segunda-feira, 15 de julho de 2013

Platão

Platão nasceu em Atenas no ano 427 a.C. Seu verdadeiro nome era Aristocles, herdado do seu avô, e era descendente de Sólon, o Legislador. Recebeu o nome de Platão (em grego significa ombros largos), por causa de sua corpulência. Teve educação exemplar, por ser de família aristocrática; estudou leitura e escrita, ginástica, música, pintura e poesia. Na juventude foi atleta e participou dos jogos olímpicos como lutador. 

Platão quis seguir a carreira política, uma tradição familiar, mas a oligarquia não lhe agradava; aos 20 anos de idade conheceu Sócrates e a partir daí dedicou-se à filosofia. Escreveu vários diálogos em seus livros, tendo como personagem principal o seu mestre, que nada havia deixado escrito. 

Opositor da democracia ateniense desde a morte de Sócrates, Platão deixou Atenas e seguiu para Megara, onde estudou geometria com Euclides, famoso matemático da época. Depois, viajando por outros lugares, chegou ao Egito, onde estudou astronomia; em Cyrene (norte da África) estudou matemática; em Crotona (sul da atual Itália) se encontrou com discípulos de Pitágoras. Esteve na Sicília, onde manteve amizade com Dion, cunhado do rei de Siracusa, Dionísio I, o Velho, um governador cruel. Em Siracusa tentou criar uma sociedade ideal, que idealizara e escrevera no livro “República”, mas foi perseguido e vendido como escravo na ilha de Egina; recuperou a liberdade graças a um amigo que pagou o resgate. 

No ano 387 a.C. voltou a Atenas e fundou a escola filosófica “Academia”, cujo nome foi por ter sido construída nos jardins edificados pelo herói Academus, onde ensinou por 40 anos, e teve em Aristóteles um de seus discípulos. No ano 366 a.C. voltou a Siracusa, então governada por Dionísio II, o Jovem, mas logo abandonou a ilha e voltou para Atenas. Ainda voltou a Siracusa pela terceira e última vez no ano 361 a.C. novamente abandonando a ilha por ameaça de morte. Retornou para Atenas, onde viveu até sua morte, ocorrida no ano 347 a.C.  

Obras: 
Segundo os estudiosos, as obras de Platão se dividem em 4 períodos: 
1º. Período: - iniciado no ano da morte de Sócrates, em 399 a.C. até sua primeira viagem à Sicília, no ano seguinte – que abrange os livros “Apologia de Sócrates”, “Critão”, “Hípias Menor”, “Górgias”, “Mênon”, “Hipías Maior”, “Crátilo” e o 1º. Livro de “República”. 
2º. Período: iniciado com a fundação da Academia, em 387 a.C. até à segunda viagem a Sicília, em 366 a.C. Livros: “Protágoras”, “Lísis”, “Cármides”, “Eutidemo”, “Banquete”, “Fédon”, outros livros de “República”, “Fedra”, “Tuleto” e “Parmênides”. 
3º. Período: entre a segunda e a terceira viagem à Sicília, no ano 361 a.C. Escreveu os livros “Sofista” e “Político”. 
4º. Período: iniciado no ano 361 a.C. até sua morte, em 347 a.C. Escreveu os livros “Filebo”, "Timeu”, “Crítias”, que deixou inacabado, e “Leis”. 

Platão é considerado o primeiro pedagogo da história, pois construiu um sistema educacional integrado a uma dimensão ética e política. Ele dizia que o objetivo da educação era a formação do homem moral, vivendo num estado justo. Dizia também que a educação deveria se estender por toda a vida, e não somente na juventude, e que ela seria de responsabilidade do Estado, estendida a meninos e meninas. Em resumo, ele dizia que a educação deveria ser universal, acessível a todos. 

Como Sócrates, Platão usava o diálogo em suas obras, formulando diversas opiniões sobre o tema questionado, até chegar a uma conclusão que fosse verdadeira. Tentava explicar o sentido da existência humana e o seu destino. Dizia que a realidade do homem só encontrava abrigo na filosofia, com a contemplação da verdade, apresentável sob diversas formas. Só através da filosofia o homem encontra respostas para a felicidade, encarada frente a frente com a dor, o sofrimento, o mal e a morte. Ele recorria aos mitos, à poesia e ao amor para expressar seus pensamentos. 

Dividiu a realidade em duas partes: espírito e matéria. Dizia que o espírito é imortal e que em sua passagem pelo mundo procura recordar-se do Universo de onde veio, onde residem a verdade e o bem. A alma, antes de vir ao mundo, habitava o mundo luminoso das “ideias”, sendo a mais elevada delas a ideia do bem, causa e finalidade do Universo. Dizia também que a alma sempre deseja voltar, mas o corpo ao qual está presa sempre a desvia do caminho, que é o caminho da sabedoria da vida. Por isso, apenas a mente humana é boa, e o físico deve se subordinar a ela. No livro “República”, escrito em diálogos, onde coloca nos personagens o nome dos seus irmãos Glauco e Adimanto, imagina uma sociedade ideal, dividida em 3 classes, segundo a capacidade intelectual de cada indivíduo:
1ª. Classe – subordinada ao físico – seria encarregada da produção e distribuição dos alimentos para a comunidade, que comportaria os lavradores, artífices e comerciantes. 
2ª. Classe – seria dos soldados, por serem empreendedores. 
3ª. Classe – seria a dos servidores da razão, ocupada pelos intelectuais, detentores do poder político. Por isso, os reis teriam que vir dos filósofos.  

Pensamentos de Platão:
* A alma merece vossos primeiros cuidados: dai em seguida os que o corpo reclama. Eles estão sempre subordinados à cultura da alma. 
* Deus é a ideia do bem, a ideia mais alta, à qual todas as outras se subordinam como meios. 
* A educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a perfeição de que somos capazes. 
* Quantos homens não iniciaram uma nova vida após a leitura de um livro? 
* Aquele que durante a vida esquivou-se dos prazeres e dos bens corporais, como algo estranho e funesto, preparou sua alma para o futuro. Aquele que amou os prazeres da ciência e adornou sua alma, não com uma vestidura imprópria e sim com aquela que mais lhe convinha, com virtudes, tais como: temperança, justiça, liberdade, veracidade; este deve esperar tranquilo a hora da partida para o outro mundo, como se estivesse disposto para empreender a viagem ao ordenar-lhe o destino. 
* Aquele que melhor conhece a si mesmo, é o que menos se exalta.
* Não é com honras e riquezas que se contenta o coração de um pensador, mas sim, apenas o saber e a virtude. 
* Só pelo amor o homem se realiza plenamente.  

Bibliografia: 
ENCICLOPÉDIA Semanal Ilustrada Conhecer. Vol. 2, fascículo 45, págs. 746 a 747. São Paulo, Abril, 1966. 
DICIONÁRIO Universal de Curiosidades. Vol. 3, pág. 1264. São Paulo, Cil S.A., 1966. 
ENCICLOPÉDIA Brasileira Globo. 13ª. ed. Vol. IX. Porto Alegre, Globo, 1974.  

(Texto: Eliza Ribeiro - Taperoá - PB - foto: internet)

Nenhum comentário:

Postar um comentário