Todos estão pelo salão, amor,
E essa canção ninguém descobre de onde vem;
Me dê a mão, vamos dançar também.
De coração aberto, a gente faz projeto, amor,
A gente escolhe um rumo pro nosso desejo,
Mas nem tudo dá certo.
O tempo é o mal secreto, amor,
Ele brinca nos caminhos com nosso cortejo.
A morte está por perto,
O tempo é o objeto, amor,
E ela é quem nos dará o derradeiro beijo;
Mas, morrendo o poeta,
A música prossegue, amor,
Pois é a mão de Deus que movimenta o realejo.
Todos são dançarinos na sala do destino, amor,
São pares que volteiam juntos,
Mas jamais se cruzam, pois não têm domínio;
É um moto-contínuo.
Viver é que é valsar,
A valsa é que é o fascínio.
Pelo que vejo, você não está dançando, amor,
O realejo está tocando, amor.
(Clara Nunes — Autores: Guinga/Paulo César Pinheiro)
Disco: "Claridade" — 1975 — Odeon — XSMOFB 3884
Foto: internet.
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