Rio, caminho que anda,
E vai resmungando, talvez, uma dor.
Ah! Quantas pedras levaste
Outras pedras deixaste
Sem vida e amor?
Vens lá do alto da serra,
Do ventre da terra, rasgando sem dó.
Eu também venho do amor
Com o peito cansado de dor e tão só.
Não viste a flor se curvar,
Teu corpo beijar e ficar lá pra trás;
Tens a mania doente
De andar só pra frente,
Não voltas jamais.
Rio, caminho que anda,
O mar te espera, não corras assim;
Eu sou o mar, que espero
Alguém que não corre pra mim.
Canta:Clara Nunes
Compositor: Luiz Antônio (música não gravada por Clara, cantada em rádio em 1960).
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