Vital Brazil Mineiro da Campanha nasceu em Campanha, Minas Gerais, no dia 28 de abril de 1865. Era filho do tabelião José Manuel dos Santos Pereira Júnior e dona Maria Carolina.
Mudando-se para São Paulo com a família, lá estudou humanidades e trabalhou como ferroviário, tipógrafo, condutor de bonde e nivelador. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Faculdade de Medicina. Concluiu o curso em 1891, tendo apresentado tese sobre as funções do baço. Fez uma rápida visita à família em São Paulo e viajou para a Europa, especializando-se nos laboratórios de Paris, com os professores Roux, Metchnikoff, Borrel e Mesnil. De volta ao Brasil, montou laboratório em Botucatu, São Paulo, onde clinicou. Interessou-se pela pesquisa do soro antiofídico, ao observar muitas mortes, no interior, causadas pela mordedura de cobras jararaca e cascavel. Casou-se com sua prima Maria conceição Filipina de Magalhães.
Em 1890 lutou, ao lado de Oswaldo Cruz, contra epidemias de varíola, febre amarela e malária, quando contraiu a doença. Em 1897 foi nomeado ajudante do Instituto Bacteriológico do estado de São Paulo, e encarregado de produzir soro contra a peste bubônica no laboratório do Instituto Bacteriológico na Fazenda Butantã, na periferia da capital paulista. Em 1901 o Instituto passou a chamar-se Instituto Butantã, do qual ele se tornou diretor. Retornou então às pesquisas sobre cobras cascavel e jararaca, quando descobriu o soro antiofídico.
Em 1915 foi hóspede oficial do Congresso Científico Pan-americano, reunido em Washington, quando salvou um operário do Bronx Park, mordido por cobra venenosa. De volta ao Brasil, em 1919 deixou a direção do Instituto Butantã e fundou no Rio de Janeiro o Instituto Vital Brazil, especializado em higiene, soroterapia e veterinária.
Em 1924 retornou à direção do Instituto Butantã, ficando no cargo até 1927, quando reassumiu o Instituto Vital Brazil, ficando no cargo até seu falecimento, ocorrido no dia 8 de maio de 1950.
Deixou escritas várias obras especializadas:
“Contribuição para o estudo do envenenamento ofídico”, “Envenenamento ofídico e seu tratamento”, “Tratamento do ofidismo”, “O ofidismo no Brasil”, “Dosagem do valor antitóxico dos soros antipeçonhentos” e “As cobras em geral”.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. III. Porto alegre, Globo, 1974.
PROJETO Memória: Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, Fundação Banco do Brasil/Odebrecht, 2003.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)
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