domingo, 29 de junho de 2014

Casaca-de-couro


Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Tyranni
Família: Furnariidae
Subfamília: Synallaxinae
Espécie: P. Cristata
Nome científico: Pseudoseisura Cristata


Características:
Endêmica do nordeste brasileiro, a casaca-de-couro é também conhecida como carrega-madeira-do-sertão, carrega-madeira-grande (Bahia), joão-de-moura (Ceará) e cajaca-de-couro, cajaca-vermelha e casacão (sertão e seridó da Paraíba).

Essa ave mede 25 cm de comprimento, apresentando plumagem ruiva uniforme, íris amarela e um longo topete sobre a cabeça, parecido com o do pica-pau. Onívora, alimenta-se de insetos, frutos, sementes e ovos. Vive no alto das árvores, indo ao solo apenas para se alimentar.

Vive em bando, sendo o ninho coletivo, apenas para reprodução, feito de gravetos, espinhos, etc, tendo a forma de um forno, com um túnel de entrada, medindo de 30 a 50 cm e a câmara ao final, com altura de 11 a 15 cm. Externamente o ninho mede 1 metro de comprimento por 60 cm de largura.

Todo o grupo coopera na construção do ninho, defende território e alimenta os filhotes. Além desse, há um segundo ninho, perto do primeiro, que serve para repouso do grupo, composto de 7 a 9 indivíduos, entre adultos e jovens da última postura. 

(Texto: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto e pesquisa: internet)   

sábado, 28 de junho de 2014

Maçarico (Elizabeth Bishop)


Já nem percebe o rugido constante a seu lado,
Nem se espanta que de vez em quando o mundo estremeça.
Ele corre, corre para o sul, luxento, desajeitado,
Sempre num pânico controlado, um discípulo de Blake. 

A praia chia como se fosse gordura.
Um lençol d'água vem e vai, e nesse espaço
Interrompido passam seus pés frágeis e escuros.
Ele corre, atravessando tudo, corre olhando para baixo.



- Mais exatamente, para os espaços de areia entre os pés,
Onde (todo detalhe é importante) o Atlântico escorre 
Para trás e para baixo, rápido, vez após vez.
Ele observa os grãos arrastados enquanto corre.

O mundo é bruma. E logo o mundo vira
Um panorama imenso e detalhado.
Maré alta ou baixa - ele nem desconfia. 
Seu bico fica imóvel; está concentrado,

Procurando alguma coisa, alguma coisa.
Pobre ave, com sua ideia fixa!
Os grãos de areia são milhões, pretos, brancos, âmbar, cobre,
Junto com grãos de quartzo, rosa e ametista.  

(Poesia: Elizabeth Bishop - foto: internet)
  

quarta-feira, 25 de junho de 2014

É preciso não esquecer nada (Cecília Meireles)


É preciso não esquecer nada:
Nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
Nem o sorriso para os infelizes
Nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
Nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
O nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
A ideia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
Vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
Pois o resto não nos pertence.

(Poesia: Cecilia Meireles - Foto: Carlos Diniz - Rio de Janeiro - RJ.

Noites brasileiras (Luiz Gonzaga)


Ai, que saudades que eu tenho
Das noites de São João,
Das noites tão brasileiras,
Das fogueiras,
Sob o luar do sertão.

Meninos brincando de roda,
Velhos soltando balão;
Moços em volta à fogueira
Brincando com o coração.

Eita, São João dos meus sonhos,
Eita, saudoso sertão, ai, ai...

Noites brasileiras - Luiz Gonzaga/Zé Dantas
(Canta: Luiz Gonzaga - Disco: São João na roça - 1962)

Mulher serrana (Daudeth Bandeira)


Naquela serra mora uma cabocla,
Na sua boca tem cheiro de flor,
São os seus olhos estrelas cadentes
Risos enfeitando os dentes,
Coração cheio de amor.

Eu me embriago com o seu perfume
Sinto ciúme do seu corpo nu.
Tem sua pele essência de flores,
E os mais doces odores do pé de mandacaru.

Mulher serrana, menina flor,
Cadê o amor que me prometeu?
Cabelo longo embriaga a dor,
Fiquei escravo do carinho seu,
Fiquei escravo do carinho seu.

