quarta-feira, 30 de julho de 2014

Javali


Classificação científica:
Reino: Animalia.
Filo: Chordata.
Classe: Mammalia.
Ordem: Artiodactyla.
Família: Suidae.
Gênero: Sus.
Espécie: S. Scrofa.
Nome binomial: Sus scrofa.

Características:
O javali é um animal grande; o macho pode pesar de 130 a 250 kg; a fêmea, entre 80 e 130 kg. Mede entre 125 e 180 cm de comprimento e pode alcançar 1 m de altura.
Possui corpo robusto, estreito, de patas curtas, cabeça grande, triangular, olhos pequenos. Seus caninos superiores são curvados para cima, projetados para fora; já os inferiores podem medir até 20 cm de comprimento. Ele é coberto de pelagem, cujos pelos são rijos, de cor vermelha escura ou acastanhada, no adulto; já os filhotes têm cor da terra com listras negras, e sua pelagem escurece com o tempo.

Habita bosques temperados e florestas tropicais, com vegetação que o esconda, mas à noite vai a áreas abertas e cultivadas, em busca de alimento; não é encontrado em áreas desertas e altas montanhas. Onívoro, alimenta-se de raízes, frutos, bolotas, castanhas e sementes, mas também come cultivos de milho e batatas. Não marca território, e vive em grupos matriarcais, formados por 3 a 5 fêmeas e suas crias, mas pode haver grupos de até 20 indivíduos; o macho se junta ao grupo apenas no acasalamento, que ocorre no outono.

A  javalina, ou gironda, como é chamada a fêmea do javali, quando na idade madura se mantém afastada e se porta como guarda. Os jovens machos são chamados barrascos; machos em idade reprodutora são chamados barrões ou varrões, e podem ser vistos perto de 1 ou mais jovens, chamados escudeiros; as jovens parideiras são chamadas marrãs. 

A maturidade sexual do javali acontece entre 8 e 10 meses de idade; a gestação dura 110 dias, e os filhotes nascem entre janeiro e abril.  Após a primeira semana, os filhotes, geralmente de 2 a 10 em cada gestação, acompanham a mãe, e o desmame acontece entre 3 e 4 meses de idade. Esse animal pode viver de 15 a 30 anos.       

(Texto: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet)

Rondó dos cavalinhos (Manuel Bandeira)


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda, 
Acabou me enlouquecendo.


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
O Sol tão claro lá fora
E em minh'alma — anoitecendo!



Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo,
E tanta gente ficando...


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...


Os cavalinhos correndo, 
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O Sol tão claro lá fora,
O Sol tão claro, Esmeralda,
E em minh'alma — anoitecendo!

(Poesia: Manuel Bandeira - foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

sábado, 26 de julho de 2014

Quando eu não mais existir (autor desconhecido)


Quando eu não mais existir, procure-me nas flores;
Eu serei o perfume daquela que você toca.
Quando eu não mais existir, procure-me na noite;
Eu serei a brisa a penetrar-lhe na alma.
Quando eu não mais existir, procure-me na chuva;
Eu serei os pingos que caem no seu rosto.
Quando eu não mais existir, procure-me nas estrelas;
Eu estarei em uma delas só para lhe dizer: "boa noite!"
Quando eu não mais existir, procure-me no lago;
Eu serei seu próprio reflexo só para contemplá-lo.
Quando eu não mais existir, procure-me no campo;
Eu serei um pássaro que canta a nossa música.
Quando eu não mais existir, procure-me em si mesmo;
Eu estarei sempre em seu pensamento.
Quando eu não mais existir, procure-me nas estradas do infinito;
Eu estarei lá rezando por todos nós.
Quando eu não mais existir, procure-me no mar;
Eu serei as ondas que virão ao seu encontro para dizer-lhe: "te amo!".

(Poesia: autor desconhecido - foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

terça-feira, 22 de julho de 2014

Igreja de Taperoá (PB)


Fotografar a Igreja, sempre,
Não é sinal de rotina,
Falta de inspiração...

