Aqui, no nordeste brasileiro,
Compadre e comadre são do nosso terreiro,
A vizinhança toda come feijão na mesma panela
E depois vai pro forró na casa dela...
À noite o canto é da coruja, do bacurau e do quero-quero,
Quero mais xamego, quero mais xodó no rodopio do vento
Que invade meu coração e meu pensamento
Para alimentar meu amor e meu mistério...
À luz da Lua e das estrelas,
Do Cruzeiro do Sul e das Três Marias
Vou à casa de Estela,
De Joana, de Rosa e de Daguia...
Quando amanhece o dia, e o galo canta,
Quem quiser se espante, que não me espanta:
Ponho a moto para esquentar, e o bode já se ajeita,
Quer no reboque pelas ruas andar...
Eu mando no bode, e ele manda em mim,
Pois sustento ele traz para a família;
Com ele progrido meu dinheiro sem fim
E ele, satisfeito, segue minha trilha...
No meu roçado, no meu sertão dourado de Sol
Ele é quem reina, pois ele é o rei;
Sabe ele andar de moto, pedir comida, jogar futebol,
Sabe coisas que às vezes nem eu sei...
(Poesia e foto: Eliza Ribeiro - Taperoá PB)
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