Seu jeito simples é quem me fascina,
Mulher menina que me cativou,
De olhar sereno e luz radiante,
Tão bonita e perfumante que um dia me enfeitiçou.

Ela se banha nos lagos da serra,
Da sua terra de paisagem bela
E o vento sopra os seus cabelos lisos
Encantado nos sorrisos
Que Deus emprestou a ela.

Mulher serrana...

De longe eu sinto seu cheiro selvagem,
Sem maquiagem ela tem beleza;
Cabelos soltos, seios pequeninos,
E os seus olhos cristalinos
Enxergando a natureza.

Eu qualquer dia vou à sua terra,
E lá na serra cantarei feliz
Olhando as flores da nossa capela
No calor dos braços dela
A canção que agora fiz.

Mulher serrana...

Faz força Zé (Luiz Gonzaga)


Viva o forró de Zé Lagoa!!!

Ra, raí!!! É hoje!!!

Quem quiser vida folgada
De viver sem trabalhar
Que procure moça rica
Ou botija pra arrancar
Tirar sorte grande para se arrumar.

Oi!
Faz força Zé para melhorar,
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar.

Quem não gosta do trabalho
Diz que camisa não dá
Encontrando bolso aberto
É capaz de aproveitar
Tipo perigoso até no falar.

Oi!
Faz força Zé para melhorar
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar.

Homem que tem a mão fina
Torce o rosto no falar
Pinta unha faz de conta
E capricha no andar
Cuidado nele
Por que dá azar.

Oi!
Faz força Zé para melhorar
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar
Faz força Zé para melhorar
O homem não vai sem trabalhar.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Viagem

Minha grei,
Viajaremos pelos céus
Desbravando a beleza que Deus criou...

Não teremos gravames,
Pois os céus são dos anjos do Senhor
E daqueles a quem Deus ama...

Não haverá entrevero na viagem,
Pois há espaço de sobra para todos;
Não há limite nos céus...


Sairemos agora, entremanhã,
E só voltaremos ao ocaso,
Depois de decifrarmos o mistério
De tanto mar, de tanto mar...  

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Aqui está minha vida


Aqui está minha vida - esta areia tão clara 
Com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
Sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
Que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.

(Poesia: Cecília Meireles - Foto: internet)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Beijos...


É terrível pedir um beijo
E não recebê-lo;
Melhor seria não ter olhos para ver o desprezo;
Melhor seria não vê-lo...

Desproporcional o sentimento meu:
Tão singelo, tão doce, tão mel...
Entre estrelas habita o meu amor...

E nem mesmo um raio cintilante recebe,
Quanto mais um beijo, algo palpável,
Quanto mais palpável seja o meu amor... 

Eh!... Viver entre serenatas
E não sentir no corpo o que dizem as canções...
Suaves são as cordas do violão,
Mais fáceis de lidar do que o amor...

Outra vez não haverá: pedir um beijo...
Não por medo do desprezo,
Mas para não dobrar-me, não humilhar-me...

Outro dia haverá, outro amor me habitará
Como as canções, haverá beijos e muito mais...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)


sábado, 14 de junho de 2014

Chegou São João


A festa chegou,
O mês de junho chegou
Com suas tradições:
Santo Antônio, São João e São Pedro
Para alegrar minha cidade...

A praça se enfeitou
De bandeirolas, balões e gente bamba
Que dança folguedos até o sol raiar...

Na folhinha ficam marcadas essas festanças
Para ninguém esquecer
Que em junho tem forró; 
Quem quiser se balance
Naquele agarradinho, naquele lance
De namorar...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)
   

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vou te contar um segredo


Sabe o que estou sentindo?
Vou te contar um segredo:
Estou sentindo por ti
Um amor do tamanho do Universo,
E isto me traz a paz que sempre sonhei...

Caminhar contigo, de mãos dadas,
Traz-me uma segurança, uma alegria que não sei te dizer...
Só te digo que sou feliz contigo,
E serei assim por toda a minha vida...

Nada temo, nada me perturba,
A não ser teu sorriso, que me fascina
E ao mesmo tempo me assusta,
porque ele me domina
E me deixa pelo avesso, me deixa besta...
É... Teu amor me deixa besta, feliz,
E assim serei por toda a minha vida!

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Inspiração


Devo te dizer em poucas palavras
O que sinto por ti...

