O primeiro retirante nordestino do qual se tem notícia chamava-se Pero Coelho de Souza, explorador português que viveu entre o final do século XVI e começo do século XVII. Residente na Paraíba, em 1603 chefiou uma expedição para a conquista dos índios potiguaras, em terras situadas hoje no Ceará.
Devidamente autorizado pelo governador-geral Diogo Botelho, saiu da Paraíba com o intuito de chegar até o Maranhão. Uma coluna de sua expedição seguia por terra e três naus seguiam por mar, sempre pelo litoral.
Em seu percurso combateu índios e franceses que traficavam pau-brasil; ao chegar ao rio Punaré - atual Parnaíba - na Barra do Ceará, levantou um arraial que batizou de Nova Lisboa. Já em 1606, ao retornar àquele local, encontrou Nova Lisboa desmantelada. Seguiu então para a capitania do Rio Grande, estabelecendo-se no Vale do Jaguaribe.
Lá no Vale do Jaguaribe deparou-se com a primeira seca de que se tem notícia. Resolveu, então, retirar-se daquele local, com sua mulher, cinco filhos menores e seus homens, todos doentes e abatidos, sem água e comida. Seguiu pela costa nordestina, com dificuldade, rumo ao Forte dos Reis Magos, no Rio Grande do Norte, tornando-se o primeiro nordestino a fugir da seca de que se tem notícia.
Fonte: Moderna Enciclopédia Brasileira, Vol. I, pág. 182 - 3.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)
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