sábado, 16 de agosto de 2014

O reino de um bom rei


Havia um reino onde o seu rei era muito bom,
Que cuidava de todos, principalmente dos mais humildes.
Por ser muito grande, o rei dividiu seu reino em províncias
E nomeou vice-reis para reinar sobre elas...

O reino prosperava sobre outros reinos,
E chamava a atenção do mundo o modo como o rei governava...

Mas o rei tinha uma vaidade:
Havia uma província que ele amava mais do que as outras,
E ao vice-rei dela ele o fez o mais amigo, o mais próspero,
E aquela província acabou recebendo mais benefícios do que as outras...

Passado um tempo,
O vice-rei daquela província amada do rei
Achou que podia ser mais do que o rei,
E reinar sobre todo o reino... 

Começou, então, aquele vice-rei, a viajar por todo o reino
Difamando o rei, seu grande amigo e aliado;
Dizia ele que o rei não cuidava bem do seu reino
E deixava seu povo na miséria e no atraso...

Com belas palavras, belas roupas, 
O vice-rei começou a encontrar simpatizantes,
Mas o rei continuou humilde, 
Deixando que seu vice-rei fosse livre em suas palavras e ações... 

Certo dia, porém,
O vice-rei daquela província amada foi fazer mais uma daquelas viagens difamatórias
Para se tornar notório e conseguir seu intento de ser o rei daquele reino inteiro...

Tudo corria bem pelo caminho, 
Até que a floresta por aonde ele passava ficou densa e escura,
E a águia da morte carregou o vice-rei em suas garras para além do arco-íris,
Para um lugar misterioso e sem volta...

Seus súditos ficaram confusos, sofridos, lastimosos
Por não compreenderem o que se passava naquele momento
E como seria dali em diante seguir sem seu líder...

Seguindo firme, humilde, calado em seu coração e em sua voz,
O rei lamentou a partida do vice-rei,
Mas, como a vida segue seu curso e ninguém é insubstituível,
Nomeou outro vice-rei para aquela província amada...

Moral da história: quem tudo quer, tudo perde. 

 (Poesia: Bete Diniz - Taperoá - PB - foto: internet)

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