Eu combinarei com as estrelas
As melhores palavras,
Pedirei a Deus inspiração...

É que meu coração não sossega;
Troveja, navega,
Sei lá, sei lá! - 
Meu coração está louco por ti! 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: internet)

domingo, 8 de junho de 2014

Universo de Deus


Viajaremos...
Dançaremos as danças
Dos países onde pousaremos...

Cada mistério desvendaremos
Dos povos que visitaremos;
Dos mares contemplaremos seu horizonte insondável
E fitaremos os mais altos montes,
Menores do que o nosso amor...
Nosso amor: imensurável.

Com fitilhos,
Rodearemos todos os lugares
Para que se tornem um 
Aos nossos olhos e ao nosso alcance...

E então abraçaremos a Terra,
Como abraçamos nossos irmãos
Em tempos festivos...
E como nós somos um,
Será a Terra uma em nós...

Nós: Universo dentro do Universo - fractal...
Nós: Universo de Deus...  

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Amor eterno


Procuro em rabiscos
Palavras dóceis para te dizer
Que minha vida é bonita contigo!

Pela primeira vez me embriago no perfume,
Nas curvas e nas estrelas de um amor real,
Como música que tinge de emoção a alma...

Sinto o nosso amor cada dia
Mais firme,
Mais forte,
Mais eterno!

O nosso amor tem o lume das estrelas,
Tem o segredo do ciúme
E o encanto dos pássaros livres...

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - Foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)

Para entender o amor


Quando ele vem 
A gente sente o corpo tremer
O coração desassossegar...

Quando vem o amor
O pensamento voa além das nuvens,
O céu muda de cor... 

Aos poucos o coração sossega
Mas a ninguém nega:
O coração foi invadido...

Corre nas veias a canção mais doce,
Corre nas veias as frases mais belas...
A paixão contaminou...

(Poesia e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pulvis (Durval de Morais)


Homem, venho do pó fecundo e miserando,
Como a flor da lagoa impura e deletéria,
E pó será meu corpo airoso e leve, quando
A vida abandonar-me ao seio da matéria!

Sou feito de poeira e feito de miséria,
E, sonhando o esplendor de régias pompas, ando
Como se fosse um Sol pela amplidão sidérea,
Como se fosse um deus o eterno Olimpo entrando!

Alguns anos... Alguém, depois do meu traspasse,
Pisará... — sem pensar que pisa na poeira,
Meus olhos, minhas mãos, meus lábios, minha face!...

...E à luz do Sol poente, e à luz das alvoradas,
Quando o vento rufar sua marcha guerreira,
Minha alma feita em pó voará pelas estradas!...

(Poesia: Durval de Morais - foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)

domingo, 1 de junho de 2014

Pra frente Brasil - Copa do mundo de 1970


Noventa milhões em ação,
Pra frente Brasil
Do meu coração!

Todos juntos vamos
Pra frente Brasil, 
Salve a Seleção!

De repente é aquela corrente pra frente,
Parece que todo o Brasil deu a mão.
Todos ligados na mesma emoção,
Tudo é um só coração!

Todos juntos vamos
Pra frente Brasil, Brasil,
Salve a Seleção!

Composição: Miguel Gustavo - Fotos do vídeo: internet

Cem milhões de corações - Copa de 1974 (Os Incríveis) - Homenagem ao jogador Marinho Chagas

Todos juntos de bandeira na mão
Saudando os canarinhos da nossa seleção!
É uma Nação inteira
Mostrando a todo mundo
A glória brasileira.

Cem milhões de corações
Vibrando de uma só vez!
É mais uma emoção
Brasil na Alemanha tetra campeão!

(Cem milhões de corações - Os Incríveis - Copa de 1974)

Puro sentimento


Quando os olhos se fecham,
E o sonho invade a alma,
Volver o mundo numa canção de ninar...

Como o mundo belo que os olhos veem,
Como as belas pessoas que o coração vê,
Assim guardar na mente e na alma,
Como anjos que caminham, passo a passo,
Assim guardar na mente e na alma o amor...

A beleza sem par do bem,
O bem se espalhando no ar como uma canção de amar...
O mar batendo na areia,
Levando o mal, trazendo o bem,
Como uma música no ar... 

(Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: Ari Diniz - Cabedelo - PB)