Homem, venho do pó fecundo e miserando,
Como a flor da lagoa impura e deletéria,
E pó será meu corpo airoso e leve, quando
A vida abandonar-me ao seio da matéria!
Sou feito de poeira e feito de miséria,
E, sonhando o esplendor de régias pompas, ando
Como se fosse um Sol pela amplidão sidérea,
Como se fosse um deus o eterno Olimpo entrando!
Alguns anos... Alguém, depois do meu traspasse,
Pisará... — sem pensar que pisa na poeira,
Meus olhos, minhas mãos, meus lábios, minha face!...
...E à luz do Sol poente, e à luz das alvoradas,
Quando o vento rufar sua marcha guerreira,
Minha alma feita em pó voará pelas estradas!...
(Poesia: Durval de Morais - foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)
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