Artur da Costa e Silva nasceu em Taquari, Rio Grande do Sul, no dia 3 de outubro de 1902. Iniciou seus estudos com os seus pais e depois com uma professora particular, em sua terra natal. Depois, matriculou-se no Colégio Militar de Porto Alegre, em 1912, recém-inaugurado, e ali concluiu o curso secundário em primeiro lugar; no último ano recebeu o título de aluno-comandante, que lhe deu a liderança de sua turma. Como sub-comandante da turma foi escolhido o também aluno Humberto de Alencar Castelo Branco.
Em 1918 Costa e Silva matriculou-se na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, escolhendo, depois, a Arma da Infantaria. No dia 18 de janeiro de 1921 foi declarado aspirante a Oficial. Depois, fez os cursos de aperfeiçoamento, de Estado-Maior, de moto-mecanização, do “Amor officer carrier do Fort Knox” e o “Officiers Advanced Course”, nos Estados Unidos. Em 1922 foi promovido a segundo-tenente, servindo no 1º Regimento de Infantaria, quando foi designado para dirigir um pelotão legalista contra a Revolta no Forte de Copacabana e na Escola Militar, que eclodiu em julho daquele ano. Solidário com as ideias dos rebeldes, Costa e Silva recusou a designação e por isso foi preso no navio “Alfenas” por ordem do governo de Epitácio Pessoa, e desligado do Exército. No mesmo ano voltou ao Exército depois da anistia concedida pelo presidente Artur Bernardes, promovido a primeiro-tenente e transferido para Minas Gerais, onde se casou.
Em 1932 lutou contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo, já como capitão, promoção recebida em 1931, e integrante do 1º Regimento de Infantaria. A partir daí foi promovido a major em 1937, tenente-coronel em 1943, coronel em 1944, general-de-brigada em 1952, general-de-divisão em 1958, general-de-exército em 1961 e marechal em 1966. Exerceu importantes comandos militares: foi adido militar junto à embaixada do Brasil na Argentina (1950 – 1952); chefe da III Região Militar sediada em Porto Alegre; da II Divisão de Infantaria, sediada em São Paulo e do IV Exército, sediada em Recife.
Participou da Revolução de 1964, sendo um dos seus principais articuladores. Após a deposição de João Goulart, assumiu o Ministério da Guerra. Juntamente com o vice-almirante Augusto Hamann Rademaker Greenewald, ministro da Marinha, e o tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo, ministro da Aeronáutica, formou a Junta Militar que assumiu a presidência da República até a posse do marechal Castelo Branco.
No governo de Castelo Branco, Costa e Silva continuou no Ministério da Guerra. Perto do final do mandato de Castelo Branco, Costa e Silva foi apresentado como candidato à sucessão presidencial pela Aliança Renovadora Nacional (Arena) e apoiado pelas Forças Armadas. Eleito pelo Congresso no dia 3 de outubro de 1966, exonerou-se do Exército e fez uma viagem pelo Brasil, durante três meses, para conhecer de perto os problemas brasileiros. No aeroporto de Recife escapou de um atentado à bomba, executado por pessoas não identificadas. Nesse incidente, ocorrido no dia 25 de julho de 1966, foram mortas três pessoas e várias ficaram feridas.
Costa e Silva foi empossado no cargo no dia 15 de março de 1967. Sua gestão presidencial foi marcada por fortes agitações políticas, pois cresciam os movimentos de oposição ao regime militar.
No VI Congresso do Partido Comunista Brasileiro foi decidida a desistência da luta armada, e por isso o partido teve muitas dissidências. Foi por esse tempo descoberto focos de guerrilha rural na serra de Caparaó, Minas Gerais. Outro fato marcante foi a união de políticos como Juscelino Kubistchek, Carlos Lacerda e João Goulart, que formaram a Frente Ampla, em oposição ao regime e pela redemocratização do país.
No ano 1968 houve manifestações estudantis em vários pontos do país, causando, numa delas, a morte do estudante Edson Luís, em conflito militar no Rio de Janeiro. Em resposta a esse episódio, aumentaram-se as passeatas e os comícios, tendo como ponto culminante a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro. Com essas manifestações, o presidente proibiu a Frente Ampla, tornando suas reuniões, manifestações e publicações ilegais.
Diante de uma situação cada vez mais tensa, Costa e Silva promulgou, no dia 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que ampliou os poderes presidenciais, possibilitando o fechamento do Congresso Nacional, a cassação de vários deputados, a suspensão dos direitos políticos e constitucionais, intervenção em estados e municípios e a demissão e aposentadoria de vários funcionários públicos.
No plano econômico, combateu a inflação e tentou retomar o desenvolvimento do Brasil. Promoveu, através do Ministério da Educação e Cultura, a reforma universitária e o Plano Nacional de Educação, numa tentativa de acabar com o analfabetismo.
Envolvido com os problemas nacionais, Costa e Silva descuidou-se de sua saúde. No dia 31 de agosto de 1968 sofreu um distúrbio circulatório, o que lhe provocou uma paralisia facial. Sem poder voltar à presidência da República, os ministros militares declararam vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República, através do Ato Institucional nº 16, determinando ao Congresso Nacional nova eleição presidencial.
No dia 25 de outubro de 1968 foi eleito o novo presidente, o gen. Emílio Garrastazu Médici, e o almirante Rademaker como vice-presidente, sendo eles empossados no cargo cinco dias depois.
Mesmo doente, foi acertado que Costa e Silva continuaria residindo no Palácio das Laranjeiras, residência presidencial, e a receber honras de chefe de estado, que seriam mantidas até o dia 15 de março de 1971, data do término legal do seu mandato. Porém, ele faleceu no dia 17 de dezembro de 1969, vítima de um enfarte, no Rio de Janeiro.
Bibliografia:
ENCICLOPÉDIA de Educação Moral, Cívica e Política. Vol. IV. São Paulo, Michalany, 1971.
OS PRESIDENTES e a República: Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva. 2ª ed. revista e aumentada. Rio de Janeiro, O Arquivo Nacional, 2003.
CARVALHO, Geraldo Magela de. Atlas Ecos de Biografias. João Pessoa, Ecos, 1977.
(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - Foto: internet)