Tempo passou sem demora
E agora é saudade da rua d'Aurora
Que a gente ainda chora lembrando a idade
Que a felicidade brincou de ficar.
Tempo do amor primeiro, tão passageiro,
Da cantiga inocente, do sorriso contente
Que a gente sorria pro dia alegrar.
Tempo correndo,
Passa pra não voltar;
Gente crescendo canta pra não chorar.
Hoje a rua d'Aurora não é como outrora:
Não tem brincadeira, não tem meninada
Jogando pelada ou pic-bandeira,
Pro tempo passar.
Mesmo a Lua antiga ficou tristonha,
Já não há mais cantiga,
Gente grande não sonha,
E a dor se abriga no jeito de olhar.
Tempo é fumaça, cedo se esvai no ar;
Tempo que passa, fica pra quem chorar.
(Clara Nunes — Autores: Fátima Gaspar/Durval Ferreira)
Disco: "Você passa eu acho graça" — 1968 — Odeon — MOFB 3557.
Foto: internet.
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