No Ceará quando chove
Fartura tem a granel,
Tem muito arroz e feijão,
Tem cana pra fazer mel.
Mas dói que só magoada,
Amarga que nem jiló
Ver o rio secando
E a terra levantar pó.
E ver nas primeiras chuvas
Todo mundo plantando,
Dizendo que esse ano
Nós vamos ter bom inverno;
A seca vem, mata tudo,
Deixa o sertão num inferno.
Mas dói que só magoada,
Amarga que nem jiló
Ver o rio secando
E a terra levantar pó.
A seca é muito invejosa, seu moço,
Eu não gosto dela;
Secou o rio Jaguaribe
E os olhos de Anabela.
Canta: Clara Nunes
Compositores: Julinho do Acordeon/João do Vale
Disco: Clara Nunes - 1981
EMI-Odeon 062 421224
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