Tomé de Sousa nasceu possivelmente no ano 1501. Era filho do último prior de Rates, e primo de Martim Afonso de Sousa e do Conde de Castanheira. Varão dotado de grandes qualidades pessoais, participou de guerras em continente africano, como no ano de 1528, quando comandou uma investida contra os mouros da Arzila. Em 1545 recebeu o comando da nau “Conceição”, que integrou a expedição à Índia, dirigida pelo capitão-mor Fernão de Andrade.
De volta a Portugal, foi nomeado por dom João III como governador-geral do Brasil. No dia 17 de dezembro de 1548 foi aprovado o “Regimento de Tomé de Sousa”, que designava atribuições e responsabilidades na administração da nova colônia. Como ajudantes, foram nomeados Antônio Cardoso de Barros, como provedor-mor; o desembargador Pero Borges, como ouvidor-geral do Brasil; Pero de Góis, como capitão-mor da costa; o arquiteto Luís Dias dos Reis, como mestre-de-obras da fortaleza; Francisco Mendes da Costa, Antônio dos Reis, Gonçalo Ferreira e Miguel Muniz, como escrivães e tesoureiros; Cristóvão de Aguiar d’Altro, como almoxarife dos mantimentos; Manuel Lourenço, como vigário perpétuo da Igreja-Matriz; Diogo de Castro, como boticário; Miguel Martins, mestre de fazer cal. Vieram ainda os padres jesuítas João de Azpilcueta Navarro, Leonardo Nunes, Antônio Pires, e os irmãos Vicente Rodrigues e Diogo Jácome, todos sob a chefia do padre Manuel da Nóbrega.
A Armada saiu do rio Tejo no dia 1º de fevereiro de 1549, composta das naus “Conceição” (capitânia), “Salvador” (de 150 toneladas) e “Ajuda”, além das caravelas “Leoa e Rainha” e um bergantim. Trazia cerca de 1.000 pessoas, tendo 320 assalariados, seiscentos degredados e o restante era de colonos.
Desembarcaram na Bahia de Todos os Santos no dia 29 de março de 1549, onde o governador-geral iniciou próspera administração. Com a ajuda de Diogo Álvares Correa, o Caramuru, Tomé de Sousa fundou a cidade de Salvador, inaugurada no dia 1º de novembro do mesmo ano. Instituiu a administração geral, reorganizou diversas capitanias, melhorou as fortificações de Ilhéus e São Vicente, elevou Santo André da Borda do Campo à categoria de vila e autorizou a fundação de Nossa Senhora de Itanhaém, na capitania de São Vicente. Instalou em todas as capitanias a justiça do rei, protegeu o trabalho dos donatários e regularizou os tributos da Fazenda.
De administração impecável, Tomé de Sousa entregou o governo ao seu sucessor, dom Duarte da Costa, no dia 8 de maio de 1553. Regressou a Lisboa, onde integrou os Conselhos da Coroa. Faleceu possivelmente no ano 1573.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. XI. Porto Alegre. São Paulo, Globo, 1974.
ROSA, Prof. Ubiratan. Moderna Enciclopédia Brasileira. Vol. 3, pág. 589. São Paulo, G. Lopes Ltda., 1979.
ENCICLOPÉDIA Delta Larousse. Vol. 2, pág. 905. Rio de Janeiro, Delta S.A., 1967.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)
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