Fotografar a Igreja, sempre,
É muito prazeroso,
Pois, sob qualquer ângulo,
Há sempre um céu diferente, primoroso, 
Como pano de fundo,
E à frente dela há sempre um convite à oração...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como eu te amo (Gonçalves Dias)


Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca Lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;


Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio e cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, - mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. - Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

De mim não saberás como te adoro;
Não te direi jamais,
Se te amo, e como, e a quanto extremo chega
Esta paixão voraz!

Se andas, sou o eco dos teus passos;
Da tua voz, se falas;
O murmúrio saudoso que responde
Ao suspiro que exalas.

No odor dos teus perfumes te procuro,
Tuas pegadas sigo;
Velo teus dias, te acompanho sempre,
E não me vês contigo!

Oculto e ignorado me desvelo
Por ti, que me não vês;
Aliso o teu caminho, esparjo flores
Onde pisam teus pés.
Mesmo lendo estes versos, que m'inspiras,
- "Não pensa em mim", dirás:
Imagina-o, se o podes, que os meus lábios
Não to dirão jamais!

Sim, eu te amo; porém nunca
Saberás do meu amor;
A minha canção singela,
Traiçoeira, não revela
O prêmio santo que anela
O sofrer do trovador!

Sim, eu te amo; porém nunca
Dos lábios meus saberás,
Que é fundo como a desgraça,
Que o pranto não adelgaça,
Leve, qual sombra que passa,
Ou como um sonho fugaz!

Aos meus lábios, aos meus olhos
Do silêncio imponho a lei;
Mas lá onde a dor se esquece,
Onde a luz nunca falece,
Onde o prazer sempre cresce,
Lá saberás se te amei!

E então dirás: Objeto
Fui de santo e puro amor:
A sua canção singela.
Tudo agora me revela;
Já sei o prêmio que anela
O sofrer do trovador.

"Amou-me como se ama a luz querida,
Como se ama o silêncio, os sons, os céus,
Qual se amam cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria, e a virtude e a Deus!"

(Poesia: Gonçalves Dias - Foto: Karoline Diniz - Teresina - Piauí)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Se as flores falassem...


Se as flores falassem
Eu te daria um imenso jardim,
Pois elas te diriam, 
Em coro celestial,
O quanto eu te amo...

De manhã, bebericando o orvalho,
Elas cantariam nossa canção preferida,
Mostrando-te o quanto és querida
Deste meu apaixonado coração...

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: Ari Diniz - Cabedelo PB) 

domingo, 13 de julho de 2014

A cantiga (Adélia Prado)


"Ai, cigana, ciganinha,
Ciganinha meu amor".
Quando escutei essa cantiga
era hora do almoço, há muitos anos.
A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,
ai ciganinha, a voz de bambu rachado
continua tinindo, esganiçada, linda,
viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor.
Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal, 
canta mais, canta que eu acho minha mãe,
meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela,
canta que eu acho minha vida.

(Poesia: A cantiga - Adélia Prado - A bagagem, Record, Rio de Janeiro, 2012. Foto: Bete Diniz - Taperoá - PB) 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Entre as colinas (Gibran Kalil Gibran)


Quando vos sentardes à sombra
fresca dos álamos brancos,
Partilhando da paz e da serenidade
dos campos e dos prados distantes,
Então que vosso coração diga em silêncio:
"Deus repousa na Razão".


E quando bramir a tempestade,
E o vento poderoso sacudir a floresta ,
E o trovão e o relâmpago
proclamarem a majestade do céu,
Então que vosso coração diga com temor e respeito:
"Deus age na Paixão".

E já que sois um sopro na esfera de Deus
E uma folha na floresta de Deus,
Também devereis descansar
na razão e agir na paixão.
(Poesia: Gibran Kalil Gibran - Foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Navegar contigo


Navegar contigo 
Navegaria,
Se me envolvesse a nostalgia...

Contigo atravessaria mil mares,
Se eu tivesse mil lares
Para aonde retornar...

Em alto-mar,
contigo contemplaria estrelas,
E por causa delas
Contigo me casaria...

Oh, mas o que desejo
É somente um beijo,
Um rabisco de olhar...

Porque sou marinheiro caprichoso
Que conhece todos os lugares 
Mas a nada quer se prender... 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ) 

terça-feira, 8 de julho de 2014

O meu amor já vem


Enfrento a solidão:
Noite sem estrelas,
E nem a Lua apareceu
Para abrilhantar minha rua...

