sexta-feira, 16 de junho de 2017

Garoa de subúrbio: letra - Música de Clara Nunes

Vou pela rua andando à toa,
Sobre mim cai a garoa
Estragando o paletó,
E cada pedra, cada passo
Do calçamento onde eu passo
Me recorda que estou só.

Naquele morro tão distante
Lá pras bandas do levante
Onde o Sol bate primeiro
Deve estar por certo adormecida
A razão da minha vida,
Da vida do meu pandeiro.

Lembro da mulata espreguiçando no batente, 
Assobiando no mesmo tom dos pardais;
Hoje sem amor e sem vontade
Sou escravo da saudade,
Parceiro do “nunca mais”. 

E a garoa mansa do subúrbio
Se transforma num dilúvio,
E eu não quero me abrigar;
Corre a chuva triste em minha face,
Peço a Deus que ela não passe
Pra ninguém me ver chorar. 

Canta: Clara Nunes
Compositores: César costa Filho/Aldir Blanc
Disco: Clara Nunes - 1971
Odeon MOFB 3667

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