E talvez sentindo saudades também!
Ô Flor do Mocambo, vestida de luto,
Herança do fruto dos beijos de alguém.
Foi de madrugada, quando eu lhe beijei,
Parti e chorei, vendo a imagem sua!
Sou triste e boêmio sem felicidade,
Cantando saudade, aos raios da lua.
Você, flor divina, tão simples e tão bela,
Ô flor amarela, do meu pé de jambo,
Sou triste poeta, cativo, mas amo,
Por isso lhe chamo de Flor do Mocambo.
Não tenho riqueza para lhe ofertar:
Navio nem mar, nem Copacabana!
Só tenho a viola, a vida e molambo,
Ô Flor do Mocambo, da minha choupana.
Lhe dou as estrelas, a lua, a cascata,
O campo e a mata, o riso e o pranto;
Estrela cadente, luz de vagalume,
Venha dá perfume aos versos que canto.
Lhe dou o peixinho que morre na areia
A voz da sereia que canta escondida
Eu só quero apenas que os dias seus
Se unam aos meus, nos dramas da vida!
Odeio o guerreiro da vil raça humana,
O homem que engana ao sei Criador!
Pois morro brigando no céu e na terra
E até faço guerra, pra ter seu amor.
Olhando a inocência que tem no seu riso
Eu fico indeciso, sem saber o que faça!
Você é poema da felicidade
Plantando saudade, na alma da raça.
Quando a mocidade voar, for embora
Olhando a aurora, sem saber porque
Aí chorarei já quase no fim
Com pena de mim, pensando em você.
Termino o poema olhando pra Lua,
Linda deusa nua, que sente ciúme!
Ô flor do mocambo dos meus desenganos,
No passar dos anos não perca o perfume!
(Autor: Apolônio Cardoso - Vídeo: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB)
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