Quando eu canto
É para aliviar meu pranto
E o pranto de quem
Já tanto sofreu
Quando eu canto
Estou sentindo a luz de um santo
Estou ajoelhando aos pés de Deus.
Canto para anunciar o dia
Canto para amenizar a noite
Canto para denunciar o açoite
Canto também contra a tirania
Canto porque numa melodia
Acendo no coração do povo
A esperança de um mundo novo
E a luta para se viver em paz.
Do poder da criação
Sou continuação
E quero agradecer
Foi ouvida a minha súplica
Mensageiro sou da música.
O meu canto é uma missão
Tem força de oração
E eu cumpro o meu dever
Aos que vivem a chorar
Eu vivo pra cantar
E canto pra viver.
Quando eu canto, a morte me percorre
E eu solto um canto da garganta
Que a cigarra quando canta morre
E a madeira quando morre canta.
Canta: Clara Nunes
Compositores: João Nogueira/Paulo César Pinheiro
Disco: Clara - 1981
EMI-Odeon - 062 421224
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