sábado, 9 de fevereiro de 2013

General Osório (Marquês de Herval)


Manuel Luís Osório nasceu em Conceição do Arroio (atual Osório), na capitania do Rio Grande do Sul, em 10 de maio de 1808. Filho de família pobre, vivia no campo cuidando de animais, tornando-se hábil ginete, mesmo antes de frequentar a escola. Seu pai era comandante de um regimento na cidade de Salto (RS), e sua mãe era de família radicada nos pampas gaúchos há muitas gerações. 

Na época da Independência do Brasil o governo imperial precisou combater focos de resistência, principalmente de portugueses que não aceitavam perder sua colônia. Uma dessas revoltas foi na Província Cisplatina (atual Uruguai), que pertencia ao Brasil desde 1821. Para combater essa revolta, o governo enviou tropas para ajudar as tropas do gen. Lecor, comandante da região. O Regimento de salto, comandado pelo pai de Osório, Manuel Luís da Silva Borges, foi um dos reforços enviados, e Osório seguiu o pai, para adquirir experiência militar. 

Entusiasmado, Osório logo se alistou como soldado de cavalaria na Legião de São Paulo, que também combatia na Cisplatina, em maio de 1823. Depois de seis meses de ferozes combates, Osório foi promovido a 1º cadete. No fim do conflito foi promovido a 1º alferes, quando tinha apenas dezesseis anos. 

A partir de abril de 1825 até o ano 1828 participou da guerra contra as províncias Unidas do Rio da Prata, quando o Uruguai tornou-se independente. Osório se destacou nas batalhas de Sarandi e Passo do Rosário, quando foi promovido a primeiro-tenente. No fim do conflito foi enviado para Rio Pardo, onde entrou para a política, ingressando no Partido Liberal, onde permaneceria até o fim da vida. 

A partir de 1835, recém-casado, Osório participou da Guerra dos Farrapos, já como tenente, na província do Rio Grande do Sul, em defesa do governo imperial, sendo comandado por Caxias. Em 1838 foi promovido a capitão e em 1842 assumiu o posto de major, lutando até o fim da revolta, em 1845, já como tenente-coronel, promoção recebida em 1844. Nesses combates preferiu o uso da lança. 

Depois de seis anos voltou aos combates, em 1851, dessa vez contra o caudilho Manuel Oribe, do Uruguai. Com a rendição de Oribe, os soldados brasileiros, entre eles Osório, aliaram-se às forças argentinas do gen. Urquiza e marcharam contra Buenos Aires, dominada por Rosas. Foi na batalha de Montes Caseros que ocorreu a debandada dos soldados de Rosas, no dia 3 de dezembro de 1852, onde Osório participava do 2º Regimento de Cavalaria, sob o comando do brigadeiro Manuel Marques de Sousa, futuro conde de Porto Alegre. Em 1856 Osório foi promovido a brigadeiro, tornando-se oficial-general do Exército Imperial. 

Com a queda de Rosas e a ascensão de Urquiza ao poder, Osório voltou ao Rio Grande do Sul, já promovido a coronel. Em tempos de paz, envolveu-se na política da província, onde fez campanhas pela melhoria da educação do Rio Grande do Sul, mesmo sendo ele semianalfabeto. 

Em setembro de 1864 Osório voltou à guerra, contra Atanásio Aguirre, no Uruguai, tendo as tropas brasileiras o comando do marechal Mena Barreto, quando recebeu o comando de uma brigada de cavalaria gaúcha, onde se destacou nos cercos de Paissandu e Montevidéu. Ao final da luta, em fevereiro de 1865, tornou-se o mais famoso militar brasileiro depois de Caxias, o que levou o Império a nomeá-lo, em 1º de março de 1865, para o comando do primeiro Corpo do Exército, que englobava todas as forças nacionais na região da Prata. 

Quando eclodiu a Guerra do Paraguai, assumiu o comando geral das forças brasileiras em operações. Em 15 de abril de 1866, quando os aliados iniciaram a invasão do território inimigo, Osório foi o primeiro a pisar o solo paraguaio, à frente do seu escalão de vanguarda. Pelos seus serviços prestados ao Brasil, recebeu do Imperador o título de Barão do Herval. 

No dia 24 de maio de 1866, quando irrompeu a Batalha do Tuiuti, Osório dirigiu toda a batalha, comandando pessoalmente a ala esquerda dos brasileiros, sendo ferido por bala, mas permaneceu no campo de batalha em seu cavalo até a vitória definitiva, o que lhe valeu a patente de marechal-de-campo. Retirou-se então para o Rio Grande do Sul para se recuperar dos ferimentos. Voltou à luta em dezembro de 1867, já como tenente-coronel, quando assumiu o 3º Corpo do Exército, sob o comando de Caxias, onde combateu na fortaleza de Humaitá, saindo-se vencedor. 

Durante o período de lutas chamado dezembradas, participou da Batalha do Avaí, em 11 de dezembro, quando foi novamente atingido por bala, no rosto, fraturando o maxilar. Mesmo ferido, ficou no comando das tropas até o final da batalha; depois foi para Pelotas para se recuperar. Recebeu nesse tempo o título de Visconde. 

Voltou ao campo de batalha mesmo sem estar recuperado, a pedido do Conde D’Eu, quando assumiu a chefia do 1º Corpo do Exército, em 6 de agosto de 1869, obtendo vitória na batalha de Peribebéu, em 12 de agosto do mesmo ano. 

Com o agravamento de sua saúde pela má cicatrização do ferimento, foi autorizado pelo Conde D’Eu a voltar ao Brasil. Na ocasião o Imperador concedeu-lhe o título de Marquês. A partir daí Osório dedicou-se apenas à política, elegendo-se senador pelo Rio Grande do Sul em 1877, e nomeado ministro da Guerra, já com a patente de marechal-de-exército. Com a saúde abalada, Osório dirigia o ministério do seu próprio leito. 

Em 3 de outubro de 1879 encaminhou seu pedido de demissão do cargo de ministro, por causa de sua saúde frágil. Faleceu no dia seguinte, ao lado dos seus quatro filhos, recebendo homenagens do governo e do povo brasileiro. Em 1892 seus restos mortais foram trasladados para o Rio de Janeiro, sendo colocados em um monumento erguido com o bronze dos canhões tomados dos paraguaios. Em 1962 foi proclamado Patrono da Cavalaria, da qual foi o maior comandante. 

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª ed. Vol. VIII. Porto Alegre, Globo, 1974. 
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV, págs. 418 a 423. São Paulo, Michalany, 1971.                                                                                                                                                                                                              

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)

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