eu fui muito feliz pois tive um contato bonito com meus avós, o que me ajudou a respeitar e amar os mais velhos. Bom, voltando ao assunto,
a casa de vovó é onde hoje moro, só que já foi reformada, e pouco resta do seu desenho original. Eu me lembro bem que havia um quintal grande, com duas cisternas para armazenamento de água de chuva, pois naquele tempo não havia água encanada, e um pé de laranja-cravo.

Na realidade, o que mais me chamava a atenção naquela época era o pé de laranja-cravo, só que não era por causa das laranjas no pé, mas o canto dos rouxinóis que se abrigavam nele. Toda madrugada eu acordava com aquele canto, o que me fazia abrir os olhos com um certo romantismo, uma paz interior muito grande.

Curiosamente, de uns tempos para cá, em certo período do ano, um rouxinol canta todos os dias no quintal de casa, porém na antena parabólica, pois já não há pé de laranja-cravo para ele se abrigar.

(Texto e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)

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