sábado, 9 de novembro de 2013

Velásquez

Diego Rodríguez de Silva Velásquez nasceu em Sevilha no ano 1599. Seu primeiro professor na arte da pintura foi Herrera, o velho, um homem muito severo que fez Velásquez mudar de atelier e mestre, quando procurou Francisco Pacheco, de quem se tornou genro, ao se casar com sua filha Juana Pacheco. Morou com a família de sua esposa durante cinco anos, quando frequentou a elite de Sevilha. 

As primeiras obras do pintor surgiram nesse período de convívio com os Pacheco, entre os anos 1618 e 1623, com os temas mais concentrados na natureza. Entre essas obras destacam-se “O Aguadeiro”, que o rei Fernando VII presenteou-a ao Duque de Wellington; “A adoração dos pastores” e “Adoração dos reis magos”, usando o claro-escuro como cores do seu estilo, uma tendência da época. 

Velásquez fez sua primeira viagem a Madri em 1622, com cartas de recomendações a algumas personalidades da corte. Recebeu o apoio do Conde-duque de Olivares, mas não pintou o retrato do rei Filipe IV porque ele estava viajando pela Catalunha e Aragão. Voltou então para Sevilha, mas um ano depois foi chamado de volta a Madri pelo Conde-duque, que o apresentou ao rei. Admirado por um retrato que Velásquez fez do cortesão Juan de Fonseca, Filipe IV encomendou um trabalho ao pintor. 

Velásquez pintou o rei Filipe IV montado a cavalo, causando admiração por toda a corte. Alguns meses depois fez outro retrato do rei, além de pintar o infante dom Carlos e outras personalidades da Família Real. No ano 1627 o rei promoveu um concurso pictórico para comemorar a expulsão dos mouriscos, cujo prêmio seria o de se tornar cavaleiro da corte. Velásquez participou desse concurso e venceu concorrentes como Carducci, Caxei e Nardi. A partir daí foi reconhecido como único pintor do rei, tornando-se pintor oficial da corte. 

Em 1630 fez uma viagem à Itália, para estudar as obras dos grandes mestres italianos em seu próprio ambiente, e se dedicou totalmente aos estudos, o que o levou a não produzir nenhuma pintura nesse período. 

Em visita a Veneza, apaixonou-se pelas obras de Ticiano e Tintoretto, quando estudou e copiou algumas delas. Pintou os quadros “A forja de vulcano” e “A túnica de José”. Ainda passou por Nápoles, onde conheceu seu compatriota Ribera, conseguindo, através dele, que o rei de Nápoles lhe comprasse alguns quadros. Em Nápoles pintou um de seus melhores quadros, o da “Infanta dona Maria”, irmã do rei Filipe IV. 

Durante essa viagem à Itália, Velásquez mudou um pouco seu estilo, mudando as cores dos seus quadros, além de imprimir maior elegância no desenho, principalmente nos seus “nus”, e, na sua volta a Madri, ao pintar o rei Filipe IV em trajes de caça e o Conde-duque de Olivares. 

De volta à corte espanhola, retornou também ao seu antigo estilo, trazendo os tons crus aos seus trabalhos. Conheceu então as obras de El Greco, copiando um pouco seu estilo nos novos quadros. A partir daí iniciou uma série de retratos de bufões, idiotas e anões da corte de Filipe IV, obras que ocupavam muito o seu tempo, onde empregou as cores branca, preta, acre e um vermelhidão. Em outros quadros usou cores variadas, como no “Cristo atado à coluna”, “A rendição de Breda” e o “Cristo crucificado”. 

Velásquez voltou novamente à Itália, chegando a Veneza no ano 1649. Dessa vez em viagem oficial, pois iria comprar obras de pintura e escultura para o palácio do rei Filipe IV. Adquiriu obras de Tintoretto, Ticiano e El Veronês; adquiriu outras obras em viagens por Roma, Florença, Nápoles e Bolonha. Aproveitou a oportunidade para pintar o quadro do Papa Inocêncio X, onde o vermelho dominava sobre todo o quadro. 

Voltando a Madri, foi nomeado por Filipe IV como encarregado do palácio, cargo que tomava todo o seu tempo. Obrigado a pintar grandes quadros para a corte, Velásquez simplificou sua técnica, o que levou os críticos a classificarem sua nova fase como sendo ousada e impressionista. 
Nessa nova fase, juntou a sobriedade e a qualidade das cores. Pintou “O coração da virgem”, “As fiandeiras” os eremitas “São Paulo e Santo Antônio Abade”, e os retratos dos anões e bufões “Esopo, Menippo e niño de Vallecas”. O quadro “As meninas”, qualificado como “a teologia da pintura”, trouxe muito prestígio para o artista. 

Velásquez fez uma viagem à ilha dos Faisões, acompanhando o rei Filipe IV com uma comitiva. Por ser o principal encarregado e cavaleiro do Hábito de São Tiago, foi o responsável por toda a decoração do pavilhão real que abrigou a todos. 

De volta a Madri, foi vencido pelo cansaço do trabalho e da viagem, chegando a falecer no dia 6 de agosto de 1660. Foi sepultado com todas as honras de um cavaleiro santiaguista, no jazigo do seu amigo dom Gaspar de Fuensalida, na igreja paroquial de São João. Sua mulher morreria oito anos depois, e sepultada no mesmo local. 

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Novo Tesouro da Juventude. Vol. XII, págs. 259 a 266. São Paulo, Opus, 1980. 
ENCICLOPÉDIA Delta Larousse. Vol. VIII, pág. 4130. Rio de Janeiro, Delta S. A., 1967. 

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB  foto: internet)    

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