Correrei contra o vento,
Correrei,
Para buscar quem eu tanto amei...

Neblina escorre pelo calçamento,
Escorre entre meus dedos meu pensamento;
Vou buscar meu amor de qualquer jeito...

Não dá, não dá,
Para ficar sem carinho, sem sorriso, sem amor...
Vou correndo ao encontro de quem espero...

Que já vem, que já vem;
O meu amor corre contra o vento,
Inevitável reencontro:
O meu amor invade meu pensamento...
(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

Brasil x Alemanha (Copa 2014)

A derrota humilhante do Brasil para a Alemanha é só o reflexo de um futebol mal administrado. Quem manda, hoje, no futebol brasileiro, são os empresários dos jogadores, ou seja: dinheiro. Até Felipe Scolari deixou escapar, numa entrevista, a frase: "... Os patrocinadores de Neymar".

Então, vamos analisar: Quem entra na seleção? Quem joga fora do Brasil, e isso empobrece os clubes brasileiros, que são administrados por gente inescrupulosa, que só vê dinheiro, e ainda deixa os clubes endividados, sem que a Justiça Brasileira investigue, tome conta. A paixão do povo pelo futebol é manchada por essa minoria que domina escancaradamente a máfia do futebol brasileiro, sem reação por parte das autoridades. Depois, como um técnico monta um esquema tático em função de um só jogador, no caso, Neymar? A seleção é um grupo, não um jogador; saiu o jogador, acabou o esquema tático; o preço está aí: 7 x 1 para a Alemanha. Continuando o desmando no futebol brasileiro, nosso país nunca mais será campeão, e viverá apenas das glórias do passado.

(Texto: Bete Diniz - foto: Facebook)

sábado, 5 de julho de 2014

Tu és a luz


Tu és a luz no fim do túnel,
Alguém que sempre nos ilumina;
Tu és a força dos nossos braços
E a canção que mais nos fascina...

Tu és o objetivo do nosso coração,
O aconchego em nossas lutas ganhas ou perdidas;
A rima da nossa poesia preferida, 
A melodia da nossa canção...

Quando o mundo ri da gente,
Tu és a nossa inspiração;
Tu és Cristo, o caminho consciente,
Tu és Cristo, a luz da nossa salvação... 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá -PB - Foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ) 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ao anoitecer...


Ao anoitecer,
Correr ao teu encontro,
Em teu corpo me envolver,
Matar tanta saudade...

Em casa, jantar contigo,
Saborear a paz que mora com a gente;
Depois, cair novamente em teu corpo,
Desfrutar do melhor de ti...

E depois de tudo,
Depois do amor,
O nosso banho...  

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Anáfora (Elizabeth Bishop)


                                                                                        (In memoriam de Marjorie Carr Stevens)  

Cada dia, cerimonioso,
Começa com pássaros, e fábricas 
A apitar, estrepitosas;
Diante dos céus auri-alvos,
Tão claros nossos olhos se abrem,
E por um instante perguntamos:
"De onde esta força, esta melodia?
Para qual inefável criatura 
Que não vimos, foi feito este dia?"
Logo, logo ela surge, e assume 
Sua natureza terrena,
E cai vítima da intriga,
Sob o ônus da memória,
Da mortal, mortal fadiga.

Mais lentamente, aparecem
Os rostos sarapintados,
Condensam sua luz, e a escurecem;
Apesar de tantos sonhos
Gastos nela em tal olhar,
Atura nosso uso e abuso,
Mergulha no fluxo dos corpos,
Mergulha no fluxo das classes
Até chegar ao mendigo exausto
Sem livro, sem luz, no lusco-fusco,
Imerso em estupendos estudos:
Este incandescente evento 
De cada dia em constante
Constante consentimento. 
     
(Poema: Elizabeth Bishop - Foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ) 

Poema começado do fim (Adélia Prado)


Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan Falando:
                  Parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
                                            eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres
                                   e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
                                    sobre nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan 
pela rua mais torta da cidade.
                          O caminho do Céu. 
(Poema: Adélia Prado - A faca no peito - Record, Rio de Janeiro, RJ - 1988 - Foto - Bete Diniz - Taperoá - PB)