Ah!... Esse grito raro
É feito o Sol, tão claro,
É um farol guiado,
É um mito afugentado,
É uma voz potente,
O amor intransigente!
Diga no meu ouvido
O tempo escondido
Que há tanto consente,
Um canto esquecido,
E digo, de bom grado,
O som tão esperado:
É o amor do amigo,
O amor desesperado.
Se chegado, vale a pena
A mão que hoje acena
Ficará comigo a luz do amor, serena.
Se a vida reta empena,
Leva a nossa meta:
Acima, o poeta;
Abaixo, o profeta.
A rosa, a prosa, a bela
Vem na primavera,
E o jornal da tela noticia a guerra.
E uma cor que morre
É uma dor que corre,
Um farol que se apaga;
É um grito que se cala. (Bis)
A noite vira dia no claro da luta;
Veja se me escuta,
Olha sua rua,
Que a verdade nua e crua
Um dia vai chegar,
E essa noite será noite em qualquer luar,
E esse mundo será mundo em qualquer lugar.
(Clara Nunes — Autores: César Costa Filho/Ronaldo Monteiro/Ruy Maurity)
Disco: "Clara Clarice Clara" — 1972
Odeon — MOFB 3709.
Foto: Internet.
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